PCB-RR

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

BB patrocinou programa de Val Marchiori

Publicidade na TV foi feita durante a gestão de Aldemir Bendine, amigo da socialite

LEONARDO SOUZADO RIO
O Banco do Brasil patrocinou o quadro apresentado pela socialite Val Marchiori no programa de TV Amaury Jr., entre 2010 e 2011, durante a gestão de Aldemir Bendine na presidência da instituição.

Segundo o jornal "O Estado de S. Paulo", a publicidade custou R$ 350 mil ao ano e durou só enquanto Marchiori trabalhou no programa.
"[O patrocínio era] só para ela. Ela trouxe o patrocínio, o quadro trouxe o patrocínio", disse o apresentador Amaury Jr., em entrevista à TV UOL em abril de 2012.

Marchiori e Bendine, agora presidente da Petrobras, são amigos há alguns anos. Conforme a Folha revelou na segunda (23), um ex-vice-presidente do BB afirmou, em depoimento ao Ministério Público, que Bendine deu carona a Marchiori num jato a serviço do BB, em abril de 2010, em uma missão oficial do banco na Argentina.

Eles ficaram hospedados no mesmo hotel em Buenos Aires. Três anos depois, o BB emprestou R$ 2,79 milhões à Torke Empreendimentos, empresa da socialite, driblando uma série de regras internas da instituição e a juros subsidiados pelo governo.

Bendine e o BB negam que ela tenha voado no jato a serviço do BB e que o banco tenha pagado a estadia de Marchiori. Segundo Bendine, a estadia foi coincidência.
Por determinação do Ministério Público Federal, a Polícia Federal instaurou neste mês um inquérito para apurar se houve irregularidades na concessão do empréstimo. Marchiori tinha restrições de crédito e renda insuficiente para obter o financiamento. O BB afirma que o crédito seguiu corretamente as regras da instituição.

No Programa Amaury Jr., Marchiori apresentou um quadro sobre viagens e bens de luxo. Em meados de 2011, ela deixou o programa, na Rede TV!, para participar do Mulheres Ricas, na Bandeirantes.

"A participação no programa Amaury Jr. ocorria por meio de compras avulsas nos intervalos comerciais (ou seja, não era patrocínio), levando em consideração o público-alvo das campanhas publicitárias. É o mesmo procedimento adotado no caso de outros programas da emissora. Os investimentos realizados no programa Amaury JR nos anos de 2010 e 2011 representaram 5,7% de todo o valor aplicado na Emissora REDETV, no período", informou o BB em nota.

Em seu site, Marchiori negou que tenha sido beneficiada pelo Banco do Brasil em suas atividades profissionais.

Fonte:  Folha de S.Paulo

OPOSIÇÃO BANCÁRIA UNIFICADA PRA MUDAR - RJ


A Caixa, que deve ser utilizada como um banco 100% público e estatal, voltado para a erradicação completa do déficit habitacional via financiamento integral de moradias para trabalhadores que ganham até 5 salários mínimos, por exemplo; que financiasse os pequenos produtores, com crédito barato para todos aqueles que trabalham; que impulsionasse um plano nacional de obras públicas 100% financiadas para resolver o problema do saneamento básico, etc., perderia qualquer possibilidade de realizar tal papel.

A corrida pelo lucro e a concorrência travada com as demais instituições (sobretudo as privadas) no sistema financeiro fará da Caixa um banco tão privado quanto os outros na atuação no mercado e, conseqüentemente, na relação com os trabalhadores. Aumentará o ritmo de trabalho, a pressão por metas e as ameaças de demissão, sem contar o processo de “saneamento” anterior à abertura de capital, que na prática significa reestruturar a empresa com um corte de despesas inicial (e, portanto, mais ataques) para torná-la atrativa aos investidores.

