PCB-RR

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Coração Valente

Estava de recesso, descansando até o próximo dia 5, quando retomo o trabalho. Infelizmente, a presidente Dilma e seu ministro-chefe não deixaram continuar de folga. Tomaram uma atitude corajosa e resolveram corrigir distorções históricas da Previdência Social, como o seguro-desemprego, o auxílio-doença, as pensões e até arrolaram os pescadores artesanais, devidamente enquadrados.
                       
Como publicou este MM, o corte de direitos correspondente a R$ 25 bilhões anuais, cerca de 25% do superávit primário de 2015. Os pobres coitados dos agiotas nacionais e internacionais agradecem.

O pacote de final do ano não se restringe à presidente. A conta de luz aumentou, as mensalidades escolares também, os preços das passagens de ônibus nem se fala, e até o salário mínimo mudou, mas foi só corrigido, afinal R$ 3,58 por hora trabalhada é o limite que as empresas e os governos podem pagar. A Constituição? Ora, dane-se a Constituição.

É a primeira medida de impacto do ministro das transnacionais indicado pela presidente, que sequer assumiu. Imaginem quando ele estiver à frente da pasta. Podem ter certeza, outras medidas contrárias ao povo vêm por aí.
O PMDB, bom malandro, não quer assumir a relatoria do projeto na Câmara. Propõe que um deputado do outrora Partido dos Trabalhadores o faça e arque com as conseqüências. Nada mais justo.

A chamada oposição – que só se opõe a quem ocupa a cadeira no Palácio do Planalto – já manifestou sua discordância com o corte de direitos. Possivelmente proporá atacar ainda mais os dependentes da Previdência, apesar do discurso de pretender defendê-los. É pura mise-en-scène para inglês ver. Os dois são farinha do mesmo saco.

O cenário ainda se compõe com texto de um articulista de um jornal do Rio de Janeiro, que especula sobre uma possível depressão da presidente, que andaria chorando pelos cantos. O contraponto veio de bate-pronto: uma foto de Dilma Rousseff sorrindo em uma praia no Nordeste. Afinal, foi lá que ela teve a maior votação proporcional no segundo turno.

Dá pena e pasmeira saber que muitos trabalhadores honestos, militantes históricos, outrora defensores do povo e da democracia fazem coro à presidente e seu partido. Estarão em pé vendo sua posse, vestidos de camisetas vermelhas estampadas com a foto de Dilma de óculos, do tempo que era revolucionária. A mesma utilizada na reta final do segundo turno quando, desesperada, usou sua antiga imagem para sensibilizar setores da esquerda e vencer a eleição.

O pobre do William Wallace se remexe nas inúmeras imagens que o saúdam como herói escocês, enquanto nós, aqui, também nos remexemos, indignados com tanta subserviência ao capital.

Se Dilma viu Braveheart possivelmente não gostou.

Afonso Costa
Jornalista


domingo, 14 de dezembro de 2014

Cuidado, 2015 vem aí!


Na terça-feira (16) ocorre a primeira audiência judicial na qual 20 manifestantes são acusados de perturbar a ordem, incitar a violência, formar quadrilha etc., em ato às vésperas da final da Copa do Mundo. As prisões foram consideradas inconstitucionais e sem fundamento legal, segundo a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Anistia Internacional.

Já na semana passada, o deputado Jair Bolsonaro agrediu uma deputada do PT, com ampla repercussão na internet, mas não tão abrangente assim nos meios de comunicação empresariais.

No Dia Internacional dos Direitos Humanos, 10 de dezembro, a Comissão da Verdade entregou relatório responsabilizando ex-presidentes da República e militares do alto escalão, entre outros, pelos crimes cometidos durante a ditadura militar-empresarial. Em destaque, a constatação de que os três maiores jornais do país apoiaram explicitamente o regime, sendo que um deles teria financiado a Oban – Operação Bandeirantes – e utilizado seus carros para sequestrar vítimas dos porões da tortura.

Fato inusitado veio da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, na qual o vereador Carlos Bolsonaro (PP) tentou intimidar o vereador do PSol, Renato Cinco. O vídeo correu a internet devido a coragem e lucidez com que o último enfrentou o filho do deputado Jair Bolsonaro, conhecido pela truculência e defesa da ditadura.

Somando-se a esses fatos as patéticas manifestações da extrema-direita propondo o impeachment da presidente da República e o retorno da intervenção militar, temos o cenário político no qual o país se encontra após a votação no congresso da elasticidade para o cumprimento do superávit primário.

Os principais partidos conservadores – PSDB, DEM e PPS – não se manifestaram sobre nenhum dos fatos políticos recentes. Mas sobre a garantia de pagamento para os grandes agiotas nacionais e internacionais travaram uma verdadeira batalha no congresso, apoiados justamente pelos três jornais citados como aliados do golpe militar-empresarial, com suas respectivas teias na rádio, televisão e internet repercutindo a defesa do sistema financeiro.

