PCB-RR

segunda-feira, 27 de junho de 2011

BB - Tese da Intersindical

INTERSINDICAL

“Contra a intolerância dos ricos, a intransigência dos pobres. Não se deixar cooptar, não se deixar esmagar. Lutar sempre!”
(Florestan Fernandes)
 
Tese para o 21° Congresso do Banco do Brasil - ano de 2011 
I – CONJUNTURA INTERNACIONAL E NACIONAL DE 2010:
    O ano de 2010 teve como cenário a crise que perdura nos países centrais e potências imperialistas: EUA, Europa e Japão. Tal situação também se deu em países outros. Entretanto, as chamadas potências emergentes como China (10,3%), Índia (8,6%) e Brasil (7,5%), tiveram crescimentos vigorosos. Em particular o Brasil continuou a crescer através de uma estratégia de reprimarização da economia com a ênfase na exportação de commodities e expansão do consumo interno através de políticas anticíclicas de crédito. Há que se considerar também o chamado “esforço fiscal” do último ano do governo Lula, que comprometeu quase metade do orçamento federal, cerca de 44,93% (R$ 635 bi) para o pagamento de juros, amortizações e refinanciamento da dívida pública que teve como destino o bolso dos banqueiros, conforme se nota nos dados oficiais do Sistema Integrado de Administração Financeira do governo federal (SIAFI) referentes ao orçamento geral da União para o exercício de 2010 (gráfico após o parágrafo). E há a necessidade imperiosa de entender o significado deste exercício de política econômica, tendo em conta que o BB assim como outras entidades estatais foram utilizadas pelo governo federal para obterem lucro que teve como propósito transferir recursos para o tesouro da União que por sua vez aportou tais recursos para os banqueiros através do “honrar contratos” da dívida pública. Ou seja, o BB e demais entidades foram utilizados para pagar os banqueiros e não para operar em prol da população.
Ou seja, o governo Lula terminou tristemente de mãos dadas com o capital financeiro, contrariando as expectativas da classe trabalhadora que o alçou ao cargo máximo do executivo no longínquo ano de 2002. E fato contínuo a isso, o ano de 2010 teve a eleição da presidenta Dilma Rousseff que demonstrou não ter divergência programática com a oposição de direita (PSDB, DEM, entre outros) além de ter urdido uma coalizão de partidos que lhe dão base, mais ampla, sólida e conservadora do que a do governo Lula, o que lhe possibilitará oportunidades de propor medidas de afronta à classe trabalhadora. E não demorou ao novo governo demonstrar a que veio, quando no início do ano vigente fez declarações de que iria continuar a política de esgarçamento dos recursos das políticas públicas com o intuito de agradar a banca financeira, inclusive já anunciando um período duro com o funcionalismo federal, seja estatutário ou celetista como é o caso do funcionalismo do BB.

I.1 – Atuação do BB em 2010:


            O BB no ano de 2010 teve um lucro R$ 11,7 bi, aumento de 15,3% em relação a 2009, permanecendo como o maior banco do país em ativos, R$ 811,17 bi. Destaca-se no lucro do BB a expansão do crédito da ordem de 23,2% junto às pessoas físicas e de 19,5% para o segmento de pessoas jurídicas. E tal expansão do crédito do BB não foi comprometido pela inadimplência haja vista que esta foi da ordem 2,3% em operações vencidas há mais de 90 dias, mais sólido do que a média do sistema financeiro que registrou índice de inadimplência da ordem de 3,2%. Há que se acrescentar que o banco incorporou no seu lucro o superávit da Previ, que de direito pertence ao funcionalismo e não ao conglomerado BB. E o lucro do BB foi gerado pela exploração do funcionalismo, que teve como contrapartida, o aumento exponencial da pressão pelo cumprimento de metas e a institucionalização do assédio moral como política de gestão no banco, e de clientes que deixam uma parcela cada vez maior de seus salários em tarifas e altos juros.
            Além da atuação interna do BB, registre-se que no ano de 2010, o banco iniciou uma agressiva expansão internacional. Os exemplos abundam: holding com o Bradesco para atuar na África juntamente com banco Espírito Santo, oriundo de Portugal; compra de 75% do banco Patagônia, que atua na Argentina; compra de banco na costa leste do império estadunidense. E ao mesmo tempo que o BB internacionaliza sua marca, também o faz com sua péssima gestão, tendo como consequência, uma inédita greve em suas dependências no Japão. E isso demonstra que além do governo federal utilizar o BB para um expansionismo sub-imperialista do Estado brasileiro, leva junto a péssima política de gestão interna do BB, superexplorando trabalhadores(as) no Brasil e no exterior.
            O ano de 2010 também foi marcado por atuações vexatórias do governo federal na utilização do BB em tal absurdo: financiamento a propriedades rurais que mantinham trabalho escravo e praticavam desmatamento, o que valeu até um processo movido pelo ministério público federal. Ora, tal atuação passa longe do que deveria ser a de um banco público.
 

