PCB-RR

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Desejamos a todos um feliz 2014, repleto de conquistas!!


Caros leitores.
Nestes últimos dias do ano, a maioria das pessoas, mesmo as mais céticas, são arrebatadas por um misto sentimentos e se tornam mais reflexivas sobre uma série de temas. Fala-se muito em amor ao próximo, solidariedade, paz, no fim das injustiças, no fim da miséria, enfim, fala-se e pensa-se num mundo melhor no próximo ano.

Mesmo sabendo que, de forma hipócrita, os mesmos responsáveis por todas as mazelas e sofrimento que transformam o nosso mundo em um lugar mais triste e hostil, estão gastando bilhões fazendo magníficas peças de "marketing" para aglutinar este enorme sentimento de culpa coletiva e direcioná-lo para o caminho do consumo, não deixamos de acreditar que por trás da culpa há uma genuína generosidade que se manifesta com força nesta época.

Esperamos que no próximo ano possamos transformar toda esta generosidade em ações concretas para a transformação da sociedade, não nas piegas, infrutíferas e não menos hipócritas, ações filantrópicas e voluntárias inspiradas na pomposa expressão: responsabilidade socioambiental; mas nas ações que de fato se enfrentem com a injusta e criminosa ordem social vigente e apontem para a emancipação definitiva dos povos de todo o mundo do jugo do capital. Somente agindo no presente, de forma consequente, pela libertação da opressão, poderemos ter esperanças no futuro, do contrário qualquer esperança é vã, pois se transformará inevitavelmente em decepção.

Desejamos a todos um feliz 2014, repleto de conquistas!!

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Nova onda de protestos contra Ebserh mobiliza universidades em todo o país

andes.org.br
Nova onda de manifestações contra a privatização dos hospitais universitários via Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares) nesta semana envolve universidades federais em diferentes regiões do país. Várias Seções Sindicais denunciam a introdução do tema na pauta das reuniões de fim de ano dos Conselhos Universitários. Outras se mobilizam, realizando debates ou participando de audiências públicas específicas sobre a adesão.

Os dirigentes da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Adunirio – Seção Sindical do ANDES-SN) alegam que alguns reitores se aproveitam das férias para aprovar a privatização dos hospitais universitários. “Nosso reitor Jutuca esperou o esvaziamento de fim de ano para marcar o Conselho Universitário para votar a mercantilização de nosso hospital universitário, por meio da Ebserh”, informa a nota de convocação para o ato público contra a Ebserh, com a Comissão dos Três Segmentos, previsto para ocorrer no dia 16 de dezembro, no auditório do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG).

A nota de convocação da Adunirio informa que a reitoria da universidade quer terceirizar o bandejão e que “a Ebserh permitirá o atendimento por planos privados de saúde e convênios com a iniciativa privada, além de poder direcionar a pesquisa e a extensão para interesses do mercado, não da comunidade acadêmica e muito menos da população”, denuncia. Diz ainda que “a única solução apresentada pela reitoria e pelo governo (PT/PMDB/PCdoB) é essa empresa, que não traz dinheiro novo e já surge com uma dívida com o Banco Mundial de R$ 5 milhões. Essa mesma empresa oferece cursos de capacitação no hospital privado Sírio-Libanês e administrará o programa Mais Médicos”.

No outro extremo do país, a Associação dos Docentes da Universidade Federal de Pelotas – Seção Sindical do ANDES-SN (ADUFPel) convida docentes, estudantes e técnicos para um ato público contra a privatização do Hospital Escola, nesta quarta-feira (11), às 9h, no Campus Capão do Leão. Haverá outra manifestação contra a Ebserh, na quinta-feira (12), às 17h, na Faculdade de Medicina. As duas atividades contam com a presença da professora da Universidade Federal Fluminense (UFF) e 2ª vice-presidente da Regional Rio de Janeiro, Elisabeth Vasconcelos Barbosa, e do representante da Frente nacional contra a Privatização da Saúde, Cláudio Augustin.

Os professores da Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal de Santa Maria (Sedufsm-SSind.) participaram, na segunda-feira (9), de uma audiência pública na qual foi definido que a “Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul deverá criar uma frente parlamentar para debater os impactos privatizantes da Ebserh nos HU”. Convocada pela Comissão de Segurança e Serviços Públicos da Assembleia, a audiência foi realizada no auditório da Seção Sindical com a participação do deputado estadual Jorge Pozzobom (PSDB), que presidiu a atividade.