Sistema esse que nunca esteve ameaçado, ao contrário, está cada vez mais fortalecido, vide a indicação da equipe econômica do novo governo e a pífia previsão de crescimento de 0,8% do PI B em 2015.

A cereja do bolo, porém, não é o choro da presidente Dilma, mas sim sua defesa da lei da Anistia, do não revanchismo como chamam os defensores dessa mesma ditadura. O destaque é o silêncio dos militares, que preferiram manter-se calados diante das provas irrefutáveis da participação de vários de seus membros e da utilização de muitas de suas instalações para atos de barbárie absolutamente condenáveis. Bom cabrito não berra.

Essas variáveis tão constantes levam à conclusão que o país deu uma  guinada à direita sem precedentes desde o AI-5. As forças conservadoras no essencial mantêm-se unidas na defesa dos interesses do capital, radicalizando cada vez mais sua ofensiva contra qualquer iniciativa de cunho popular. A sanha anticomunista tomou proporções inadmissíveis. Equador, Bolívia e Venezuela, principalmente a última, são sinônimos de fracasso, de alerta, de perigo. A mídia empresarial esconde propositalmente os avanços sociais e econômicos alcançados por esses países, enquanto enaltece o neoliberalismo e as nações que o propugnam, ainda que as mesmas convivam com forte crise.

As perspectivas para 2015 são as piores possíveis, com redução dos  investimentos governamentais, prioridade para o pagamento da dívida pública, arrocho salarial, crescimento econômico pífio - se é que vai haver -, ataques às conquistas dos trabalhadores e da população em geral, e até mesmo perda de direitos, com aumento ainda maior da concentração de renda e do capital, apesar das aleivosias decantadas pelos governistas.

Se lembrarmos o fiasco do segundo mandato do presidente Lula, que aplicou o receituário neoliberal a fundo e elegeu Dilma apenas devido a seu carisma e identificação com o povo, temos a certeza que o ano vindouro será de muitas dificuldades para os trabalhadores.

As cartas já foram distribuídas e não nos são favoráveis.