I.2 – GREVE DE 2010 NO BB:

            A INTERSINDICAL tem a compreensão de que a greve de 2010 teve uma evolução em relação aos anos anteriores. Podem ser citadas diversas razões para o funcionalismo do BB ter aderido à greve: péssimas condições de trabalho com pressão por metas e assédio moral; problemas pendentes fruto da incorporação de colegas oriundos de bancos adquiridos (BESC, BNC, BEP); a demora na implementação do plano odontológico; desrespeito do BB referente ao cumprimento da jornada de 6 horas da categoria bancária; ausência de um plano de carreira. Estando então “lastreado” pela situação objetiva descrita, o funcionalismo do BB fez uma forte greve em todo o país, particularmente no Nordeste e Sul, enquanto que nas chamadas grandes bases – Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo – houve um aumento expressivo da adesão do funcionalismo do BB ao movimento grevista.
            Em consequência ao cenário de forte mobilização, teve a INTERSINDICAL a compreensão de que a última proposta apresentada pelo BB e indicada para aprovação pela direção majoritária do movimento sindical, não contemplava o desejo e a necessidade do funcionalismo. Pontos importantíssimos não foram sequer mencionados como o caso da isonomia (entre pré e pós-98, e funcionários egressos de bancos incorporados) e o fim da lateralidade para todos os cargos. A questão candente do cumprimento da jornada de 6 horas foi enrolada mais uma vez com a criação de um grupo de trabalho que se mostrou inócuo até o momento. E o que foi considerado vitória para uma grande parte do movimento sindical, o plano de carreira e mérito, nada mais é do que um “prato requentado”, pois o mesmo plano havia sido apresentado pelo BB em 2006 e rejeitado por todas as correntes e direções do movimento sindical. Saliente-se ainda que o fechamento do acordo aditivo se deu  sem o detalhamento do plano de carreira e mérito.
 
II – REMUNERAÇÃO E JORNADA:
II.1: Piso de ingresso no BB:
 
