PCB-RR

quarta-feira, 26 de março de 2014

Um estado sem o Estado

Na quarta-feira de cinzas um jovem de fisioterapeuta morreu na porta de uma UPA – Unidade de Pronto Atendimento – por falta de médico, pois só havia um no local. Agora, um idoso faleceu na porta de outra UPA também por falta de atendimento. Ele tinha autorização judicial para ser transferido para um hospital, mas não agüentou a espera dos tramites burocráticos.
 
O aumento dos assaltos, a continuidade do tráfico de drogas nas comunidades, a agressão policial contínua a manifestações populares reivindicatórias, os elevados custos da reforma daquele que um  dia foi o Maracanã são apenas algumas das marcas registradas do governo Sérgio Cabral.
 
O complemento do quadro se dá nas festas em Paris regadas a champanhe, a mansão milionária comprada com empréstimos dos seus assessores, aos helicópteros a serviço dos vestidos da esposa e dos cachorros da família.
 
A violência continua dominando o estado do Rio de Janeiro, cujo número de mortes é superior ao das guerras no Iraque e no Afeganistão, apesar da ampla propaganda feita pelos principais canais de televisão.
 
AS UPPs são atacadas pois representam apenas a repressão policial junto à comunidade. Quando uma comunidade é pacificada, as primeiras coisas que lá chegam são a cobrança da Light e um acordo com a TV a cabo, acabando com o famoso gatonet. As multinacionais correm para faturar mais algum, enquanto a assistência social, escolas, postos de saúde, saneamento, coleta de lixo e outros serviços obrigações do Estado são deixados de lado. O que interessa é reprimir a população, já que o tráfico continua, apenas de maneira mais discreta.
 
Agora, Cabral vai se desincompatibilizar e vem como candidato a senador. Provavelmente para continuar enriquecendo sem fazer nada, ao mesmo tempo em que se protege de eventuais processos se utilizando da imunidade parlamentar. Ele nunca trabalhou na vida – teve uma coluna em um jornal, arranjada pelo seu pai, e usa tal artifício para se dizer jornalista. Nunca pegou no batente, teve empresa ou coisa do gênero, mas mora em um baita apartamento no Leblon ou Ipanema, não recordo.
 
Em seu lugar vem o Pezão, candidato ao governo do estado, para continuar a sua grande obra. As opções com chances de vencer são de lascar – Crivela, Lindenberg, Garotinho, César Maia. É hora de fazermos alguma coisa, nos levantarmos, irmos para as ruas, criarmos espaços políticos de organização da sociedade, em especial dos trabalhadores, para que sejamos os protagonistas das nossas vidas, da nossa história. Não dá mais para conviver calado diante de tanto descalabro.
 
Afonso Costa
Jornalista

Um comentário:

  1. E as coisas boas que ele proporcionou pro Rio? Graças ao governo dele que as coisas melhoraram muito, não vamos ser hipócritas e fechar os olhos pra isso...

    ResponderExcluir