Além dele, participaram da mesa, Rondon de Castro, presidente da Sedufsm; Rogério Silva, coordenador geral da Associação dos Servidores da UFSM (Assufsm); e Carlos Renan do Amaral, representante da Frente em Defesa do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM) e ex-diretor da unidade hospitalar. Dentre outros encaminhamentos, foi aprovado que o deputado tucano deverá encaminhar um documento para o Conselho Universitário da UFSM, que se reúne nesta quinta-feira (12), com as ponderações feitas na audiência.

No Norte do país, a comunidade universitária da Universidade Federal do Pará (UFPA) participou da primeira audiência pública, realizada pela reitoria da instituição, na sexta-feira (6), sobre a adesão à Ebserh. Docentes, estudantes e servidores técnico-administrativos lotaram o Centro de Convenções Benedito Nunes e têm se mobilizado contra as ameaças de privatização dos Hospitais Universitários João de Barros Barreto e Bettina Ferro de Souza.

A audiência contou com a participação de representantes da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Pará (Adufpa – Seção Sindical do ANDES-SN), do Diretório Central dos Estudantes (DCE), do Sindicato dos Trabalhadores das Instituições Federais de Ensino Superior (Sindtifes), do Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa), do Ministério Público Federal (MPF), além de dirigentes do Hospital Barros Barreto e das Secretarias Municipal (Sesma) e Estadual de Saúde (Sespa). A Adufpa convocou a categoria e demais segmentos universitários para uma manifestação contra a adesão para esta quarta-feira (11), na reitoria.

Na UFRJ, após um ato realizado no Conselho Universitário, estudantes, técnicos e professores barraram a adesão da universidade à Ebserh este ano. Na semana passada houve posse de 150 profissionais da saúde concursados pelo Regime Jurídico Único (RJU). Na Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e na Universidade de Brasília (UnB), a adesão comprovou que não houve nenhum tipo de melhoria e investimento nos hospitais.

Na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), uma reportagem do site de notícias G1 dá conta de que, no dia 2 de dezembro, estudantes e integrantes do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal de Pernanbuco (Sindufpe) ocuparam o prédio da reitoria após a direção da universidade atropelar o Conselho Universitário com a aprovação da mudança na gestão do Hospital das Clínicas, que passará a ser administrado pela Ebserh. Segundo o G1, os manifestantes são contra a adesão e alegam que a medida retira completamente a autonomia da UFPE em relação ao HC.

Ainda segundo a reportagem, em uma votação polêmica e apressada, o Conselho Universitário aprovou por maioria que o HC irá aderir à Empresa. "A gente entende que essa votação não foi consolidada. Não houve uma discussão sobre o assunto, que é muito polêmico. Eu, como conselheiro, não consegui votar. Na minha opinião, essa reunião do Conselho Universitário não vale", afirmou ao G1 o presidente da Adufepe, Seção Sindical do ANDES-SN, José Luís Simões.

Bancários: Sindicalizar para fortalecer a nossa luta!


Muitas críticas são feitas ao Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, a grande maioria delas são justas. Mas, estão dirigidas ao alvo errado, porque o Sindicato somos todos nós. Na verdade, temos que fazer uma distinção clara entre a entidade sindical e sua diretoria, as diretorias passam e o Sindicato permanece.

Dizemos isso porque concordamos que faz muito tempo a condução das nossas lutas não reflete as reais necessidades da categoria bancária. Para enfrentar uma patronal tão poderosa como são os banqueiros, que mandam inclusive nos governos de plantão, precisamos de muito mais organização e democracia em nosso movimento. 

As campanhas salariais e demais lutas, só poderão ter perspectiva de êxito se estiverem calcadas na participação ativa dos bancários. Em cada prédio, em cada região, os bancários precisam construir sua organização, cabe à direção sindical estimular e garantir os meios para que isso possa se concretizar.

Diretoria de Sindicato não pode substituir a classe, muito pelo contrário, somente a ação consciente da categoria pode colocar o movimento sindical no caminho das lutas e das conquistas. A construção do nosso Sindicato foi resultado do esforço de gerações de bancários, uma história de lutas e sacrifícios que não pode ser jogada no lixo.