             A INTERSINDICAL propõe para o funcionalismo do BB bem como para toda a categoria bancária o piso do DIEESE: R$ 2.255,84 (referência: abril/20011).
II.2: Interstícios da carreira de antiguidade:
            A INTERSINDICAL propõe para este congresso do funcionalismo do BB o que tem sido a histórica reivindicação do movimento sindical desde 1998: a volta do plano de carreira que vigorou até 1997, que se compunha de interstícios de 12 a 16% a cada período de três anos (12% de A1 a A9 e 16% do A9 ao A12).
É imperativo resolvermos a questão da criação de um autêntico Plano de Cargos e Salários que, entre outras coisas, elimine as distorções discriminatórias entre os funcionários (pré e pós-98 e incorporados) e garanta uma remuneração digna (com especial atenção ao salário de ingresso) além de uma progressão real nos níveis salariais, tanto por mérito quanto por tempo de serviço, como forma de estimular a permanência e crescimento profissional do empregado do Banco.
            O BB tem plenas condições de arcar com os custos de um plano de carreira tal como vigorava até 1997. Entre outros fatores, há que se recordar que o antigo Banco Nossa Caixa Nosso Banco (BNC), tinha até 2008, ano em que foi incorporado, interstício de 8% a cada dois anos e isso no estado de São Paulo, que sempre fora governado por tucanos. Sendo assim, tem obrigação o governo federal através do BB, dar perspectiva para todo o corpo funcional através de um plano de carreira que valorize o tempo dedicado ao banco e que os rendimentos sejam protegidos de depreciações sazonais ou de prazo mais longo e tudo isso se garante com a volta do interstício de 12 a 16% a cada três anos.
            O plano de carreira e remuneração (PCR) proposto pelo BB no ano de 2010 é o mesmo que o próprio BB apresentara em 2006. Há cinco anos, o PCR fora rejeitado por toda a direção do movimento sindical e no ano de 2010 nada avançou, pelo contrário, o PCR implementado é mais uma peça de discriminação na política interna do BB. Segundo informativo do banco, apenas 16% dos comissionados estão abrangidos por esse plano. Foram excluídos os caixas, escriturários e os comissionados que estão no antigo nível E-0, assim como os funcionários que chegaram ao nível E-12 – seja por concurso interno ou pelo exercício de comissão – muito antes do tempo se aposentar. Nesse caso, o salário fica congelado no último nível.
Outra crítica diz respeito à pontuação diária definida pelo valor do salário, que também tem caráter discriminatório. Não sabemos quais critérios foram levados em conta para definir essa pontuação. Além disso, o PCR é retroativo a 2006. O banco deixou de fora todas as pessoas que faziam substituição até a implantação da lateralidade em 2007. Esse PCR é apenas um ponto de partida para a discussão da melhoria do Plano de Cargos e Salários (PCCS), que precisa ser debatido a partir da premissa de valorização do salário.

II.3: Concurso interno para provimento de cargos:

            Consideramos importantíssimo encontrar uma forma de obrigar o banco a discutir seriamente a questão da implantação de um Plano de Cargos Comissionados com critérios claros e objetivos de ascensão profissional e com oportunidades para que todos os funcionários possam efetivamente fazer carreira na empresa.
A INTERSINDICAL defende a introdução do concurso interno para provimento de cargos no BB, pois se para ingressar no banco se faz necessário concurso, porque para se ascender dentro do mesmo banco há de ser diferente? O que se tem visto nos processos seletivos no BB é a profusão de vícios e a suspeita entre colegas de favorecimento de alguns em detrimento de muitos. Sendo assim, com o intuito de haver o mínimo de justiça, transparência e onde prevaleça a meritocracia, há que se ter concurso interno no qual se dê primazia ao conhecimento dos normativos e rotinas do cargo a ser selecionado e essa avaliação se daria através de prova. Qualquer tipo de entrevista está descartada como critério de aprovação, sendo utilizada somente como orientação ao (a) novo (a) selecionado (a).

II.4: Condições de trabalho nas agências:

            Reavaliação do Projeto GAT: Muitas vezes a melhoria do tempo de atendimento independente de ações da dependência.  A ferramenta deveria servir de apoio para revisão de dotações, necessidade de reformas estruturais, aumento do númerod de guichês, incremento de TAA, etc.

Inclusão de indicador “Modelo de Gestão no ATB/Sinergia.
A metodologia de cálculo da nota para este indicador deveria considerar:

-          Avaliação do modelo de gestão dos Administradores de Unidades (Gerente Geral, Gerente de Negócios, Gerente de Área, Gerente de Segmento, etc) por todos os funcionários da dependência ou jurisdição.  Ex: Gerente de Agências seriam avaliados por todos os funcis da agência, Gerente de CSO e CSL.  por todos funcis da regional. Superintendentes por todos os funcis de sua jurisdição (funcis de agências e da regional).
-          Avaliação da gestão de todos que exerçam cargo gerencial na Unidade e/ou jurisdição, sendo que a avaliação dos Administradores (item acima) teria um peso maior no cálculo da nota.

