Na
quarta-feira de cinzas um jovem de fisioterapeuta morreu na porta de
uma UPA – Unidade de Pronto Atendimento – por falta de médico, pois só
havia um no local. Agora, um idoso faleceu na porta de outra UPA também
por falta de atendimento. Ele tinha autorização judicial para ser
transferido para um hospital, mas não agüentou a espera dos tramites
burocráticos.
O
aumento dos assaltos, a continuidade do tráfico de drogas nas
comunidades, a agressão policial contínua a manifestações populares
reivindicatórias, os elevados custos da reforma daquele que um dia foi o Maracanã são apenas algumas das marcas registradas do governo Sérgio Cabral.
O
complemento do quadro se dá nas festas em Paris regadas a champanhe, a
mansão milionária comprada com empréstimos dos seus assessores, aos
helicópteros a serviço dos vestidos da esposa e dos cachorros da
família.
A
violência continua dominando o estado do Rio de Janeiro, cujo número de
mortes é superior ao das guerras no Iraque e no Afeganistão, apesar da
ampla propaganda feita pelos principais canais de televisão.
AS
UPPs são atacadas pois representam apenas a repressão policial junto à
comunidade. Quando uma comunidade é pacificada, as primeiras coisas que
lá chegam são a cobrança da Light e um acordo com a TV a cabo, acabando
com o famoso gatonet. As multinacionais correm para faturar mais algum,
enquanto a assistência social, escolas, postos de saúde, saneamento,
coleta de lixo e outros serviços obrigações do Estado são deixados de
lado. O que interessa é reprimir a população, já que o tráfico continua,
apenas de maneira mais discreta.
Agora,
Cabral vai se desincompatibilizar e vem como candidato a senador.
Provavelmente para continuar enriquecendo sem fazer nada, ao mesmo tempo
em que se protege de eventuais processos se utilizando da imunidade
parlamentar. Ele nunca trabalhou na vida – teve uma coluna em um jornal,
arranjada pelo seu pai, e usa tal artifício para se dizer jornalista.
Nunca pegou no batente, teve empresa ou coisa do gênero, mas mora em um
baita apartamento no Leblon ou Ipanema, não recordo.
Em
seu lugar vem o Pezão, candidato ao governo do estado, para continuar a
sua grande obra. As opções com chances de vencer são de lascar –
Crivela, Lindenberg, Garotinho, César Maia. É hora de fazermos alguma
coisa, nos levantarmos, irmos para as ruas, criarmos espaços políticos
de organização da sociedade, em especial dos trabalhadores, para que
sejamos os protagonistas das nossas vidas, da nossa história. Não dá
mais para conviver calado diante de tanto descalabro.
Afonso Costa
Jornalista
E as coisas boas que ele proporcionou pro Rio? Graças ao governo dele que as coisas melhoraram muito, não vamos ser hipócritas e fechar os olhos pra isso...
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