Nós, bancários da Unidade Classista, fazemos um chamado aos colegas dos bancos públicos e privados a cerrar fileiras em torno do nosso Sindicato, participando das suas assembleias, congressos e eleições. Se queremos um Sindicato forte e atuante não podemos nos omitir.

Bancário o Sindicato é nosso, sindicalize-se e participe!

 

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

O RISO E O CHORO PELOS MENSALEIROS

Estamos assistindo a um apaixonado debate sobre a prisão dos mensaleiros. Os que condenam as prisões alegam tratar-se de presos políticos e que há vários corruptos, de outros partidos, impunes e, por isso, a pena é injusta. Os que se regozijam, afirmam que são ladrões, que têm que pagar pelos crimes.


Não quero cair nesse maniqueísmo, em questão tão profunda. Deve-se examinar como o PT chegou a essa situação. É preciso uma análise fria, calcada em fatos.  Não criar bode expiatório, nem cair em ufanismo.


Devo declarar que convivi estreitamente com o PT quando eu era dirigente da CUT. Conheci as entranhas desse Partido, cuja atuação no governo venho combatendo com convicção. Mas, nessa hora, não se pode jogar água no moinho da direita e, por isso, não me alinho aos que se regozijam com as prisões. Como acho sem fundamento a choradeira; parece desespero.


Não me alegra a situação dos presos, não só devido ao imenso prejuízo para as esquerdas, mas também porque a degradação de quem quer que seja não é motivo de regozijo. Não me alinho aos chorões porque sei que a denúncia do Sr. Roberto Jeferson tem fundamento, como reconheceu o então Presidente beneficiário, ao pedir desculpas ao povo, em cadeia nacional de televisão. Essa confissão é grande nutriente para a tese “Domínio dos Fatos”. E mais: José Dirceu, devido à sua participação, teve o mandato de Deputado cassado pela Câmara dos Deputados, apesar de o governo dispor de maioria na Casa. 


As ressalvas anos depois apresentadas, não anulam o valor desses dois fatos.

É óbvio que a grande mídia tira proveito, ao tempo em que esconde os escândalos dos grupos que lhe são afins, mesmo com provas contundentes. Porém, se os escândalos são maiores ou menores, não importa. Roubo é roubo. E gatuno tem que ser punido. É preciso denunciar os outros.


Não se justifica, porém, a forma autoritária das prisões. É violência colocar em cárcere fechado quem foi condenado em regime semiaberto. E o prisioneiro doente deveria ter tratamento adequado. Tratamento que deve ser também para o outro doente, o Roberto Jeferson.


Mas não é válido o argumento de que há vários corruptos em liberdade e, por isso, os do PT não podem ser presos. Temos é que exigir julgamento para os gatunos do PSDB, do PDT, do PR, do PMDB etc. Não é porque os pastores de igrejas mercantilistas escorcham impunemente o povo, que os políticos também podem fazê-lo. A existência de governos corruptos não justifica que outro também o seja. O grande escândalo na prefeitura paulista, a compra de votos para prorrogar o mandato de FHC etc. não autorizam nem justificam a  desonestidade de outros. Atos ilícitos, de qualquer um, devem ser punidos.


Para mim, é mais importante examinar se a atual situação do PT é fruto do trabalho da direita ou se é por causa dos erros do próprio partido. 


É cristalino que houve uma metamorfose ideológica no partido. Um dos pecados capitais do PT é não abrir a caixa preta de FHC. Quantas patifarias viram à tona. Mas, quem tem telhado de vidro... Não fez a prometida auditoria da privatização da Vale do Rio Doce. Muito menos a da escandalosa dívida pública. E governa igualzinho ao PSDB-DEM-PPS, com indecentes coalizões. Lula acovardou-se ao não levar adiante o projeto de regulamentação das mídias, do ex-ministro Franklin Martins. E quanto ao que seria “Comissão da Verdade e da Justiça”, exigida em mais de cem fóruns e seminários em todo o país, aceitou as pressões da direita e retirou o “da Justiça”.


São trágicas as semelhanças dos governos petistas com os dos tucanos: submissão total ao sistema financeiro, às empreiteiras e ao agronegócio. Em meu blog (ronaldbarata.blogspot.com), cito muitos exemplos.


Que dizer das privatizações dos aeroportos e rodovias! E das transferências de nossos recursos naturais, como o preciosíssimo nióbio? E o enfraquecimento da Petrobras, de Itaipu e da Chesf.  E a entrega à iniciativa privada do maior campo petrolífero do mundo, o de Libra, além dos que já entregou do pós sal.