Objetivo imediato: Melhoria de gestão no BB, com redução imediata de assédio moral. As avaliações, para terem o efeito desejado, não deverão ser identificadas. Na atual GDC, os funcionários avaliam somente seu superior hierárquico. Na maioria das vezes, os problemas de gestão encontram-se em níveis hierárquicos superiores, não sendo devidamente retratado na GDC.

II.5: Assédio Moral e Comitê de Ética:

            O assédio moral tem se constituído em um dos maiores problemas para a categoria, quando falamos em condições de trabalho. A transformação do BB em um banco de mercado, que busca acima de tudo o lucro, transformou nosso espaço de trabalho.
Para nós o problema do assédio moral não pode ser tratado somente através da punição dos assediadores (que no BB parecem ser premiados), a base de sustentação do assédio está na retirada de direitos e no achatamento salarial, que levam um contingente cada vez maior de colegas a se submeterem à lógica de “aceitar as regras do jogo” para ganhar uma comissão.
O grande problema para o funcionalismo é que essas “regras do jogo” (pressão para cumprir metas, para não se envolver com o movimento sindical,...) tem levado muitos colegas ao adoecimento, e no limite, à morte.
Além disso, os Comitês de Ética não têm sequer reunido, não analisaram um caso só desde sua criação, em novembro (?) de 2010, isso porque conforme a instrução que normatiza os comitês, estes só são acionados pela Ouvidoria Interna, se esta não “solucionar” o caso. Os membros do Comitê (pelo menos os representantes dos trabalhadores), inclusive, nem tem acesso aos processos abertos na ouvidoria.
Como dito, os Comitês de Ética não são a solução do problema do assédio moral, pois isso passa muito antes pela conquista de condições dignas de trabalho e remuneração. No entanto não podemos permitir que casos de assédio e descomissionamento, sejam naturalizados.
 
Para que os Comitês de Ética possam funcionar exigimos:
- paridade na composição dos comitês de ética estaduais e no comitê superior (hoje composto somente por membros indicados pelo banco);
- que os funcionários eleitos para o comitê tenham acesso às ocorrências da Ouvidoria Interna;
- Que os membros eleitos do comitê possam convocar uma reunião quando tiverem um caso de assédio em mãos

II.6 : O projeto BB 2.0:

            O BB 2.0 é uma ferramenta de gestão que estabelece critérios para a criação/ampliação ou extinção de determinada função em uma unidade. Caso haja a extinção da função, fica a critério do gestor a escolha de qual trabalhador deverá ser cortado/transferido. Esta informação nos basta para termos dimensão dos danos causados aos bancários e à  organização. É o caminho aberto para a prática do assédio. Não podemos pactuar com isso.
  
II.7: Perdas desde a vigência do plano real:
  
            O governo Lula durou oito anos e durante todo esse tempo ignorou a reivindicação do funcionalismo do BB referente as perdas do governo FHC que por iguais oito anos congelou o salário do funcionalismo do BB. Atualmente, o índice necessário para se recuperar as perdas é de 58,11 %. A INTERSINDICAL reivindica a reposição escalonada destas perdas.

II.8 : PLR no BB:

            Primeiramente, devemos observar que em hipótese alguma a questão da distribuição dos lucros e resultados deva ser colocada como central na campanha nacional dos bancários. Embora a PLR na atual conjuntura seja uma realidade, precisamos ter clareza que as empresas se utilizam dela como instrumento de gestão para cooptar, dividir e superexplorar os bancários – alterando a lógica de trabalho por jornada pela lógica do trabalho por produtividade. Assim, faz-se necessário centrarmos nossos esforços no sentido de valorizar o salário do bancário, com um aumento considerável no piso (piso do DIEESE), aumento real, reposição das perdas, bem como buscarmos melhores condições de trabalho, mais saúde e segurança nas agências, fim das metas, a contratação de mais bancários e tantas outras importantes questões que marcam profundamente o dia-a-dia do trabalhador.
Visto que, nos últimos anos, tem-se jogado muito peso em torno da PLR na hora de fechar acordo, entendemos que a nossa proposta de reivindicação deve caminhar no sentido da linearidade na distribuição da PLR, além de exigir critérios mais objetivos em relação à publicação dos lucros e resultados, de maneira que cada bancário possa saber qual o lucro total de cada instituição, o percentual deste lucro que será distribuído e qual a parte que lhe cabe.
O que faz com que uma empresa tenha um bom desempenho e apresente balanço positivo em um período é o trabalho conjunto de todo o corpo de empregados, cada um dentro das suas possibilidades e espaços de atuação, mas todos contribuindo igualmente para o resultado final. Nada justifica as distorções que temos observado nos últimos anos na hora de distribuir o lucro com os bancários. Os trabalhadores na base da pirâmide, justamente os que ganham menos, que enfrentam todos os dias cansativas jornadas de trabalho, que sofrem toda a pressão desumana por cumprimento de metas absurdas, são os que recebem a menor fatia do bolo, enquanto os grandes salários acabam levando a maior parte.

 
II.9: Jornada de 6 horas:

            A INTERSINDICAL tem o entendimento de que este congresso do funcionalismo do BB tem que ter como resolução, a questão da jornada de 6 horas como algo fundamental. Para tanto, há que se publicizar o descumprimento do BB ante a legislação vigente (art.224 da CLT) e convocar o funcionalismo a ir a greve exigir o respeito a tal direito e conquista: jornada de 6 horas sem redução salarial.
            Além da mobilização política com atos, paralisações e greve pelo cumprimento da jornada de 6 horas, se faz necessário que se aprove a orientação de que cada sindicato encaminhe a atuação jurídica para forçar o BB a cumprir a lei. É importante que se atente para que sejam utilizados instrumentos jurídicos como as ações plúrimas (por grupos de trabalhadores) e as individuais, não se utilizando de ações coletivas por ser temerária a perda das mesmas e que afetaria não somente o funcionalismo do BB como também toda a categoria bancária.

III – SAÚDE:

III. - 1: Cassi:
 
          Não podemos aceitar, que quase 3 anos após as incorporações feitas pelo BB, ainda existam  funcionários sem Plano de Saúde. O BB não permite que os funcionários egressos dos Bancos Incorporados entrem para a Cassi. Exigimos que os funcionários incorporados possam aderir ao Plano da Cassi.
              Outro ponto de suma importância que não podemos ignorar são os afastamentos no BB. Atualmente o bancário que ficar mais de 3 meses afastado perde a sua comissão ou função. Existem casos absurdos, como bancários que tiveram câncer, acidentes de carro ou moto, e ao voltarem aos seus postos de trabalho foram descomissionados, passando a exercer a função de escriturário. Ou seja, hoje no BB você não tem o direito de ficar doente.
            Propomos o fim imediato desta política de descomissionamento devido a afastamentos, além de exigir que funcionários afastados por doenças graves (tais como câncer, AIDS, doenças psíquicas etc.) e doenças adquiridas no trabalho, tenham um ano de estabilidade na função ou comissão quando do retorno ao trabalho, e se tiverem 10 anos exercidos em comissão seja incorporado ao salário.
Temos vários problemas a serem debatidos no que concerne à Cassi (descredenciamentos, abrangência insuficiente da rede de atendimento, burocracia excessiva em alguns procedimentos, déficit contábil, etc) e à Previ (distorção nos benefícios, Voto de Minerva, apropriação indevida dos 5,3 bilhões de reais por parte do Banco do Brasil, entre outros). Há também problemas com relação às condições de trabalho (lateralidade, assédio moral, condições insalubres nas agências e dependências das áreas de apoio, não realização da pausa periódica obrigatória de dez minutos para os funcionários do caixa, trabalho realizado fora do ponto eletrônico, etc) que também exigem urgente discussão.
            É importante a pausa de 10 minutos para funcionários que trabalham no caixa e no atendimento ao público durante toda a jornada.
É necessária a implantação imediata do SESMT conforme o que foi previsto no acordo 2009/2010, ainda não implementado pela Direção do Banco, para melhor acompanhamento das condições de trabalho e situações insalubres nas unidades, especialmente durante as reformas.

