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quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

A burguesia está matando os nossos jovens.

“Um dos governos mais assassinados da história do Brasil”, o governo Alckmin. A frase é do professor Douglas Belchior, professor do ensino público de São Paulo e militante do movimento negro.

O governo de São Paulo declarou guerra aos estudantes das escolas públicas do estado. E não é mera figura. Declarou guerra literalmentehttps://www.youtube.com/watch?v=68qbymS6Xvc
, conforme palavras do chefe de gabinete da Secretaria de Educação estadual, Fernando Padula Novaes. Confira no link:

Empenhado em implantar na marra um projeto de reorganização do ensino público sem qualquer diálogo com a comunidade acadêmica, o governo tucano está agredindo impiedosamente moças e rapazes, alguns quase crianças, em total descontrole da ordem pública.

O Estatuto da Criança e do Adolescente e a Lei Maria da Penha vem sendo rasgados diariamente. Aqueles que deveriam ser responsáveis pela manutenção da segurança dos jovens, pais e professores são os seus algozes. Spray de pimenta, gás lacrimogêneo, ameaças com armas em punho, socos, chutes, pontapés entram nos lugares dos livros, das aulas, do diálogo, do ensino, da educação.

A resistência da juventude é linda. Em ordem, pacificamente, organizados, alegres e determinados, os jovens ocuparam mais de 200 escolas no estado, apesar de toda a repressão. Lutam por uma educação de qualidade, dever do Estado. Lutam pelo seu presente, pelo seu futuro. Lutam por um Brasil diferente, melhor.

Aonde isso vai acabar não se sabe. O temor é o anúncio, a qualquer momento, da morte de um jovem. Já aconteceram incontáveis vezes antes. Depois as “autoridades” jogam a culpa em um policial, totalmente despreparado, assim como os demais, e fica por isso mesmo.

Cabe destacar que é inaceitável parte da igreja Católica estar apoiando a barbárie promovida pelo governo paulista.

Enquanto isso, cinco rapazes negros foram impiedosamente assassinados pela Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, a mesma que mata crianças e trabalhadores nas comunidades, bate em professores e estudantes em suas manifestações.

Seu crime? Comemorar o primeiro salário de um menino de 16 anos.

Ao mesmo tempo, recente e excepcionalmente um canal de TV denunciou falcatruas nas quais estão envolvidos o atual e o ex-governador do estado, o prefeito da cidade do Rio de Janeiro, o presidente da Alerj e seus familiares. Estão ganhando horrores com as Olimpíadas, expulsando comunidades de suas casas, realizando obras faraônicas que prejudicam toda a população da cidade.

No geral, a mídia empresarial é cúmplice dessas atrocidades, da corrupção, do desrespeito às leis, da Constituição, de qualquer princípio democrático. Esconde da maior parte da população os verdadeiros motivos que impulsionam tamanha barbárie. Palmas para o trabalho dos “Jornalistas Livres”, do “Diário do Centro do Mundo” entre outros pela real cobertura que estão fazendo dos fatos.

Em verdade, a burguesia declarou guerra ao povo brasileiro, em especial aos jovens, negros, de baixa renda, moradores das periferias e comunidades das grandes cidades. São dezenas de milhares de mortes por ano, centenas de milhares a lotar os presídios. Eles não podem estudar e não têm trabalho, são jogados na marginalidade e criminalizados por quem os discrimina, por quem tolhe suas oportunidades apenas para ganhar mais dinheiro, lucrar mais.

Nessas condições o Brasil é ingovernável. Não se trata apenas de uma crise econômica, política ou até mesmo de moral, como querem alguns. É a falência de um sistema carcomido, superado historicamente, que teima em se manter no poder, em fazer de tudo do pior para manter seus privilégios.

Afonso Costa
Jornalista

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