A idéia de entrega das estatais e dos serviços públicos à iniciativa privada é hoje majoritariamente rejeitada pelos trabalhadores e uma boa parte da população. Não é à toa que Dilma mentiu na campanha eleitoral em relação à defesa dos bancos públicos, e Aécio se viu obrigado a dizer que as acusações (hipócritas, mas verdadeiras) do PT sobre seu projeto de privatização eram “descabidas”.
Entre os trabalhadores das estatais e entre eles os bancários da Caixa, o temor do desmonte da empresa sempre foi presente e não é à toa que este foi um setor que assumiu ativamente a campanha de Dilma, pelo medo das privatizações do PSDB.

Mas, passadas as eleições, a força da realidade se impõe. Este é o governo que entregou o Ministério da Fazenda para Joaquim Levy, um executivo do Bradesco. Este é o governo que mal assumiu e já anunciou que irá abrir o capital de uma das empresas públicas mais importantes do país para os banqueiros e investidores.

É preciso organizar os trabalhadores para enfrentar a política econômica de Dilma e organizar a resistência para impedir a abertura do capital da Caixa e apontar a necessidade de resgatar os bancos públicos e o sistema financeiro para o controle dos trabalhadores, como única forma de garantir que esses instrumentos sejam utilizados em benefício dos interesses da coletividade.

Nosso primeiro passo foi HOJE: TODOS NA PORTA DO BARROSÃO MEIO DIA NO ATO DE PROTESTO! Mas nossa luta não pode se limitar a isso. Precisamos cobrar do Sindicato que convoque imediatamente uma reunião do Conselho de Delegados Sindicais para preparar uma assembléia geral dos empregados da Caixa que organizará os próximos passos da nossa luta contra a privatização de nossa Empresa.

- Não à abertura do capital da Caixa Econômica Federal! Caixa 100% pública e estatal!
- Em defesa da Caixa Econômica Federal e seus empregados!
- Fim imediato das terceirizações nos bancos públicos!
- Em defesa das estatais – Caixa e Petrobrás 100% públicas!

OPOSIÇÃO BANCÁRIA UNIFICADA PRA MUDAR - RJ




domingo, 8 de fevereiro de 2015

OPOSIÇÃO UNIDA PRÀ MUDAR O SINDICATO DOS BANCÁRIOS!


Nós, bancários que assinamos este texto, ativistas sindicais bancários do Rio de Janeiro de várias correntes sindicais e independentes, estamos convencidos de que é necessária uma mudança profunda na direção do nosso sindicato. A atual Diretoria do SEEB/RJ já demonstrou sem nenhuma sombra de dúvida que não organiza e não representa nossa categoria:

- As campanhas salariais estão cada vez mais esvaziadas e fracas. Ano passado só tivemos praticamente três assembleias: uma para aprovar a pauta, outra para decretar a greve (greve fraquíssima, diga-se de passagem, sem nenhuma organização e preparação) e uma terceira para aprovar o acordo;

- Nos bancos privados, as demissões correm a solto antes e depois da campanha salarial e o Sindicato se limita a botar uma bandinha de música para tocar na Rio Branco e pouquíssimas paralisações parciais;

- No Banco do Brasil, os ataques do Governo Dilma aliado dos banqueiros se sucedem sem nenhuma reação da Diretoria do Sindicato. A reestruturação retira praticamente toda a área meio do RJ (os companheiros da GECEX, que está sendo desmontada no Rio e outros Estados, chegaram a fazer paralisações à revelia da entidade sindical);

- Na Caixa, o Governo Dilma ameaça transformar em S.A., o que descaracterizaria por completo como banco público, e o Sindicato se limita a dizer que é contra mas não chama nem uma reunião para organizar uma resposta da categoria.

Isso tudo está acontecendo porque a atual Diretoria do Sindicato, assim como a CONTRAF/CUT, está ligada ao Governo Dilma, que é amigão dos banqueiros. Dilma botou até o banqueiro do bradesco Joaquim Levy no Ministério da Fazenda! – e essa Diretoria do Sindicato, por suas relações com o PT, nada faz que incomode este governo de banqueiros.

