Até aqui a campanha salarial 2013 dos bancários segue o script tradicional
montado pela CONTRAF-CUT. A pauta entregue aos banqueiros parte de um índice de
reajuste de 11,93 %, que frente aos lucros absurdos dos bancos e das perdas
salariais dos bancários, é bastante modesto.
Diante do principal drama dos bancários do setor privado, a rotina das
demissões, levanta-se uma reivindicação genérica de “fim das demissões em
massa”. Perguntamos: quanto é demissão em massa, vinte demitidos? Duzentos? Não
se priorizou a reivindicação concreta para barrar as demissões: garantia no emprego durante a vigência do
acordo.
Toda a discussão foi realizada nos chamados fóruns preparatórios (Conferências
e Congressos), onde a maioria dos presentes é de dirigentes sindicais, com
muito pouca participação da base. Nenhuma grande assembleia foi convocada para discutir
a estratégia da campanha. Aqui no Rio de Janeiro, a diretoria convocou uma para
segunda-feira (29/07), dia de meio feriado pela visita do PAPA, apenas para
“ratificar” o que foi aprovado na Conferência Nacional. O resultado foi uma
assembleia esvaziada, com cerca de cem bancários e mais uma vez com maioria de
diretores do Sindicato.
O calendário de lutas para agosto, divulgado pelo jornal bancário nº
4666, não contempla nenhuma assembleia.
A categoria é tratada como simples espectadores, vão assistir as
caravanas de diretores e aos teatrinhos contratados, quando deveríamos ser os
protagonistas principais, pressionando os bancos com a força de nossa
mobilização. O mais grave nisso tudo é que o calendário termina com a
convocação dos bancários para uma “paralisação nacional das centrais sindicais”
dia 30/08. Como vamos construir uma forte paralisação sem preparação ou
discussão com a base? Já que não temos nenhuma assembleia prevista até lá.
Nós, bancários da Unidade Classista, não semeamos ilusões, nem muito
menos embarcamos nelas. Somos favoráveis e estamos dispostos a construir um
forte dia de paralisação nacional, assim como, queremos uma campanha salarial
para valer. Mas temos que dizer a verdade, a CONTRAF comete o mesmo erro da
greve fracassada no BB em 30 de abril, quando mesmo não havendo condições
objetivas de organização e mobilização defendeu a greve em assembleias
esvaziadas que não refletiam a situação na base. Na verdade, a pressão da
CONTRAF pela greve naquele momento, refletiu uma reação tardia ao desprezo do
governo Dilma pelo sindicalismo domesticado da CUT.
As jornadas de junho demonstraram que o
tempo da passividade vai sendo superado no Brasil. É mais do que hora de
ocuparmos o espaço que é nosso, da classe trabalhadora. A unidade para lutar se
constrói com democracia e participação. Se queremos virar o jogo e arrancar
vitórias, temos que exigir do nosso Sindicato o rompimento desse script anacrônico
de campanha salarial. A base tem que ser
ouvida! Assembleia já, para organizar e debater os rumos da nossa luta!
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