PCB-RR

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Contra o arrocho e as demissões! Por uma Campanha Salarial de Verdade!


    A nossa campanha salarial 2015 caminha para ser uma das mais duras dos últimos anos. Se com a economia em crescimento não conseguimos avançar quase nada em pontos fundamentais das nossas reivindicações como: garantia no emprego, plano de cargos, piso salarial e recuperação das perdas, agora, numa conjuntura de recessão provocada principalmente pela política econômica desastrosa comandada pelo governo Dilma e esse Congresso dominado pelos representantes dos interesses empresariais, com certeza, as dificuldades serão bem maiores.
     
     A prática recorrente dos bancos tem sido promover milhares de demissões,   substituindo bancários com dez a vinte anos de casa por novos empregados com salários menores, ou ainda pior, pela terceirização dos serviços. Até mesmo nos bancos públicos essa redução do pessoal empregado já vem sendo aplicada. Com a recessão em curso no país e o desemprego aumentando, segundo o IBGE já ultrapassou a casa dos 8% no último trimestre, totalizando mais de oito milhões de desempregados, os banqueiros vão se sentir muito mais a vontade para demitir, em que pese os lucros exorbitantes dos bancos.

     Será necessário, portando, redobrar nossos esforços, rompendo com o modelo de campanha praticado nos últimos anos, onde a participação efetiva dos bancários tem sido cada vez menor. A Conferência Interestadual do RJ e ES aprovou vários pontos importantes que serão encaminhados à Conferência Nacional, destacamos, entre eles, a estabilidade no emprego durante a vigência do acordo salarial, questão que se torna decisiva numa conjuntura como essa que estamos enfrentando.

     As assembleias que vão se reunir após a Conferência Nacional é que darão a palavra final sobre a pauta de reivindicações, deverão ser o ponto de partida da campanha salarial. É o momento para romper com esse modelo subalterno e conciliador que vem sendo praticado, em detrimento da organização e mobilização efetiva da categoria bancária para pressionar pelo atendimento das nossas reivindicações. Vamos nos organizar, desde nossos locais de trabalho, para começar essa campanha com força total, comparecendo em massa na assembleia para decidir a nossa pauta e as formas de luta.

A Assembleia Geral de deliberação sobre a pauta de reivindicações deve ser na Galeria do Comércio, para que os bancários possam participar e decidir sobre sua campanha salarial!          

terça-feira, 14 de julho de 2015

METALÚRGICOS NA MERCEDES DE SÃO BERNARDO DO CAMPO RECUSAM O ACORDO DA EMPRESA COM O SINDICATO DOS METALÚRGICOS DO ABC

Extraído de www.intersindical.org.br

São os metalúrgicos do ABC se reencontrando com suas lutas.
No dia 02 de julho os metalúrgicos que trabalham na Mercedes Benz em São Bernardo do Campo/SP foram convocados pelo Sindicato para assembleia, na qual o Sindicato junto com a empresa defendia que os trabalhadores aceitassem a seguinte proposta:
- Redução de 10% dos salários de todos os trabalhadores.
- Reposição de apenas metade do INPC na data-base da categoria
- Para o Plano de Demissão Voluntária, além dos aposentados, também colocaram na guilhotina das demissões, os trabalhadores com estabilidade até a aposentadoria vítimas de acidente e doenças provocadas pelo trabalho.
- A proposta ainda incluía que se o Projeto de Proteção ao Emprego (PPE) for aprovado no Congresso Nacional, então a redução salarial seria maior, pois pela proposta da CUT, Força Sindical e UGT, no PPE, os patrões deixam de pagar 30% dos salários e desse valor não pago 15% são pagos pelo governo através do Fundo de Amparo do Trabalhador (FAT) e outros 15%, os trabalhadores perdem.
A proposta feita pela Mercedes junto com o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, novamente tentava iludir os trabalhadores que isso evitaria as demissões e colocaria de volta ao trabalho parte dos 500 trabalhadores que foram demitidos na volta do lay-off.

