PCB-RR

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Que saudade do João.

 
Eu quero a Copa. Nós já ganhamos!
 
O coordenador técnico da seleção brasileira, Carlos Alberto Parreira, afirmou solenemente que o Brasil é o favorito para a Copa do Mundo. Disse, textualmente, que estamos com uma das mãos na taça.
 
Experiência não lhe falta, participou de oito copas, sendo campeão em 1970, como preparador físico, em 1994, como treinador e em 2006, no mesmo cargo que ocupa agora.
 
Não vou entrar no mérito da declaração propriamente dita, apesar de saber que toda vez que uma seleção brasileira foi considerada favorita nos demos mal. A lembrança de 1950 é marcante, mas 1982 talvez seja a mais gritante, pois nunca mais tivemos um time com tanto talento.
 
Somos favoritos na copa não pelo que iremos fazer em campo, mas pelo que o povo brasileiro vem fazendo desde as manifestações do ano passado. Os milhões que foram às ruas tornaram claro para todo o país as contradições do governo da burguesia, a necessidade de se investir em saúde, educação, segurança e transporte público, apesar do circo.
 
A conscientização do brasileiro comum já é um fato, ele entendeu que é inadmissível o governo gastar 30 bilhões de reais em estádios, as ditas arenas, quando falta o básico para a população. Como bem disse um popular – Não dá para fazer uma festa se está faltando comida em casa.
 
Essa conscientização se reflete no comércio, nas ruas, na propaganda. Desde abril espero as famosas ruas pintadas para a copa, mas até agora nada. A própria rede de televisão que detêm os direitos de transmissão anda pedindo que as pessoas avisem sobre eventuais entusiastas, sem muito sucesso.
 
Os manifestantes que tomaram as ruas deixaram o legado dos atos públicos, da denúncia política, da luta por seus direitos. Já conseguiram o mais importante – Não vai ter copa, pelo menos a copa idealizada pela burguesia, de apropriação indébita de recursos públicos com aplausos para o verde e amarelo. A própria neta do ex-presidente da FIFA já admitiu isso, quando postou que já houve roubo. Ela é insuspeita.
 
Não se trata de torcer contra a seleção brasileira, apesar da arrogância do Felipão, filho dileto desse esquema elitista e corrupto. Trata-se de torcer para que o povo brasileiro saia vencedor desse embate, o único que realmente nos interessa.
 
Como faz falta nessa hora o velho camarada João Saldanha.
 
Afonso Costa
Jornalista

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