Os
balanços apresentados pelos grandes bancos privados em 2013 não deixam qualquer
dúvida, o setor bancário continua dominando em termos de lucratividade a
economia brasileira. Mas, enquanto os banqueiros comemoram, os bancários desses
bancos amargam um cotidiano de pressão violenta pela produtividade, combinada
com o terror das demissões.
O Santander até setembro de 2013 cortou
3.414 postos de trabalho, nos últimos doze meses a redução é ainda maior,
4.542, ou 8,2% do total de empregados. No Bradesco, com o baita lucro de nove
bilhões de reais nos três primeiros trimestres de 2013, houve a extinção de
1.975 vagas nesses primeiros nove meses do ano. Nessa corrida contra o emprego
o Itaú não podia ficar para trás, nos últimos trinta meses eliminou 16.582
empregos diretos. Os bancários do Itaú sabem muito bem o que isso significou:
mais sobrecarga de trabalho, ou seja, mais exploração, o que gerou onze bilhões
de lucro até setembro/2013, 5,8% superior ao mesmo período de 2012.
O quadro acima reforça a necessidade dos
bancários saírem da passividade e buscarem na força da sua organização o remédio
contra tanta exploração. Se o modelo de sindicalismo cutista não serve para
enfrentar os banqueiros e sua sede de lucros, cabe a nós bancários darmos os
primeiros passos para corrigir os rumos do nosso Sindicato. Sabemos das
dificuldades para nos organizarmos, a repressão e o terror das demissões são
inimigos poderosos, mas não são invencíveis.
Não podemos esperar a próxima campanha
salarial, a luta contra as demissões deve começar de imediato. Não faz sentido
chegarmos ao final de mais uma campanha sem um acordo de garantia no emprego.
Nas agências e regiões de concentração bancária, precisamos conversar com os
colegas para darmos os primeiros passos. Para avançarmos vai ser necessário
construir grupos e comitês de base, protegidos dos dedos duros, que permitam a
participação ativa dos bancários, sem a qual, nenhuma luta terá perspectiva de
êxito
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