A máscara de reduzir direitos com a desculpa de evitar as demissões começa a cair
No ano passado o Sindicato aceitou defender a proposta da Mercedes de redução do piso salarial em 20%, aceitou uma nova grade salarial que achata os salários e por dois anos não ter reajuste salarial acima da inflação.
O Sindicato dos Metalúrgicos também aceitou defender o lay-off afirmando para os trabalhadores que isso era a forma de evitar demissões.
Os trabalhadores que estavam no lay-off foram todos demitidos em abril de 2015 e os patrões com seus auxiliares no movimento sindical tentaram sugar ainda mais nosso trabalho.
Se no ano passado a proposta era de pagar apenas o INPC, agora seria somente metade do INPC, além disso, joga no lixo novamente o direito fundamental garantido na Convenção Coletiva de estabilidade às vitimas de acidente e doenças provocados pelo trabalho.
A assembleia realizada com votação secreta e acompanhada de vaias dos trabalhadores contra a direção do Sindicato reprovou por 74% dos votos, o acordo da Mercedes com o Sindicato.
São mais de 20 anos de conciliação de classes no ABC, a direção do Sindicato que renegou o enfrentamento e aceitou todo tipo de aliança com os patrões agora vê perplexa, os metalúrgicos demonstrando que CHEGA.
Foi uma negociação muito dura. Consideramos que essa é a proposta possível para esse cenário. Nosso desafio é atravessar sem demissões, uma vez que a empresa já anunciou um excedente de 2 mil”. Essa é a fala da atual diretoria do Sindicato após ver sua proposta derrotada pelos trabalhadores.

Os metalúrgicos de São Bernardo do Campo começam a reapreender o ABC da luta
Vendo que seus representantes no Sindicato se tornaram porta-vozes dos patrões, caem as máscaras de todos os acordos de redução salarial como forma de evitar as demissões.
As demissões continuaram a acontecer, os salários foram reduzidos, os direitos foram retirados tudo isso com a conivência da atual diretoria do Sindicato.
Juntos patrões, governo e as centrais sindicais pelegas que tentam impor a redução de salários e direitos tiveram na tarde do 3 de julho de 2015, a triste noticia que os metalúrgicos de São Bernardo começam a se colocar novamente em movimento.
E a decisão dos metalúrgicos na Mercedes fortalece a luta do conjunto dos trabalhadores que com seus Sindicatos de Luta segue na luta contra a redução dos salários e direitos.
FIRMES NA LUTA CONTRA A PROPOSTA DOS PATRÕES, DO GOVERNO E DOS PELEGOS EM REBAIXAR AINDA MAIS NOSSOS SALÁRIOS E DIREITOS.