Afonso Costa
Jornalista

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

A TIRANIA DE EDUARDO PAES A SERVIÇO DO PARTIDO DOS GRANDES



O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, é notoriamente conhecido pelo destempero. Dotado de um comportamento similar ao de uma criança mimada e "umbigocêntrica" – lançando cinzeiro em assessores, insultando correligionários eenvolvendo-se até em briga na rua –, Paes não sabe lidar com o contraditório e os questionamentos às suas decisões.
Com grupos e opiniões divergentes não dialoga, não negocia. Impõe seus pontos de vista à força. Professores entraram em greve? De imediato corta integralmente os salários e depois aplica descontos por meses, como tem feito desde o fim da greve do professorado da rede municipal, em junho deste ano. Garis em greve, em pleno carnaval? Demissões são realizadas, como, ainda hoje, têm denunciado os funcionários da empresa municipal de limpeza urbana, a Comlurb.
Negociar uma pauta de reivindicações, ouvir as queixas e os problemas que os trabalhadores municipais indicam é pedir muito ao prefeito. Paes toma imediatamente essa ordem de atitudes naturais na administração pública como desfeita pessoal. Por isso, o seu negócio é entrar em queda de braço para demonstrar quem manda. Não pode ser contrariado. Aplica punições arbitrárias, ao arrepio da lei, visando acabar com qualquer capacidade crítica.
O leitor, sobretudo de outro estado, pode imaginar que se trata apenas de um comportamento "ríspido", mas restrito aos funcionários públicos e aos correligionários. Portanto, seria apenas um problema de estilo, envolvendo questões administrativas e corporativas, que não interessariam à população carioca, menos ainda a coletividades de outros lugares.
Ao contrário, interessa tanto aos cariocas, quanto aos leitores de outros estados. Integrante do PMDB, contando com o suporte sistemático das Organizações Globo, que só apresentam notícias positivas do seu governo, Paes tem seu nome ventilado para postular voos mais altos na cena política nacional. As Olimpíadas de 2016, a serem realizadas no Rio, consistirão em vitrine das suas pretensões.
Eduardo Paes tem adotado múltiplas medidas que afetam seriamente aos interesses e à qualidade de vida da população carioca. Em nenhum momento consultou a opinião dos "impactados" por suas ações. Dialogar e ouvir não é com o prefeito, também em relação à população.
Tem privilegiado a construção de corredores exclusivos de ônibus articulados (BRT) como solução para o transporte público. A experiência na zona oeste da cidade, com a Transoeste, tem sido amarga. Retirou linhas tradicionais de ônibus e concentrou os usuários no BRT. Sem criar alternativas de transportes realmente de massas, a superlotação é o resultado óbvio e visível.
A demora nos deslocamentos, que consegue ser maior do que antes, além do desconforto, afeta a qualidade de vida das pessoas. São mais horas perdidas no trânsito e na espera pela viagem, com inúmeras baldeações. Menos tempo de lazer, estudo, descanso e convivência familiar. Por outro lado, a "redução da capacidade ociosa dos ônibus", como dizem as empresas, e a diminuição de empregos no setor, ampliam a margem de lucros dos empresários.
Nada disso interessa ao prefeito. Um outro corredor exclusivo do BRT, mais recentemente posto em operação (Transcarioca), ainda não fez os usuários se depararem abertamente com o problema da superlotação, por conta da manutenção das linhas convencionais. Ainda há opção. Por enquanto.
Nesse sentido, cabe indagar: o prefeito conversou com alguém? Deu-se ao trabalho de consultar a população e aos usuários? Bobagem. Paes não dá satisfação pública. Ademais, outra consequência social, que tem chamado a atenção com as obras associadas à criação dos BRTs, é a remoção de casas populares. Somente com a Transcarioca, cerca de 2000 famílias foram desalojadas, de acordo com dados oficiais. Há pouco (04/12), 9 famílias perderam suas casas devido às obras do BRT . Mais outras tantas, pertencentes a tradicionais comunidades pesqueiras, correm o risco de serem removidas, na região de Jacarepaguá, por conta das obras voltadas às Olimpíadas e à especulação imobiliária, como tem questionado o vereador Renato Cinco (PSOL).
O meio ambiente também é submetido à lógica especulativa do lucro e à inexistência de diálogo com a população. Área de proteção ambiental no bairro da Barra da Tijuca foi destinada à construção de um golfe clube para as Olimpíadas. Por isso, nesse final de semana, sob o lema "Golfe não! Reserva sim!", ativistas estiveram em frente à área para protestar.
Por conseguinte, Eduardo Paes tem criado um caos na cidade, com diversas obras que não guardam qualquer relação com os interesses da população. O que tem feito no centro da cidade é um verdadeiro descalabro. Fechou vias importantes, tornando uma via crúcis chegar ao centro e fazer a ligação entre as zonas norte e sul da cidade. Lotar ruas estreitas do século XIX, com ônibus e carros, tem sido a "solução". Evidentemente, um problema que afeta a circulação em toda a cidade.
Notabilizado por declarações bombásticas, mas igualmente infelizes, a última do prefeito foi: "A perimetral era como o Muro de Berlim, que separava a cidade da sua razão de existir que é a Baía de Guanabara" (O Dia, 05/12/2014). A perimetral foi um longo viaduto que passava à margem do centro da cidade e que ligava as zonas norte e sul. Foi demolida sob a alegação de que "enfeava a região portuária". Agora a região está reservada a empreendimentos imobiliários.
Houve alguma consulta à população? A demolição da perimetral suscitou expressiva controvérsia entre os cariocas. Mas o prefeito dignou-se a ouvir as pessoas? Não. "Nada pessoal, são apenas negócios", diria o célebre personagem do cinema, Dom Corleone.
A comparação com o muro de Berlim, parcialmente, foi infeliz. Infeliz devido a inexistência de qualquer relação entre os contextos históricos, as realidades em questão. Mas, digo parcialmente porque, vindo de Eduardo Paes, a comparação não deixa de ser um ato falho. Possui um interessante significado: expressa sua concepção sobre a cidade.
Como sabemos, o muro de Berlim correspondeu a uma divisão territorial, cultural, econômica e política entre blocos de países. Um símbolo da guerra fria. Contudo, no caso de Paes, a demolição da perimetral corresponde não ao fim de um "muro" que dividisse a cidade, como pretende sugerir. Pelo contrário. Invertendo os termos do que disse o prefeito, dá para entender o seu balbucio de analogia histórica. Na verdade, traduz a destruição da mais importante via que ligava as zonas norte e sul.
Limitar os fluxos de circulação entre as duas áreas – a suburbana e a nobre – reflete um velho anseio das forças sociais retrógradas do Rio de Janeiro. Brizola, em seu primeiro governo no estado (1983-1987), gerou uma grande polêmica quando introduziu linhas de ônibus que faziam tal ligação, facilitando o acesso dos moradores da zona norte às praias. Na contramão, um novo muro social na geografia da cidade é o que tem sido criado por Paes. Acabar com a perimetral, sem a criação de opções, é introduzir barreiras à circulação no espaço urbano carioca.
O Rio, marcado por um potencial libertário de interlocução entre as diferenças culturais e sociais, vê-se, cada dia mais, defrontando-se com uma lógica autoritária que inibe a circulação das pessoas na cidade. Uma lógica que cria obstáculos para os fluxos de trocas culturais, simbólicas e o acesso às áreas que praticamente concentram os bens culturais e de entretenimento dos cariocas. A privatização do espaço público e a gentrificação têm sido intensificadas.
Não há qualquer diálogo com a sociedade. O modelo de cidade instaurado é definido com os interlocutores que interessam: os agentes da especulação imobiliária, as empreiteiras, os donos de empresas de ônibus e a Globo, ou seja, o Partido dos Grandes. Mas, quem paga a sofrida fatura é a maioria da população.
A estreita relação da Globo com Paes atinge, inclusive, o sistema educacional, com contratos sem licitação de mais de R$ 100 milhões com a Fundação Roberto Marinho. É o que denunciou recentemente o vereador Leonel Brizola Neto (PDT) ao Ministério Público.
O Partido dos Grandes possui o domínio exclusivo e está desenhando a cidade como bem entende. Tem o seu chefe, a cuja soberba e autoritarismo dá amplo apoio: Eduardo Paes. Como lembrava o velho Maquiavel, onde os grandes mandam, não há liberdade, apenas tirania. Uma tirania que faz a alegria de alguns e tem prejudicado o bem-estar da maioria. Adepto da concepção da "cidade-negócio", da "cidade-espetáculo", ouvir e dialogar com a população são itens desprezados na agenda de Paes.
ROBERTO BITENCOURT DA SILVA
Fonte:http://www.brasil247.com

