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sexta-feira, 5 de abril de 2013

Governo prorroga redução de IPI sem defender empregos.

O governo da presidente Dilma Rousseff anunciou no último final de semana a prorrogação, até 31 de dezembro de 2013, das atuais alíquotas reduzidas do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para automóveis e caminhões.
 
A redução do IPI tem sido concedida pelo governo às montadoras desde maio de 2012. A medida vai representar uma renúncia fiscal adicional de R$ 2,2 bilhões, entre abril e dezembro de 2013.

 
Em 2013, o Ministério da Fazenda planejava voltar a cobrar o valor padrão do IPI de forma gradual. Mas os planos do governo mais uma vez foram alterados.
 
Para carros de até mil cilindradas, por exemplo, o imposto, que era de 7%, foi reduzido a zero, no período de maio a dezembro do ano passado. Este ano, ficará em 2%. A prorrogação da alíquota reduzida também está sendo aplicada aos veículos de passeio a gasolina e flex com número maior de cilindradas, aos utilitários, comerciais leves e caminhões.

 

Dinheiro aos patrões
Desde maio do ano passado, o governo tem feito sucessivos anúncios de prorrogação de IPI menor, medida que beneficia diretamente as fabricantes de automóveis, que garantem lucros maiores.
 
Em janeiro de 2013, a Secretaria da Receita Federal revelou que, apenas considerando a redução do IPI aos automóveis, a renúncia fiscal foi de quase R$ 3 bilhões no ano passado, dinheiro que poderia ser destinado para a educação, habitação, segurança e outras áreas carentes no país.

 
A redução do IPI se soma à outras medidas do governo como o Plano Brasil Maior e o Inovar-Auto, que também garantem incentivos e isenções fiscais à indústria, principalmente do setor automotivo.

 
Se a redução do IPI faz a festa dos patrões, o mesmo não se pode dizer dos consumidores de veículos, que continuam pagando aqui um dos preços mais altos de todo o mundo.

 
O assunto foi abordado na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, em audiência pública realizada em dezembro. Nas exposições, ficou demonstrado que, ao invés do disseminado "Custo Brasil", os empresários do setor saboreiam na verdade o "Lucro Brasil", que é três vezes maior em relação aos Estados Unidos e o dobro da média mundial.
 
 
E os empregos?
Mas, se por um lado, o governo destina bilhões de reais dos cofres públicos às montadoras, de outro, não há qualquer cobrança para que os patrões garantam os empregos. O exemplo da GM em São José dos Campos mostra esta contradição.
 
A companhia efetivou, na semana passada, o desligamento de 600 operários que permaneciam em lay-off (afastados da fábrica) desde agosto, quando a empresa chegou a anunciar que pretendia demitir 1.840 trabalhadores na planta. Os cortes foram bem menores do que o programado, mas ainda assim são injustificáveis. O Sindicato apresentou à direção da companhia uma série de alternativas, como a nacionalização da produção de veículos que hoje são trazidos do exterior. A montadora, entretanto, preferiu as demissões.
 
"Fizemos uma mobilização muito forte contra os planos iniciais da GM, mas não conseguimos evitar que ocorressem demissões porque não recebemos nenhum apoio efetivo do governo federal, apesar das inúmeras vezes que estivemos em Brasília para cobrar uma iniciativa concreta em defesa dos empregos", afirmou o presidente do Sindicato, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá.
 
"Vamos a Brasília para defender direitos ameaçados e exigir novos rumos na política econômica a favor dos trabalhadores", completou Macapá.
 
 
 
Fonte:sindmetalsjc.org.br



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