Ademais, conforme declarou Lula, nunca os banqueiros ganharam tanto dinheiro como no governo dele. Se o sistema financeiro e todo o grande capital  está contemplado, plenamente satisfeito, por que haveria um golpe? O papel carbono atende perfeitamente, tanto quanto o original. A política econômica tem como pilares o câmbio flutuante, as metas de inflação e o superávit primário, receita do FMI implantada por FHC e continuada por Lula e Dilma.


Os governos petistas poderiam ter aprofundado a democracia; fortalecido os movimentos sociais, principalmente o sindical; democratizado os meios de comunicação. Preferiram silenciar pela cooptação, conjugado com a aliança com o capital, e ceder migalhas aos pobres. É, literalmente, a receita norte-americana que Lula aprendeu quando fez curso no IADESIL, escola de sindicalismo da CIOLS, criada pela AFL-CIO (braço sindical da CIA). A CUT está filiada à CIOLS- Central Internacional das Organizações Sindicais Livres.
O BNDES recebeu do Tesouro, em quatro anos, cerca de R$ 400 bilhões, que emprestou a empreiteiras, bancos e agronegócio a 5,5 e 6% e que o Tesouro captara a juros de 15%,17%, 13%; E mais o que entregou aos eikes batistas.


Rotular como presos políticos é bazófia. O partido no poder é o dos apenados. O Tribunal que os condenou tem folgada maioria de juízes indicados pelos presidentes petistas. No Congresso Nacional, o governo goza de larga maioria. As Forças Armadas, felizmente, estão recolhidas. Repito: Mais que qualquer discurso dos juízes, para mim, vale a confissão de Lula em rede nacional de TV e a cassação de José Dirceu. 

           
Encerro com uma declaração do petista que participou da elaboração do plano estratégico do primeiro governo Lula e ex diretor da Petrobras, Ildo Sauer, corroborada pelo ex diretor do BNDES no governo Lula, Carlos Lessa: O patrimônio público está sendo entregue aos grupos econômicos, sem contrapartida e compromisso... Infelizmente, não temos um governo com visão estratégica, e nem projeto de país, a fim de buscar uma base de ampliação dos benefícios sociais, a criação de autonomia, o fim das assimetrias”.

         Em 20 de novembro de  2013                 RONALD SANTOS BARATA







sábado, 23 de novembro de 2013

Assembleia do BB em 2013 no Rio de Janeiro

Ligações Perigosas: BB, Votorantim e Eike Batista.



O banquinho falido da família Ermírio de Moraes, salvo pelo BB através da generosa compra de suas ações, não para de reservar surpresas e das boas. Se não bastasse a sucessão de prejuízos, R$ 1,56 bilhão em 2012 e neste ano, até setembro, o resultado negativo já alcançou R$ 633 milhões, agora essa performance vai ser turbinada pelo calote do “empresário do ano”, o popular Eike Batista.
 
O Votorantim garantiu através de fiança um empréstimo de R$ 570 milhões feito pela OSX junto ao BNDES, como a empresa entrou em recuperação judicial (concordata) e não honrou o compromisso, o banco foi obrigado a pagar. Agora o Votorantin é credor do Eike.


Com esta “surpresinha”, o balanço do banco Votorantim vai ficar ainda mais vermelho, enquanto isso, os gestores do BB, responsáveis pela aquisição de 49% das ações desse banco, continuam onde sempre estiveram e nem ao menos ficam vermelhos de vergonha. Com a palavra o TCU, o MPU e etc. e tal.

UC Bancários Rio

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Greve de 2013: De protagonistas a figurantes!




Terminou mais uma campanha salarial dos bancários que, a exemplo das últimas, não foi mais do que a encenação de um triste espetáculo no qual os bancários participaram de forma muito tímida. Nós, que deveríamos ser os protagonistas desta peça, deixamos o papel principal e passamos a meros figurantes. Desde o inicio, com a pouca participação nos congressos para discussão da pauta e estratégia da campanha, na pequena presença nas assembleias de deflagração e de organização do movimento e, por fim, na baixa adesão ao movimento grevista. A greve, praticamente inexistente nos bancos privados, foi fraca inclusive nos bancos públicos, com uma grande quantidade de agências fechadas, mas com um contingente enorme de funcionários no seu interior, trabalhando.

