PCB-RR

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

AINDA É TEMPO DE MUDARMOS ESSE SCRIPT BEM COMPORTADO


Até aqui a campanha salarial 2013 dos bancários segue o script tradicional montado pela CONTRAF-CUT. A pauta entregue aos banqueiros parte de um índice de reajuste de 11,93 %, que frente aos lucros absurdos dos bancos e das perdas salariais dos bancários, é bastante modesto.
 
Diante do principal drama dos bancários do setor privado, a rotina das demissões, levanta-se uma reivindicação genérica de “fim das demissões em massa”. Perguntamos: quanto é demissão em massa, vinte demitidos? Duzentos? Não se priorizou a reivindicação concreta para barrar as demissões: garantia no emprego durante a vigência do acordo.
 
 
Toda a discussão foi realizada nos chamados fóruns preparatórios (Conferências e Congressos), onde a maioria dos presentes é de dirigentes sindicais, com muito pouca participação da base. Nenhuma grande assembleia foi convocada para discutir a estratégia da campanha. Aqui no Rio de Janeiro, a diretoria convocou uma para segunda-feira (29/07), dia de meio feriado pela visita do PAPA, apenas para “ratificar” o que foi aprovado na Conferência Nacional. O resultado foi uma assembleia esvaziada, com cerca de cem bancários e mais uma vez com maioria de diretores do Sindicato.
 
 
O calendário de lutas para agosto, divulgado pelo jornal bancário nº 4666, não contempla nenhuma assembleia.  A categoria é tratada como simples espectadores, vão assistir as caravanas de diretores e aos teatrinhos contratados, quando deveríamos ser os protagonistas principais, pressionando os bancos com a força de nossa mobilização. O mais grave nisso tudo é que o calendário termina com a convocação dos bancários para uma “paralisação nacional das centrais sindicais” dia 30/08. Como vamos construir uma forte paralisação sem preparação ou discussão com a base? Já que não temos nenhuma assembleia prevista até lá.
 
 
Nós, bancários da Unidade Classista, não semeamos ilusões, nem muito menos embarcamos nelas. Somos favoráveis e estamos dispostos a construir um forte dia de paralisação nacional, assim como, queremos uma campanha salarial para valer. Mas temos que dizer a verdade, a CONTRAF comete o mesmo erro da greve fracassada no BB em 30 de abril, quando mesmo não havendo condições objetivas de organização e mobilização defendeu a greve em assembleias esvaziadas que não refletiam a situação na base. Na verdade, a pressão da CONTRAF pela greve naquele momento, refletiu uma reação tardia ao desprezo do governo Dilma pelo sindicalismo domesticado da CUT.
 
 
As jornadas de junho demonstraram que o tempo da passividade vai sendo superado no Brasil. É mais do que hora de ocuparmos o espaço que é nosso, da classe trabalhadora. A unidade para lutar se constrói com democracia e participação. Se queremos virar o jogo e arrancar vitórias, temos que exigir do nosso Sindicato o rompimento desse script anacrônico de campanha salarial. A base tem que ser ouvida! Assembleia já, para organizar e debater os rumos da nossa luta!
      

Nenhum comentário:

Postar um comentário