 
 
III – 2: Economus:
Já está no segundo aniversario da incorporação BB/BNC e até agora o BB não decidiu unificar o atendimento à saúde dos funcionários oriundos da Nossa Caixa e BB.
A Intersindical acredita que a saúde tem que ser pública e de igual qualidade para toda a população, mas enquanto lutamos para conscientizar todos da importância desta bandeira, temos que exigir isonomia para a saúde de todos os funcionários do BB incluindo os oriundos de todos os bancos estatais incorporados.
A morte da funcionária Maria da Glória, conhecida como Glórinha, vítima de AVC quando de viagem a serviço à Brasília, denúncia o descaso com a vida humana existente no Brasil. O atendimento aos cidadãos que se apresentam nos PS está sendo feito nos moldes dos EEUU. Pois vejam, a funcionária foi levada para um PS e pediram a sua carteira de convênio: “Este convênio, nós não atendemos. Então não atendemos a paciente.” Resultado: AVC não tratado prontamente, morte em poucos dias.
O Banco, antes do sétimo dia da morte da funcionária,  baixou uma norma que determina que em viagem a serviço a CASSI deva atender, mas como será esse atendimento? Sem carteirinha? Quem paga? E quando o funcionário estiver em viagem de férias? O funcionário do BB tem atendimento no Brasil inteiro em quaisquer circunstâncias. E os demais?
Os funcionários da Nossa Caixa pagam para ter seus familiares atendidos pela ECONUMUS, nada mais justo que estes agregados sejam incorporados ao Plano CASSI Família nos mesmos valores que eles estão atualmente. 
Justiça será o dia que qualquer cidadão se dirigir a qualquer hospital e for atendimento com a presteza que o ser humano precisa para salvar a sua vida!!!

V – BANCO PÚBLICO:
V.1 – Banco excludente:

            A Direção do BB gasta milhões em propaganda, dizendo que ¨este é o banco do João, da Maria, mas  em 20l0 lançou o projeto BB 2.0. Com a implementação desse projeto, a direção do BB amplia um modelo de gestão voltado para a elitização e segmentação dos clientes.
No Banco do Brasil, a pessoa física com rendimento abaixo de 2 mil reais é empurrada para o auto-atendimento e a abertura de conta feita por terceirizados. O atendimento à pessoa jurídica com perfil de pequena empresa também está em extinção. Embora a demanda seja muito grande, não há pessoas suficientes para fazê-lo, e, principalmente, não há uma política de acolhimento desse público, que é alocado no famoso “carteirão”.
A razão da existência do Banco do Brasil é a promoção do desenvolvimento do país, investindo prioritariamente na produção. Entretanto, hoje ele opera como um fomentador de crédito ao consumidor. Isto é, o BB está perdendo o seu papel social, seu diferencial.
Atualmente as dotações de dependências estão sendo aumentadas sem a verificação de existência de espaço físico (estação de trabalho, computadores, possibilidade de ampliação, etc.). O Aumento de dotação deveria ser realizado em paralelo com o aumento estrutural da dependência.