Governo Dilma: totalmente alinhado com os banqueiros

O desenrolar da campanha mostrou também a sintonia fina entre o governo Dilma e os banqueiros. Sempre atenta aos humores dos senhores da banca, dona Dilma usou o peso dos bancos públicos na mesa única para ceder o mínimo durante as negociações e derrotar a greve. Quando se trata de atender aos interesses dos bancos esse governo PT/PMDB age com presteza, aumentando juros, liberando as tarifas e comprando bancos falidos. Com tudo isso, ainda existem dirigentes sindicais, especialmente os da CUT, defendendo e participando de governos como este.

Desorganização e Greve de Pijama

Dos bancários que aderiram ao movimento, a esmagadora maioria fez greve de "pijama", não se incorporando às atividades da greve, o que se refletiu nas melancólicas assembleias durante a paralisação, algumas, acreditem, com no máximo 20 pessoas, incluindo aí diretores do sindicato.

É bem verdade que as direções sindicais majoritárias dos bancários, capitaneadas pela CONTRAF-CUT, entre elas a direção do sindicato dos bancários do Rio, fizeram pouco ou quase nada para estimular a participação dos bancários. A direção do sindicato limitou-se a fazer o que sempre faz: empurrar a campanha com a "barriga" sem convocar em momento algum a categoria para discutir a organização da campanha salarial para, nos últimos momentos, quando vem a famosa proposta rebaixada dos bancos, decretam uma greve por tempo indeterminado sem a menor organização de base e, principalmente, sem que tenha sido feita uma discussão consistente nos locais de trabalho. De todos os mais de 120 diretores do sindicato pouquíssimos deram as caras nas agências.

Greve terceirizada: bancários ausentes e tranquilidade para os bancos

Este modelo de "mobilização" ou, melhor dizendo, de desmobilização, tem levado a categoria a acreditar que a sua luta pode ser terceirizada e que o sindicato é um prestador de serviços que, entre outras coisas, deve planejar, organizar e executar uma greve, praticamente a revelia da categoria. Nesse sentido, os bancários de forma generalizada encaram a campanha salarial como se não fosse a sua responsabilidade construí-la, desde a pauta até a greve, enxergam o movimento grevista como um processo de rotina pelo qual a categoria passa todos os anos, que segue um "script" determinado com início, meio e fim, cujo resultado, previsível, será atingido independente da sua participação na luta. Toda esta cadeia de eventos previsível na qual se transformaram as greves de bancários tem contribuído e muito para a deseducação de toda uma geração de bancários que acreditam que poderá haver alguma conquista sem um enfrentamento real com os bancos.

Uma campanha salarial, controlada pelas cúpulas sindicais, com piqueteiros terceirizados, escala de funcionários negociada com os gerentes gerais,  negócios sendo realizados a todo vapor na rede de agências e pelas diretorias, só interessa mesmo aos banqueiros, que dessa forma, passam tranquilamente por uma paralisação de muitos dias. Quem fica no prejuízo é a população mais pobre, expulsa das agências, que fechadas ao grande público se dedicam a bater as famosas metas.

Resultados Pífios

O resultado não poderia ter sido outro. Depois de mais de duas semanas de uma greve com baixíssima participação da base, sustentada com piqueteiros contratados pelo sindicato e com assembleias organizativas que, pela quantidade ínfima de bancários, sequer mereciam o nome de assembleias, tivemos que amargar mais um ano de reajuste salarial pífio (8%) que mal dá para repor as perdas do último ano e certamente não será suficiente para garantir o poder de compra até o ano que vem. Isto diante de um lucro de mais de 30 bilhões (1) dos bancos. Só o Banco do Brasil lucrou mais de 10 bilhões no último semestre.

Além disso, pouco  avançamos no piso salarial, que continua absurdamente rebaixado e nos torna reféns das comissões. Em nada evoluiu o nosso plano de carreira, que não garante a incorporação das funções ao longo dos anos, e diante deste quadro de ampliação das demissões, inclusive em bancos públicos, nada avançamos na conquista da garantia no emprego.

Trocando em miúdos, o pouco que conquistamos nesta campanha será pago com juros e correção monetária aos bancos, que continuarão demitindo em massa, trocando salários maiores por novos funcionários pior remunerados e promovendo o desmonte de setores internos, como no caso do Banco do Brasil, o que sobrecarregará ainda mais os bancários.