ISSO TEM QUE MUDAR! Está mais do que na hora da categoria retomar o Sindicato em suas mãos. Conclamamos todos os bancários que querem ver novamente o Sindicato na liderança das lutas e conquistas da categoria, que cerremos forças na formação de uma chapa de oposição à at ual direção da entidade. Uma chapa classista, ampla, que represente todos os bancários que querem o Sindicato independente dos patrões e do governo. Uma Diretoria renovada para nosso Sindicato, com representatividade e condições para organizar o embate com os banqueiros e com seu capataz, o Governo.

POR UMA CHAPA UNITÁRIA DE OPOSIÇÃO, COMBATIVA E INDEPENDENTE DOS BANQUEIROS E DO GOVERNO!

FORA COM OS PELEGOS E GOVERNISTAS DO NOSSO SINDICATO!

PLENÁRIA DE CONSTRUÇÃO DA CHAPA UNITÁRIA DE OPOSIÇÃO

Dia 11/02 – quarta-feira – 18:30h – no SEPE: Rua Evaristo da Veiga, no 55 – Auditório – 7º andar

Olívio Dutra defende expulsão de tesoureiro e lamenta: "PT caiu na vala comum"


Olívio Dutra defende expulsão de tesoureiro e lamenta: "PT caiu na vala comum" Emílio Pedroso/Divulgação
Petista afirma que partido precisa "retomar conduta"Foto: Emílio Pedroso / Divulgação
Uma das raras vozes dissonantes ao discurso oficial da direção do PT de defesa do tesoureiro João Vaccari Neto das acusações de corrupção, o ex-governador Olívio Dutra afirmou nesta sexta-feira que o partido "já deveria" ter expulsado Vaccari da sigla e decretou:
— O PT caiu na vala comum dos outros partidos.

Olívio faz parte da oposição interna da legenda ao grupo político que comanda o diretório nacional e já se manifestou publicamente reiteradas vezes contra a proteção do PT aos envolvidos no escândalo do mensalão.


Em entrevista a ZH, o ex-governador lembrou que o PT não aprendeu com as lições do episódio do mensalão e disse que o afastamento de suspeitos de envolvimento na Operação Lava-Jato "já vem tarde".
— Tem uma ferrugem contaminando as engrenagens do partido. As punições já vêm tarde. Medidas têm de ser tomadas e já vêm tarde, porque não foram tomadas atitudes com outras coisas (mensalão) e a ferrugem foi se alastrando. É evidente que o PT, primeiro, tem de reconhecer que houve figuras importantes do partido e do governo que cometeram atos totalmente contrários aos princípios que fundamentaram a criação do PT e fundamentam a sua existência.
Olívio afirmou também que o PT precisa "retomar a sua conduta" original. Segundo o ex-governador, o partido precisa parar de tentar transferir as responsabilidades pelas atitudes dos supostos envolvidos no esquema de corrupção na Petrobras. O petista diz que o PT "precisa dar exemplo":
— O partido tem de demonstrar claramente isso e não ficar tergiversando, desconversando e às vezes até alisando os pelos de quem está, se não envolvido de imediato, com elementos seríssimos de que participou ou participa de esquemas que privatizam o Estado por dentro. Caímos na vala comum por essas atitudes de figuras não só como essa como de outros. Então não é uma coisa isolada. Infelizmente, estamos imitando outros partidos. Não temos que estar achando: "Ah, os outros fizeram pior, os outros fizeram igual". Não tem que ficar querendo justificar essas atitudes. Tem de assumir que elas foram erradas, criminosas e o partido tem de retomar a sua conduta.
Fonte: ZH noticias.
*Olívio de Oliveira Dutra (Bossoroca, 10 de junho de 1941) é um sindicalista, com base política no Rio Grande do Sul, tendo sido prefeito de Porto Alegre, governador do Estado do Rio Grande do Sul e ministro das CidadesFormado em Letras, Olívio foi um funcionário concursado do Banrisul, banco estatal gaúcho, a partir de 1961. Nesta condição, começa a militar no Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, e chega à presidência da entidade em 1975. Comandou a greve geral do funcionalismo público de setembro de 1979, motivo pelo qual foi preso pelo regime militar e perdeu seu mandato sindical.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

ABERTO O PROCESSO ELEITORAL NO SINDICATO!

