Dirigentes de centrais de todo o mundo aclamaram o nome do secretário de Relações Internacionais da CUT
Dirigentes das principais sindicais de todo o mundo aprovaram indicar,
por unanimidade, nesta quarta-feira (2) o nome do secretário de Relações
Internacionais da Central Única dos Trabalhadores (CUT-Brasil), João
Antonio Felício, à presidência da Confederação Sindical Internacional
(CSI).
Resultado da fusão da Confederação Internacional de Sindicatos Livres e
da Confederação Mundial do Trabalho, a CSI é a principal entidade de
representação da classe trabalhadora a nível mundial, congregando 175
milhões de trabalhadores através dos seus 311 afiliados em 155 países e
territórios.
Na reunião desta quarta estiveram presentes os presidentes e
secretários gerais das centrais sindicais que fazem parte do Conselho
Geral da CSI. A entidade tem seu Congresso marcado para o final de maio,
em Berlim. Logo depois do Congresso, ocorrerá a reunião do Conselho
Geral, quando haverá a eleição do presidente.
LUTA -Na sua trajetória de mais de três décadas de
militância, João Felício já foi presidente e secretário geral da CUT
Nacional, e também presidente da Apeoesp (Sindicato dos Professores do
Estado de São Paulo), maior sindicato da América Latina.
Fonte: CUT Nacional
A turma da CSI no Brasil
A CSI, fundada em novembro de 2006 em um
congresso na Áustria, é fruto da fusão de duas antigas centrais mundiais: a
Confederação Internacional das Organizações Sindicais Livres (Ciosl), que já
representava o casamento da social-democracia européia com o tradeunionismo dos
EUA; e a democrata-cristã Confederação Mundial do Trabalho (CMT). No programa
aprovado no congresso ela reafirma a velha intenção de “humanizar” a
globalização, de priorizar a atuação nas instâncias multilaterais, como o Fundo
Monetário Internacional, Banco Mundial e Organização Mundial do Comércio, e de
reforçar a negociação tripartite entre o capital, governos e trabalhadores
A Ciosl, criada em 1949, nasceu no bojo da
“guerra fria” para domesticar a luta de classes. O seu estatuto pregava “o
combate ao comunismo”. Após dividir a Federação Sindical Mundial, central
unitária fundada em 1945, a Ciosl cumpriu um papel histórico desprezível. Entre
outros crimes, apoiou o cerco capitalista ao bloco soviético e a Cuba, foi
cúmplice de guerras imperialistas na Coréia e no Vietnã, estimulou e financiou
os golpes no Brasil, Chile, Argentina. Já a CMT, originária da Confederação dos
Sindicatos Cristãos (CISC), criada em 1920 com apoio do Vaticano e dos partidos
democratas-cristãos, sempre teve menor expressão no sindicalismo e nunca aceitou
discutir qualquer unidade orgânica.
O Conselho Geral da CSI, o seu principal
órgão de deliberação, formado por 70 titulares e 140 membros rotativos de todos
os continentes. Do Brasil, as três centrais nacionais CUT, Força Sindical e UGT,
tem assento no conselho.
CUT e mais duas centrais sindicais
brasileiras assinam carta de apoio aos operários da Nissan nos EUA
cut.org
A CUT e mais duas centrais sindicais
brasileiras assinam, nesta terça-feira (12), em São Paulo, carta de apoio aos
trabalhadores da fábrica da Nissan nos EUA.
No documento, os
sindicalistas exigem que a montadora respeite os acordos internacionais que
garantem liberdade de organização sindical - a direção da empresa impede a
organização dos trabalhadores e ameaça quem for sindicalizado. Segundo os
dirigentes, os salários na Nissan norte-americana são muito baixos, metade dos
trabalhadores tem contrato temporário e o sindicato é proibido de representar a
categoria.
COLETIVA A IMPRENSA
A cerimônia de assinatura da carta de apoio aos
operários da Nissan nos EUA será realizada nesta terça, às 11h00, durante
coletiva a imprensa que será dada na sede da UGT, Rua Aguiar de Barros, 144,
Bela Vista, Centro.
Participam da coletiva o presidente da CUT
Vagner Freitas, representantes do UAW (United Auto Workers), sindicato que
representa os metalúrgicos dos EUA Rafael Messias Guerra e Ginny Toughalin, o
presidente da UGT Ricardo Patah, o vice-presidente da Força Sindical Miguel
Torres e o secretário-geral da CNM-CUT, João Cayres.
HISTÓRICO
Em janeiro deste ano, o presidente da CUT e o
secretário-geral da CNM-CUT participaram do lançamento da campanha “Mississippi
Alliance for Fariness at Nissan (MAFFAN)”, que denuncia a violação dos direitos
humanos dos metalúrgicos da unidade da fábrica japonesa Nissan, instalada na
cidade de Canton, no Mississippi-EUA. Na ocasião, Vagner defendeu que a campanha
também fosse divulgada no Brasil para que a sociedade seja informada sobre os
métodos utilizados pela montadora para impedir que os trabalhadores lutem pelos
seus direitos “Atingir a imagem da empresa pode ser uma maneira eficaz de lutar
contra a exploração dos metalúrgicos”, disse o dirigente na época.
Para impedir os trabalhadores de se organizar
por meio de um sindicato, a Nissan ameaça com demissão de quem votar pela
criação da entidade e até com o fechamento da fábrica. Isso sem falar das
reuniões e encontros com grupos de trabalhadores cujo objetivo é apenas espalhar
o medo.
Vários fatores contribuem para ampliar o clima
de terror na montadora, entre eles: os trabalhadores não têm representação
sindical, não têm acordo de negociação coletiva; os salários são baixos, as
condições de trabalho ruins; metade do quadro de pessoal é temporário - o
trabalhador não sabe quanto tempo ficará empregado, o que alimenta ainda mais a
insegurança econômica na família e na região.
Para Bob King, presidente da UAW, somente com a
representação sindical em todo o setor nos EUA e com o fortalecimento de redes
de contatos internacionais com sindicatos de metalúrgicos de todo o mundo, os
trabalhadores terão voz ativa para conquistar um padrão de vida
aceitável.
E a luta pela criação de um sindicato na sede
da Nissan é de todos os trabalhadores norte-americanos e do mundo.
“É uma luta em defesa da cidadania”, concluiu o
presidente da CUT, Vagner Freitas.
UC Nacional
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