Lição importante: Aprender ou perecer

Esperamos que esta campanha tenha servido de lição para todos nós bancários, pois estamos diante de uma crise capitalista internacional cujas consequências são cada vez mais sentidas no Brasil e que significará um aprofundamento da exploração dos trabalhadores brasileiros com mais demissões, ataques aos direitos trabalhistas, e a única forma de resistirmos a estes ataques e tentarmos avançar é com uma coesa e determinada luta de todos os trabalhadores.

Não tenhamos ilusões, esta luta não será travada pelos sindicatos sozinhos. Ela não pode ser terceirizada. Apenas com a nossa participação efetiva teremos chance de resistir e virar este jogo.

A categoria está diante de um momento decisivo onde deve optar em permitir que os bancos continuem a lucrar bilhões e bilhões à custa da nossa saúde física e mental e até mesmo das nossas vidas, ou, se vai dar um basta, tomar partido da luta e trabalhar pelo fortalecimento da nossa organização.
 
Vamos à luta, bancários e bancárias!!
(1) http://www.feebpr.org.br/lucroban.htm

PROJETO QUE LIBERA TERCEIRIZAÇÃO ATACA DIREITOS TRABALHISTAS




O projeto de Lei 4.330 de 2004, do deputado Sandro Mabel (PMDB), trata do processo de regulamentação da terceirização e permite ampliar essa forma de contratação para todas as atividades empresariais, tanto no setor privado quanto no público.  Esse projeto é na verdade uma maneira sorrateira de fazer uma reforma trabalhista, um golpe aplicado na CLT brasileira.

A terceirização é uma estratégia adotada pelas empresas para aumentar o lucro. Como isso acontece? Na terceirização as empresas contratam serviços de terceiros para quebrar o vinculo empregatício direto com o empregador, as empresas contratadas pagam salários baixos, utilizam jornadas exaustivas e não investem em  melhoria nas condições de trabalho. A grande maioria das empresas terceiras desrespeita os direitos trabalhistas, algumas abrem falência ou fecham do dia para a noite e não pagam as verbas rescisórias aos trabalhadores.

O PL 4.330 tem um conteúdo polêmico, libera a terceirização sem limites, inclusive na atividade principal da empresa, seja ela privada ou pública e acaba com a responsabilidade solidária, na qual a contratante arca com as dívidas trabalhistas não pagas pela terceirizada. O texto não faz referência a isonomia em relação a direitos e salários, admitindo que o trabalhador terceirizado, mesmo executando as mesmas atividades de um trabalhador efetivo, não tenha garantia dos mesmos direitos.

Outro ponto polêmico do projeto é a legalização da terceirização no setor público. O governo manteve uma política de terceirização agressiva, terceirizando setores na educação, saúde, bancos, petróleo. Por trás desse mar de terceirização, se esconde interesses eleitorais, as empresas financiam campanhas partidárias para que no futuro possam ser contratadas como terceiras, quanto mais terceirização, mais verbas para campanhas. Além da imoralidade, a terceirização viola a norma do ingresso por concurso público e diminui as vagas nos concursos.
     
O PL 4330 propõem na verdade uma reforma trabalhista, algo muito sério que deveria ser amplamente divulgado e discutido pela população brasileira, mas Infelizmente, o projeto tem o apoio dos empresários, inclusive dos meios de comunicação, por isso não existe interesse de  divulgação pela mídia.  Deputados e senadores são, na sua grande maioria, ligados e financiados pelo capital, isso faz com que o projeto tenha grande chance de acabar aprovado.

Com a mobilização unitária do movimento sindical o projeto está parado na Câmara dos Deputados, mas a pressão patronal continua e no Senado foi retomado o PL 87, de autoria do senador Eduardo Azeredo (PSDB), com o mesmo teor do PL 4330. Essa ameaça aos direitos trabalhistas poderia ser liquidada se a base de apoio ao governo Dilma se dispusesse a votar contra esses projetos. Mas como sabemos, a presidente está mais interessada em entregar o nosso petróleo e continuar privatizando o que restou das empresas estatais.

Portanto, nós, bancários e demais categorias profissionais, precisamos intensificar a luta, organizando uma grande jornada de manifestações e greves contra esse PL 4330 e sua cópia, o PL 87, que, se aprovados, vão significar o fim da possibilidade de um emprego descente para a maioria dos trabalhadores brasileiros.