 
 
Nos dias 14 a 17 de abril deste ano acontecerão eleições para renovação da diretoria do Sindicato dos Bancários do Rio; as inscrições para as chapas já estão abertas. 
Nós da Unidade Classista Bancária estamos convencidos de que é necessária uma mudança profunda na direção de nossa entidade. A atual Diretoria do Sindicato já demonstrou sem nenhuma sombra de dúvida que não organiza e não representa nossa categoria: 
- as campanhas salariais estão cada vez mais esvaziadas e fracas. Ano passado só tivemos praticamente três assembleias: uma para aprovar a pauta, outra pra decretar a greve (greve fraquíssima, diga-se de passagem, sem nenhuma organização e preparação) e uma terceira para aprovar o acordo; 
- nos bancos privados, as demissões correm a solto antes e depois da campanha salarial e o Sindicato se limita a botar uma bandinha de música pra tocar na Rio Branco; 
- no Banco do Brasil, os ataques do Governo Dilma aliado dos banqueiros se sucedem sem nenhuma reação da Diretoria do Sindicato, a reestruturação retira praticamente toda a área meio do RJ (os companheiros da GECEX, que está sendo desmontada no Rio e outros Estados, chegaram a fazer paralisações à revelia da entidade sindical); 
- na Caixa, o Governo Dilma ameaça transformar em S.A. , o que descaracterizaria por completo como banco público, e o Sindicato se limita a dizer que é contra mas não chama nem uma reunião pra organizar uma resposta da categoria.
Isso tudo está acontecendo porque a atual Diretoria do Sindicato, assim com a CONTRAF/CUT, está ligada ao Governo Dilma, que é amigão dos banqueiros – Dilma botou até o banqueiro do Bradesco Joaquim “Mãos de Tesoura” Levy no Ministério da Fazenda! – e com essa Diretoria o Sindicato nada faz que incomode este governo de banqueiros.
ISSO TEM QUE MUDAR! Está mais do que na hora da categoria retomar o Sindicato em suas mãos. Nós da Unidade Classista conclamamos todos os bancários que querem ver novamente o Sindicato na liderança das lutas e conquistas da categoria, que cerremos forças em torno de uma chapa de oposição à atua direção da entidade. Uma chapa classista, ampla, que represente todos os bancários que querem o Sindicato independente dos patrões e do governo. Uma Diretoria renovada para nosso Sindicato, com representatividade e condições para organizar o embate com os banqueiros e com seu capataz, o Governo Dilma. 
POR UMA CHAPA UNITÁRIA DE OPOSIÇÃO, COMBATIVA E INDEPENDENTE DOS BANQUEIROS E DO GOVERNO! 
FORA COM OS PELEGOS E GOVERNISTAS DO NOSSO SINDICATO!

 
 

