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Os jornais de hoje comentam sobre a entrega da Mensagem da Presidenta
Dilma ao Congresso Nacional, encaminhada hoje pelo Ministro da Casa
Civil, Aloizio Mercadante. Um trecho da mensagem diz:
“Manteremos, em 2014, uma gestão das contas públicas compatível com a
continuidade da política de profundo compromisso com a responsabilidade
fiscal, para o que contribuirá, entre outras medidas, o pacto que
firmamos com as principais lideranças políticas do Congresso Nacional. É
importante destacar que a necessidade de financiamento da Previdência
Social caiu de 1,3% do PIB em 2009 para 1% em 2013; as despesas com
pessoal, de 4,7% para 4,2% do PIB, no mesmo período. Esse esforço não
seria concretizado sem a parceria do Congresso Nacional.”
Estes trechos ilustram a forma na qual os orçamentos anuais são
aprovados pelo Legislativo: comprimindo os gastos com o funcionalismo
público (responsável pelo atendimento à população) e impedindo aumentos
significativos do salário mínimo, o que também reduz os gastos com a
Previdência. Há grande pressão do Poder Executivo para que o Legislativo
não aprove nenhum projeto que implique no aumento de gastos sociais –
projetos esses apelidados de “pautas-bomba” pela grande imprensa – tais
como o piso salarial dos agentes de saúde, dos policiais estaduais, ou
por exemplo, o fim do Fator Previdenciário.
Enquanto isso, os gastos com a dívida – que consomem a maior
parcela do Orçamento Geral da União – não são sequer discutidos pelos
parlamentares.
A Mensagem omite que em 2013, os gastos com a dívida atingiram R$ 718
bilhões, ou seja, mais que o triplo dos R$ 220 bilhões gastos com
pessoal, de todas as carreiras e poderes, ativos, aposentados e
pensionistas. Os gastos com a dívida, que beneficiam principalmente
poucos e grandes bancos e investidores, foram muito maiores que os
gastos com a Previdência (R$ 430 bilhões), que beneficiam dezenas de
milhões de pessoas, incluindo-se os servidores públicos aposentados e
pensionistas.
Os gastos com a dívida foram várias vezes superiores a diversos gastos sociais, conforme se verifica no gráfico abaixo:
Orçamento Geral da União (Executado em 2013) – Total = R$ 1,783 trilhão
Fonte: Senado Federal – Sistema
SIGA BRASIL – Elaboração: Auditoria Cidadã da Dívida. Nota: Inclui o
“refinanciamento” da dívida, pois o governo contabiliza neste item
grande parte dos juros pagos. Não inclui os restos a pagar de 2013,
pagos em 2014.
Para divulgar esta situação, a Coordenadora da Auditoria Cidadã da
Dívida, Maria Lucia Fattorelli, participará de Seminário dia 6 de
fevereiro de 2014, às 9h, no auditório Nereu Ramos, na Câmara dos
Deputados. O evento ocorre dentro da programação da Campanha Salarial
dos Servidores Públicos Federais, para a qual convidamos todas as
entidades e pessoas interessadas.
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