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Um governo de classe.


Algumas notícias chamaram a atenção nos últimos dias, pois sucintamente explicam a real Economia brasileira.

A hilária fica por conta de um ex-roqueiro, comandando uma pífia manifestação na Avenida Paulista pelo impeachment do governo Dilma. Patético.

A outra curiosidade foi manchete de vários jornais, afirmando que o país saiu da recessão técnica porque o PIB cresceu 0,1% entre julho e setembro. O conceito de técnico é de quem o criou e o repete, já que uma simples caminhada nas ruas do Rio de Janeiro demonstra claramente que a economia vai de mal a pior, ainda mais no pós-copa, quando foram liberados os mendigos e os meninos de rua, desaparecidos aos olhos dos turistas que vieram se divertir nos 7 x 1.

A manutenção do imenso grau de informalidade no trabalho, segundo a OIT, é a mais preocupante, pois já passa dos 50% do emprego, ou seja, os trabalhadores continuam desassistidos, largados à própria sorte. Isso, apesar do conceito da Organização Internacional do Trabalho que considera o microempreendedor como um trabalhador assistido, em que pese a maioria não contribuir para a Previdência, não ter direitos trabalhistas e nenhuma garantia quanto ao dia de amanhã. Consubstancia-se assim a informalidade como algo produtivo no país do falso PIB e do falso índice de desemprego.

A contrapartida da precária situação são os bilionários em solo tupiniquim, que já respondem por 40,8% do patrimônio líquido da América Latina, de acordo com estudo da Bloomberg. O maior deles, Jorge Paulo Lehmann, com uma fortuna de US$ 24,8 bilhões, subiu cinco posições no ranking, sendo o 28 mais rico do planeta.

Tempero das notícias vem do site de um dos maiores jornais do Rio de Janeiro, que ostenta a notícia sobre o crescimento dos custos da Previdência no Orçamento Geral da União. Ao invés de destacar o principal aspecto, isto é, a obrigatoriedade do governo assistir a quem o sustenta, a matéria descreve o fato com certo ar sorumbático. Como sub, ou no meio do texto do destaque, vem a informação principal, de que o pagamento aos agiotas continua sendo o maior gasto da União. É de dar indigestão.

Como o melhor do banquete é sempre o último prato, as capas das maiores revistas semanais foram unânimes em aplaudir a escolha de Levy para o Ministério da Fazenda. A voz uníssona é que agora Brasil irá sair da crise porque equilibrará as contas públicas, garantindo o superávit primário, a mesada dos agiotas nacionais e internacionais. A mais reacionária das publicações, obviamente, destoa um pouco ao questionar se a presidente Dilma dará autonomia para o ministro radicalizar sua política neoliberal, falida em todo o planeta.

As redes sociais não deixaram de graça e questionam se o governo petista finalmente tucanou. Ora, isso o PT fez em março de 2002, no seu congresso semiclandestino, quando abriu mão de suas bandeiras históricas em prol da governabilidade. Os oito anos de Lula e os quatro de Dilma estão aí para comprovar o fato.

Entre Dilma e Aécio, assim como entre o PT e o PSDB, não existem diferenças ideológicas, quiçá políticas, apenas de saber quem será o garçom que vai carregar a bandeja da entrega das nossas riquezas para as transnacionais.

Haja epistemologia.

Afonso Costa
Jornalista