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

DILMA TUCANOU GERAL CONTRA TRABALHADORES

Além de adotar a ortodoxia neoliberal, que manda sempre tirar dos trabalhadores para garantir o lucro do capital, a presidente incorporou de vez a linguagem cínica e empolada da tucanagem.
Hamilton Octavio de Souza
Na primeira reunião ministerial do novo governo, dia 27 de janeiro, a presidente Dilma Rousseff fez questão de contestar tudo aquilo que boa parte da sociedade, a imprensa, as oposições, os sindicatos de trabalhadores e até mesmo integrantes do PT andam criticando na aurora de seu segundo mandato. Para ela, todas as medidas econômicas de agora estão fiéis ao programa da campanha eleitoral, são simples ações “corretivas”, e não atingem os direitos dos trabalhadores, que são “intocáveis”; o que está na mídia e na boca do povo não passam de boataria e versão contrária ao governo; trata-se tão somente de uma batalha no campo da comunicação social.
Levadas ao pé da letra, as considerações da presidente não apenas contrariam e falseiam a veracidade dos fatos, subestimam a inteligência dos brasileiros, como também negam as análises feitas por entidades, lideranças e personalidades de diferentes posições políticas, inclusive as que integram a própria base de sustentação do governo. As Medidas Provisórias 664 e 665, de 30 de dezembro de 2014, são reais, não fazem parte do delírio coletivo ou de bombardeio vazio da oposição. Da mesma forma, aumentos de juros, combustíveis, impostos e tarifas públicas não são alucinações populares, mas fatos concretos que interferem diretamente na vida das pessoas, em especial dos trabalhadores.
Do que tratam essas MPs? A 665 muda as regras do seguro-desemprego, do abono salarial e do seguro-defeso (pago ao pescador artesanal). Pela regra atual, tem o 1º acesso ao seguro-desemprego todo trabalhador dispensado após seis meses contínuos de trabalho. A nova regra, prevista para entrar em vigor em 1º de março, exige que para ter o 1º acesso ao seguro-desemprego o trabalhador tenha pelo menos 18 meses de trabalho nos últimos 24 meses anteriores à dispensa. Pequena “correção” Dona Dilma?
Corte no seguro-desemprego
De acordo com o Dieese – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos –, um teste de aplicação da nova regra sobre a base de trabalhadores que requereram o benefício no ano de 2013 (dados disponíveis nos órgãos governamentais), demonstrou que deixariam de ter direito ao seguro-desemprego aproximadamente 8 (oito) milhões de trabalhadores, equivalente a 64,4% dos assalariados desligados naquele ano. Isso, com a inclusão dos 3,2 milhões de trabalhadores dispensados sem justa causa, em 2013, e que não tiveram acesso ao seguro-desemprego porque tinham menos de seis meses de emprego. Ou seja, a MP do governo restringe o direito ao benefício a um número reduzido de trabalhadores, o que pode ser uma tragédia num país em que a rotatividade da mão de obra é altíssima.
O estudo do Dieese deixa claro que o corte contido na MP retira dos trabalhadores mais de 2/3 aplicados no seguro-desemprego: “Considerando-se que, segundo dados de 2012, o valor médio real da parcela do seguro-desemprego para beneficiários com menos de 18 meses de permanência no emprego foi de R$ 793, e que, em média, foram recebidas aproximadamente quatro parcelas, o valor estimado da economia de recursos com a exclusão dos 4,8 milhões potenciais beneficiários do seguro-desemprego, segundo a nova regra, seria de R$ 14,8 bilhões. Sabendo-se que, em 2012, o montante de gasto com seguro-desemprego foi de R$ 21,6 bilhões, conclui-se que o impacto estimado das novas regras sobre o programa Seguro-Desemprego é bastante significativo”.
Corte no abono salarial
Sobre o abono salarial, pela regra vigente até 30 de dezembro de 2014 o benefício era pago “aos trabalhadores que mantiveram vínculo formal por um mês no ano anterior ao do pagamento”. Pela MP 665, o benefício passa a ser pago “aos trabalhadores que mantiveram vínculo formal por no mínimo 180 dias ininterruptos no ano anterior ao do pagamento”. E, além disso, o valor do benefício, que era de um salário mínimo “independentemente do número de meses trabalhados”, passa a ser proporcional aos meses trabalhados, variando de meio a um salário mínimo.