terça-feira, 7 de julho de 2015

NA CRISE DOS CAPITALISTAS, QUEM PAGA A CONTA SÃO OS TRABALHADORES

Duas notícias ontem mostravam a essência do que é o governo de um partido que, um dia, pretendeu ser dos trabalhadores. Primeira notícia: o ministro titular do Ministério do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, do PDT, colocava seu cargo à disposição, visto que estava sendo acusado pelos seus aliados do PT de somente trazer notícias ruins. Exemplos: aumento do desemprego, aumento da inadimplência, aumento da inflação, tudo isto concentrado nas notícias sobre o povo trabalhador, povo que, teoricamente, deveria estar representado nesse ministério, que, afinal de contas, é do trabalho e do emprego.
Claramente, acerca desta notícia, parece que estamos falando de um ministério nas nuvens, e não de um ministério do governo Dilma, Dilma, esta mesma, que gosta de ser chamada de “presidenta”, Dilma, esta mesma, sagrada presidente com as bênçãos de Lula, Lula, este mesmo, fundador maior do PT.
Tudo isso seria cômico, se não fosse sério. Séria mesma é a notícia do final do dia. E aí chegamos ao assalto ao bolso dos trabalhadores, de forma direta, sem subterfúgios. Ontem, o Conselho Deliberativo do FAT, Fundo de Amparo ao Trabalhador-CODEFAT, transferiu o pagamento do abono salarial, a ser pago entre julho e outubro, para janeiro a março de 2016. Este valor, uma espécie de 14o. salário, é creditado na Caixa Econômica Federal para os trabalhadores que recebem até 2 salários mínimos, aproximadamente R$ 1.600,00 e que estejam empregados. Tal medida foi tomada sob orientação do Ministério da Fazenda, sendo previsto um aporte de aproximadamente 10 bilhões de reais, necessários para engordar as contas do abominável “ajuste fiscal”.
Para maiores esclarecimentos: o CODEFAT é um órgão tripartite, onde estão representados o governo federal, através de alguns ministérios como os do Trabalho e da Fazenda, por empresários, muitas vezes com membros das confederações patronais e pelos chamados representantes dos trabalhadores, por meio de suas centrais sindicais – leia-se CUT, CTB, Força Sindical, CGTB, NCST.
Esta é a verdadeira onda conservadora, que veio, a partir de 2003, para mudar tudo que está aí, para que tudo continuasse como sempre esteve.
*P​aulo Oliveira ​ é membro do Comitê Central do PCB​

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Banco do Brasil aprofunda reestruturação e esvaziamento do RJ

 As reestruturações continuam aceleradas no BB, o CSL Rio acaba de sofrer mais um corte a sua dotação, agora são 98 funcionários, entre escriturários e comissionados, que ficaram excedentes. A transferência de serviços para outras capitais, sem nenhuma explicação plausível, deixa a suspeita de que a estratégia final é terceirizar a maioria deles.

Não se iludam os colegas da rede de agências, nesse modelo o varejo pode funcionar totalmente terceirizado, ficando diretamente com o banco apenas os grandes clientes. Todos os passos indicam essa direção, que o diga o banco postal.

O modelo de gestão do Banco do Brasil segue os passos dos seus pares privados, Bradesco e Itaú. Até aqui tudo muito coerente, porque o governo Dilma caminha na direção de mais privatizações, assim, o BB já estaria praticamente pronto para ser ofertado ao mercado financeiro. Os abutres já estão afiando as suas garras!

É urgente uma tomada de consciência do funcionalismo do BB, para não chorarmos o leite derramado depois

quinta-feira, 2 de julho de 2015

O (des) governo Dilma, do Blog do Azedo.

Nas Entrelinhas: Luiz Carlos Azedo

Correio Braziliense- 03/07/2015

O escândalo da Petrobras e as “delações premiadas” da Operação Lava-Jato, com crise econômica e as consequências do ajuste fiscal, estão desconstruindo de forma irreversível a imagem do governo Dilma

Nunca antes neste país, talvez nem durante a debacle do regime militar, um presidente da República amargou índices tão baixos de aprovação como Dilma Rousseff. A pesquisa Ibope-CNI divulgada ontem foi de arrasar: a avaliação ótimo/bom do governo é de apenas 9%, o pior resultado de um ocupante do Palácio do Planalto desde a redemocratização.

Confirmando a tendência do levantamento do Datafolha, os números agora divulgados mostram que a popularidade da presidente continua em queda: a atual rejeição ao governo chega a 68% de ruim e péssimo, a maior já registrada pela série histórica das pesquisas Ibope. Consideram o governo regular apenas 21% dos entrevistados.

No levantamento divulgado em abril, a petista já havia empatado com o ex-presidente José Sarney, que, até então, era o governante com a maior rejeição da série histórica do Ibope, com 64% dos entrevistados avaliando sua gestão como “ruim” ou “péssima”. Já 23% consideraram a gestão “regular”, e apenas 12% como ótimo/bom.

