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quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Itaú atinge lucro recorde e patrocina uma seleção de demissões e péssimas condições de trabalho


O Itaú Unibanco atingiu o segundo maior lucro acumulado de janeiro a setembro entre os bancos de capital aberto brasileiro, segundo levantamento da consultoria Economatica divulgado nesta terça-feira, 23. Nos nove primeiros meses de 2012, o lucro líquido do banco foi de R$ 10,102 bilhões. Mas, ao contrário do que preconizam os resultados, as condições de trabalho nas agências do Itaú estão cada vez piores, mostrando que a alta lucratividade da empresa não reflete em ações para a melhoria do cotidiano dos bancários. 
O banco bate recordes de demissões e a carência de funcionários chega a índices altíssimos, acarretando problemas como sobrecarga de tarefas e precarização dos serviços bancários. Em pesquisa realizada pelo Sindicato dos Bancários/ES nos meses de agosto e setembro de 2012, de um total de 311 funcionários do Itaú no Espírito Santo, 68,49% afirmaram que falta pessoal nas agências onde trabalham. A pesquisa revela ainda que 72,67% dos bancários do Itaú fazem horas extras, sendo que 56,91% fazem às vezes e 15,76% fazem todos dias. 
Além das péssimas condições de trabalho e da falta de funcionários, o banco ainda inova a sua lista de irregularidades contratando estagiários para trabalhar na função de caixa, ação que desrespeita a Convenção Coletiva de Trabalho. 

“O Itaú quer resolver o problema da carência de funcionários sem aumentar os custos com pessoal. Ao contratar estagiários para a função de caixa, o Banco acaba superexplorando o trabalho do estagiário e precarizando ainda mais o trabalho dos bancários” afirma Idelmar Casagrande, diretor do Sindicato dos Bancário/ES. 

“O Banco demonstra que não está disposto a resolver o problema da falta de funcionários, buscando soluções paliativas que descumprem a legislação trabalhista”, complementa o diretor. 

Trabalhadores terceirizados também enfrentam problemas 
As péssimas condições de trabalho atingem também os funcionários da Qualy Service, empresa terceirizada que presta serviços de limpeza para o Itaú. As denúncias contra a firma são inúmeras e incluem atraso no pagamento dos salários, parcelamento do pagamento de férias e corte no fornecimento de vale-transporte. 

Além disso, a empresa não está fornecendo uniformes adequados, obrigando os funcionários a trabalharem com uniformes velhos e rasgados. Os trabalhadores denunciam também a falta de materiais de limpeza e proteção no local de trabalho, como botas e luvas. 

“Como contratante, o banco é responsável pelo cumprimento da legislação trabalhista por parte das empresas terceirizadas. O Itaú, ao invés de cobrar as obrigações da empresa, faz ‘vista grossa’ para os problemas, o que o torna conivente com a situação” diz Idelmar. 

Reunião 
Na manhã do dia 06 de novembro acontece em São Paulo uma reunião da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú para discutir as condições de trabalho no banco. No período da tarde os trabalhadores se reúnem como o Itaú para retomar as negociações específicas. 

Fonte: Seeb/ES

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