A nova regra, segundo o Dieese, exclui desse direito constitucional cerca de 9,9 milhões de trabalhadores, sem contar que os demais receberão valores inferiores ao que tem sido pago anualmente. O governo estima que a limitação do direito ao abono salarial representará uma economia de R$8,45 bilhões, “praticamente a metade do gasto atual”. Para os analistas do Dieese, “a redução dos gastos com o Abono Salarial terá impactos sobre a população mais vulnerável, que é a mais afetada por algumas das características mais perversas do mercado do trabalho brasileiro, como a rotatividade elevada e baixos salários”.
Corte na pensão por morte
A MP 664, também de 30 de dezembro de 2014, é a prova viva de que o saco de maldades do atual governo, produzido no porre da ortodoxia neoliberal, contempla crueldades semelhantes a do “fator previdenciário” de FHC. Se o governo tucano conseguiu estender o tempo de trabalho e reduzir o valor do benefício para o direito de aposentadoria, o governo Dilma-PT ataca agora, duramente, dois direitos na ponta mais frágil da vida dos trabalhadores: a pensão por morte e o auxílio-doença.
Na pensão por morte, a nova regra exige carência de 24 contribuições previdenciárias e pelo menos dois anos de casamento para que a família do trabalhador falecido receba o benefício – exigências que não existiam na regra anterior. Além disso, o valor da pensão, que era de 100% do salário do falecido, passou a ser de 50%, com acréscimo de 10% por dependente até o máximo dos 100%. Ou seja, antes a viúva e/ou companheira do trabalhador recebia 100% da pensão, agora só vai receber 50%, isso somente se o falecido tiver idade superior a 44 anos. Simples “correção” Dona Dilma?
O estudo do Dieese não chega a analisar o impacto econômico dessa medida (o que o governo “economiza” e o que deixa de ser transferido para os trabalhadores e seus dependentes) por absoluta falta de dados disponíveis nos órgãos governamentais. O que se sabe é que pouco mais de 57% das pensões pagas são de um salário mínimo, e que em 2013 o Estado pagou um total de 7,1 milhão de pensões, as quais somaram um total de R$76,1 bilhões, o que representa uma média de R$890,00 por mês para cada beneficiário.
Corte no auxílio-doença
Prevista para vigorar a partir de 1º de março, a MP 664 impõe novas exigências para a concessão do auxílio-doença aos trabalhadores, com mudanças no acesso e nos valores do benefício. Parece irrelevante, mas pela nova regra, o auxílio passa a ser pago somente após 30 dias de afastamento do trabalho, e não mais depois de 15 dias de afastamento médico. O valor não é mais o salário vigente, mas a média das últimas 12 contribuições. E, além disso, a perícia pode ser realizada por empresas privadas – e não apenas pelo INSS.
O Dieese não conseguiu dados para estabelecer o impacto dessas medidas no conjunto dos trabalhadores, mas sabe que em 2013 o auxílio-doença beneficiou 182.030 trabalhadores, o gasto foi de R$2,6 bilhões, o que deu uma média mensal de R$1.100,00 por segurado. A mudança das regras tende a inibir o acesso ao direito, criar dificuldades e transferir para o setor privado, geralmente contaminado pelo lucro e pelas relações entre empresas, a função de periciar o trabalhador para a concessão do direito. O Estado terceiriza uma tarefa que deveria ser exclusiva do serviço público.
O governo estima que as “ações corretivas” contempladas nas MPs 664 e 665 vão proporcionar uma economia de R$18 bilhões para os cofres públicos, com o argumento de que são necessárias ao “equilíbrio fiscal” (receitas e despesas do orçamento da União), já que as contas de 2014 fecharam com déficit superior a R$15 bilhões e aumento da dívida pública bruta, que pulou para 63,4% do PIB e consumiu, no ano passado, a bagatela de R$251,1 bilhões somente de pagamento de juros.
Em síntese, o que o modelo de austeridade do novo Governo Dilma faz é retirar parte do dinheiro público pulverizado em direitos sociais de milhões de trabalhadores e transferir essa coleta para uma minoria de banqueiros, financistas e agiotas, que concentram renda e riqueza via juros da dívida pública. Juntos, os benefícios cortados dos trabalhadores não representam nem a décima parte do que o Estado paga de juros. Mas, com certeza essas “correções” vão causar muito sofrimento aos que se encontram na parte inferior da pirâmide social. Grande tucanagem Dona Dilma!
Hamilton Octavio de Souza é jornalista e professor.

Fonte:pcb.org.br