PCB-RR

domingo, 26 de outubro de 2014

Campanha Salarial Bancária 2014: Um desfecho previsível.

A greve de 2014 apresentou um pouco mais do mesmo. Foi deflagrada em assembleias que,  se não podem ser chamadas de esvaziadas, tiveram um quórum muito aquém do que poderia se esperar para o início de uma paralisação que se propunha a enfrentar o setor burguês mais poderoso do Brasil e terminaram em assembleias melancólicas e esvaziadas onde nem mesmo os que fizeram “greve de pijama” se esforçaram para comparecer.
 
O resultado não  poderia ser outro: continuamos com um piso salarial que é,  para dizer o mínimo,  indigno.  Diante de uma classe patronal que a cada 4 anos dobra o seu patrimônio líquido, que paga sua folha salarial só com tarifas e que lucrou só no primeiro semestre mais de 37 bilhões de reais,  recebemos a proposta aviltante de 8.5% de reajuste.  Não conseguimos nada em relação a um plano de carreira que garanta aos bancários a incorporação das comissões aos salários, ou seja,  permanecemos reféns das comissões.  Também nada avançamos na garantia do emprego dos bancários.  Os banqueiros, com toda certeza, seguirão demitindo e descomissionando em massa para garantir os seus lucros aterrorizando a categoria.
 
Tudo isso é o resultado mais do que previsível do modelo de organização e (dês)mobilização  adotado pelos que hoje dirigem a maioria dos sindicatos de bancários pelo Brasil afora e também a CONTRAF.
 
Crise Capitalista se agrava: Mais ataques adiante
As perspectivas para os próximos anos não são boas para os trabalhadores mundo afora. A medida que a crise do capitalismo nos países centrais não se resolve,  cada vez mais, os seus efeitos nefastos são sentidos por aqui. A economia anda de lado com um crescimento mínimo, que beira a recessão. A ameaça do desemprego emerge com força total. Diante da crise os capitalistas já põe em movimento os seus projetos para diminuir o “custo Brasil”: terceirizações, precarização das relações trabalhistas, demissões etc.
Os bancos, que não precisam de crise para cortar custos, irão ampliar ainda mais as demissões e terceirizações.
Eleições: Com Dilma ou Aécio a ameaça persistirá
Dentro deste contexto acontece uma eleição presidencial onde as duas candidaturas que se apresentam já demonstraram de que lado estão.  O PSDB de Aécio governou oito anos para os banqueiros, com juros estratosféricos, socorros bilionários para banqueiros ladrões e falidos, reajuste zero para os bancos públicos e demissões em massa para os bancários privados.  Com o  PT de Dilma os bancos nunca lucraram tanto, as demissões em massa continuam e o modelo de gestão privada, com todo o terror que ele representa, está sendo implantado com força total nos bancos públicos.  Trocando em miúdos, os bancários não podem depositar esperanças em nenhuma das candidaturas. 
 
Organização e luta para resistir e avançar
A lição que fica desta melancólica greve é que precisamos mudar urgentemente o rumo, pois com este grau de organização e participação estamos desarmados para enfrentar os ataques que virão.  É óbvio que com estas correntes que hoje estão  à frente da maioria dos sindicatos e da CONTRAF a luta fica ainda mais difícil. Contudo, se os bancários não tomarem para si o controle da sua luta, este modelo burocrático, antidemocrático e derrotado de movimento sindical, representado pela direção majoritária da categoria, continuará se perpetuando dentro dos sindicatos, trazendo ainda mais derrotas, desconfiança e apatia para os bancários e bancárias.
Organizar, Lutar e vencer. Este é o caminho!

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