PCB-RR

quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

NÃO FOI ACIDENTE! VALE MATA MAIS UMA VEZ


O Sindibancários/ES se solidariza com todos familiares e amigos das vítimas do rompimento da barragem em Brumadinhos (MG), na última sexta-feira, 25. O Sindicato também expressa total indignação com mais esse crime cometido pela Vale, maior mineradora do Brasil e a terceira do mundo.
A ganância e a negligência da Vale fizeram o mar de lama ressurgir em Minas Gerais. Desta vez, o crime ambiental e humano, que atingiu a cidade de Brumadinhos, na região Metropolitana da Belo Horizonte, deixou mais de 60 mortos e mais de 288 desaparecidos até o momento, além de devastar a fauna e a flora da região do Córrego do Feijão e matar o rio Paraoeba, que corta Brumadinhos e deságua no rio São Francisco.
A tragédia, infelizmente, já era anunciada. Mesmo após três anos do rompimento da barragem de Fundão,  em Mariana (MG), da mineradora Samarco, pertencente à Vale e à BHP Billinton, o descaso com a situação das barragens nas áreas de mineração da Vale prevaleceu.
Natureza, vidas humanas:  nada disso parecem ter valor quando a extração de minério em larga escala é o que interessa. Em 2018, a Vale distribuiu  R$ 7,7 bilhões em lucros para seus acionistas. No entanto, pagou menos de 6% das multas recebidas após o crime em Mariana e até hoje não indenizou todas as famílias. Pescadores, donos de pousada, marisqueiros e artesãos ainda lutam para serem considerados vítimas do crime ambiental contra o Rio Doce, que era fonte de renda de milhares de famílias e foi brutalmente assassinado com o rompimento da barragem de Fundão em 2015.
Além de destruir o Córrego do Feijão, o crime em Brumadinhos também está sendo considerado o maior acidente de trabalho da história brasileira. Entre as vítimas, o maior número é de funcionários da Vale e de empresas terceirizadas. A nova lei trabalhista, no entanto, penaliza  os  trabalhadores que recebem menos ao estipular que o valor da indenização por dano moral seja de no máximo 50 vezes o valor do salário contratual do empregado. Famílias foram destruídas e podem ainda receber uma indenização irrisória pela perda irreparável de um familiar.
A vida vale mais do que o lucro e a ganância! Reiteramos nossa solidariedade às vítimas desse crime e nosso apoio na luta em defesa da vida, pela responsabilização da Vale que deve arcar com todos os custos de reparação de danos às pessoas e à natureza, e contra esse sistema perverso que privilegia o enriquecimento de alguns em detrimento da vida humana e da natureza. Não foi acidente!
NOTA DA INTERSINDICAL
Mais uma vez o mar de lama da Vale faz o Brasil chorar. Mais uma vez a Vale deixa um rastro de mortes e destruição do meio ambiente. O rompimento da barragem da mina do Córrego do Feijão, na cidade Brumadinho, em Minas Gerais, é mais um crime bárbaro da companhia Vale. Neste quinto de dia após o desastre criminoso de Brumadinho, já estão confirmadas 65 mortes e 279 continuam desaparecidas. O rio Paraopeba, que abastece a Região Metropolitana de Belo Horizonte, já está contaminado e a lama tóxica deve chegar no rio São Francisco nas próximas semanas.
Os riscos da extração de minério em larga escala são enormes. Por isso, a segurança dos trabalhadores e das comunidades vizinhas, assim como a proteção ao meio ambiente, exigem altos investimentos e manutenção contínua. Não é o que faz a Vale. O modus operandi da mineradora é a redução de custos para a ampliação os lucros. Apenas em 2018, a Vale distribuiu R$ 7,7 bilhões em lucros para seus acionistas. Apesar de seguidos alertas sobre a segurança de seus minas e apesar do rompimento criminoso da Barragem de Fundão, três anos atrás, em Mariana, a Vale nada fez para prevenir novos desastres. Para a Vale, o lucro está acima da vida e da natureza.
Ao mesmo tempo, o que temos assistido dos poderes públicos é a completa conivência e omissão. O simples funcionamento de barragens de rejeito de minério, por exemplo, é proibido em diversos países. Aqui, além da autorização para operarem, as leis são flexíveis e não há fiscalização adequada. Para piorar, quando ocorrem desastres criminosos, como o de Mariana, as mineradoras não são devidamente responsabilizadas.
Não podemos pagar para ver outro mar de lama assassino. O Estado brasileiro precisa agir com firmeza para dar um basta ao vale do tudo das grandes mineradoras.
Neste momento, a indenização das vítimas deve ser prioridade. A Vale precisa ser responsabilizada não apenas pelas mortes, mas pelos danos causados a todas pessoas atingidas de alguma forma, seja no âmbito da saúde, da moradia ou do trabalho. Além disso, deve ser responsável pela recuperação ambiental da região e todos os rios atingidos pela lama tóxica.
Para isso, a Intersindical – Central da Classe Trabalhadora defende o congelamento, seguido de expropriação dos bens dos responsáveis pelo rompimento da barragem da mina do Córrego do Feijão, o que inclui toda a diretoria atual da Vale.
Quanto ao poder público, é urgente acabar com a flexibilização das leis ambientais, que alivia a fiscalização sobre as mineradoras e permite empreendimentos de altíssimo risco sem a menor condição de segurança. O Estado brasileiro precisa regular de perto a mineração de larga escala.
Este caminho, por sinal, é absolutamente oposto ao que vem defendendo o presidente Bolsonaro e seus ministros. A plataforma do atual do governo é de menos fiscalização das atividades e menos critério no licenciamento ambiental. Essa política criminosa, que o governo atual quer levar às últimas consequências, precisa ser combatida.
A Intersindical também acredita que o momento exige a retomada da luta pela reestatização da Vale, criminosamente privatizada, em 1997, pelo tucano Fernando Henrique Cardoso, e pela revogação da Lei Kandir, que desonera as mineradoras desde 1996, destinando bilhões de dinheiro público a empresas criminosas.
Por fim, reforçamos toda nossa solidariedade com as vítimas. Não foi acidente, foi crime!
Intersindical (Texto: Matheus Lobo)
Fonte http://www.bancarios-es.org.br

segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

O SINDICATO NÃO PODE AGIR COMO OS PATRÕES


Na última sexta-feira, 04/01/18, o Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro demitiu dezessete funcionários, sob a alegação de estar enfrentando uma crise financeira oriunda da redução do número de associados e do fim do imposto sindical. A decisão de demitir foi tomada pelo setor majoritário da diretoria (CUT), ignorando a posição contrária manifestada por outras correntes que fazem parte da direção.

 
A diminuição das receitas do Sindicato não ocorreu de uma hora para outra, a redução dos sindicalizados vem ocorrendo já há alguns anos. O fim do imposto sindical é uma ameaça antiga que agora se concretizou, mas foi compensado pela aprovação da taxa negocial no acordo coletivo da categoria.

 
Diante desse quadro, nós da corrente sindical Unidade Classista, como parte integrante da diretoria, temos defendido medidas alternativas de corte nos gastos, como redução e revisão dos contratos de prestação de serviços terceirizados, corte dos cargos de assessoria política, redução do repasse financeiro para central sindical, além de rígido controle de todas as demais despesas. Todas essas medidas são factíveis e poderiam evitar as demissões.

 
É inaceitável que justamente quando mais precisamos de um Sindicato forte e atuante para enfrentar essa conjuntura de ataques aos direitos dos trabalhadores e do perigo iminente de privatização dos bancos públicos, o nosso Sindicato aplique a mesma política do empresariado, ou seja, jogar nas costas dos seus trabalhadores o peso da crise. Além de enfraquecer a nossa entidade, esse tipo de atitude só fortalece a argumentação dos banqueiros.

 
O Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro tem uma história de lutas em defesa da categoria e dos interesses gerais dos trabalhadores que precisa ser mantida. Não podemos assistir passivamente essa política de desmantelamento do nosso órgão de classe. Conclamamos todos os bancários a estarem solidários com os funcionários e a exigirem a revisão dessas demissões. 

              
 
UNIDADE CLASSISTA – BANCÁRIOS RJ