Outras notícias negativas foram a rejeição a sua maneira de governar (83%) e o fato de 78% dos entrevistados afirmarem não confiar nela. Imaginava-se que estaria no fundo do poço, mas Dilma não estava, mergulhou mais ainda. É o que a pesquisa mostra.

"Desconstruçao"

A avaliação negativa (“ruim/péssimo”) do governo cresceu quatro pontos percentuais entre março e junho. O percentual positivo (“ótimo/bom”) caiu três pontos. Considerando somente o confronto entre os extremos da avaliação (“ótimo” e “péssimo”), o cenário é ainda pior: somente 1% classifica o governo como “ótimo”, enquanto 50% o avaliam como “péssimo”. Sua impopularidade funciona como uma força centrífuga no governo, provocando mais desagregação na sua base e absoluta incapacidade de coesionar os próprios esforços administrativos.

Na administração, agora impera o cada um cuida de si, a famosa Lei de Murici. É aquela do coronel Tamarindo em Canudos, na debandada da terceira campanha do Exército, comandada por um desastrado Moreira Cesar, o famoso corta-cabeças da Guerra do Paraguai, que morreu esquartejado pelos jagunços nos sertões da Bahia.

Não é à toa que o governo amarga os piores índices de aprovação: é rejeitado em todas as áreas, inclusive no combate à fome e à pobreza (68%) e ao desemprego (83%), importantes bandeiras dos governos do PT. O combate à inflação também é fortemente desaprovado (86%).

Há várias maneiras de conceituar um desgoverno. Na linguagem náutica, diz-se que está à matroca, ou seja, desgovernado. À deriva seria um governo que tem rumo, mas sofre a influência das marés e das correntezas e pode corrigi-lo ainda, para chegar ao porto seguro. Não parece mais ser o caso.

O escândalo da Petrobras e as “delações premiadas” da Operação Lava-Jato, com crise econômica e as consequências do ajuste fiscal, estão desconstruindo de forma irreversível a imagem do governo Dilma. Pelo resultado das pesquisas, estamos diante de um “mau governo”.

Há que se considerar que o Ibope ainda não captou o impacto da delação premiada de Ricardo Pessoa, dono da UTC, que revelou a suposta utilização de recursos do Petrolão na campanha de Dilma à reeleição.

Mas não é somente do ponto de vista ético que ocorre a desconstrução, ela corrói também a principal marca da passagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo Palácio do Planalto. As maiores reduções da popularidade ocorrem entre pessoas com renda familiar baixa que residem na Região Nordeste, com baixo grau de instrução e na faixa etária acima de 55 anos. Essa é a base social que garantiu a permanência do PT no poder durante os últimos 12 anos.

Os entrevistados também mostram pessimismo em relação ao futuro. Somente 11% avaliam que as perspectivas em relação ao restante do governo Dilma é “ótimo/bom”, enquanto 61% têm uma avaliação negativa (“ruim/péssimo”). O resultado é um “barata voa” no Congresso Nacional.

A base do governo vota contra o Palácio do Planalto em questões de primeira ordem para o sucesso do ajuste fiscal, como aconteceu na noite de terça-feira no Senado, quando foi aprovado o aumento salarial dos servidores do Judiciário, que chega a 78%. Na Câmara, o governo só conseguiu evitar a aprovação do projeto de reduz a maioridade penal por estreita margem de 5 votos, mas ontem a reduçao foi aprovada de forma abrandada, após uma manobra regimental.

A pesquisa contribui para que o ambiente político fique ainda mais incerto e reforce as pressões internas no PMDB para que o vice-presidente Michel Temer deixe a coordenação política do governo, ainda mais porque as relações dos parlamentares da legenda com o PT vão de mal a pior.

O PT simplesmente resolveu jogar para a arquibancada e deixar o ônus da aprovação do ajuste fiscal para o PMDB, que não caiu na armadilha e passa o abacaxi para Dilma descascar, ou seja, vetar as matérias que inviabilizam o ajuste fiscal. E la nave va.