V.2 – Bancos Incorporados:

            Permanece a luta pelo fim da discriminação imposta pela administração da empresa aos colegas das instituições incorporadas: BESC, BEP e Nossa Caixa. Exigimos a implantação imediata de igualdade de condições a esses bancários, que continuam impossibilitados de aderir tanto à Cassi e a Previ, e ainda muitas vezes continuam sendo alvo de assédio moral pela sua condição de incorporados. Pior ainda é a situação daqueles que não optaram pelo termo de migração do Banco do Brasil – tais colegas encontram-se “congelados”, impedidos de fazer carreira e seus cargos foram todos declarados “em extinção”.
V.3 – Internacionalização:
            A INTERSINDICAL se coloca contra o papel assumido pelo BB no cenário internacional, pois tem sido uma atuação a serviço do sub-imperialismo do estado brasileiro e não a serviço da solidariedade com as nações latino-americanas e de continentes outros. O BB tem expandido seus negócios para outros países e atua nestes com a mesma voracidade de lucros que se pratica no Brasil e não bastasse isso, tem uma prática de gestão de pessoas péssima, igual ou pior a que vigora aqui no Brasil, haja vista a inédita greve ocorrida recentemente no Japão, onde as metas chegaram a ter um aumento da ordem de 800% !

 
V.4 – Metas de produtos bancários:

            A INTERSINDICAL defende que este congresso do funcionalismo do BB tenha como resolução o fim das metas.
Tal medida, fim das metas, é coerente com uma proposta de banco público a serviço da sociedade, pois a partir do momento em que se legitima as metas e tente se fazer uma diferenciação fictícia, artificial, entre abusivas e não-abusivas, caímos no subjetivismo e passamos a verbalizar propostas gestadas não por nós classe trabalhadora, mas sim pelos patrões. A diferença entre meta abusiva ou não é assaz elástica, e isso abriria brechas para que o assédio moral e a pressão no BB perdurassem nos níveis absurdos em que se encontra atualmente. Sendo assim, a Intersindical considera por bem se ater as formulações gestadas historicamente pelos trabalhadores que é o de barrar a ingerência e controle dos patrões e isso num banco público se faz mais importante ainda. Pelo fim das metas no BB pois a flexibilização entre abusivas ou não, não é passível de ser operacionalizada e sofrerá o elo mais fraco da cadeia, o funcionalismo.

V.5: Terceirização, estagiários e correspondentes bancários:

            A INTERSINDICAL defende como proposta a ser incluída na pauta de reivindicações que será entregue ao BB, a de combate a terceirização no BB: todo e qualquer trabalhador que preste qualquer tipo de serviço, deve ser incorporado ao BB, tendo o piso e todas as conquistas da categoria bancária como parâmetro, pois quem trabalha em banco, bancário é !
            A atividade do estágio que deveria qualificar e dotar de experiência, trabalhadores jovens, está sendo utilizado de modo fraudulento e descaradamente pelo BB. Atualmente o banco tem mais de 9 mil estagiários os quais ganham no máximo uma bolsa-estágio de R$ 332,00  e R$ 320,00 de tíquete, além dos R$ 3,00 de vale-transporte. Há que se exigir que no acordo aditivo do BB não seja suprimida a cláusula segunda da convenção coletiva da categoria bancária que assegura ao estagiário contratado sem vínculo empregatício, o salário de ingresso na categoria bancária proporcional as horas trabalhadas.
            A INTERSINDICAL é contra todo e qualquer correspondente bancário e deplora a intensa atividade do governo federal em impulsionar o BB nesse tipo de empreendimento que precariza o atendimento da população e rasga a convenção coletiva da categoria. Sendo assim, a Intersindical defende o fim dos correspondentes bancários e sua substituição por agências bancárias na plena acepção do termo. Inclusive deve-se mencionar que 25% das agências do BB estão em localidades onde há lucro propriamente dito, contudo é de suma importância a presença do banco nestes locais para assistir a população. E consequente a isso, rejeitamos propostas de flexibilizar algo tão importante como o atendimento da população e a convenção coletiva e sendo assim, consideramos temerárias e tímidas as propostas como as que seguem:

“Abrir um correspondente para prestar alguns serviços em um bairro que não comporte uma agência ou em uma cidade pequena e distante dos grandes centros é razoável. O que não se pode aceitar é que o banco use o correspondente para diminuir seus custos ou para empurrar para outros o atendimento à população de baixa renda” (Folha Bancária SEEB-SP, edição 5430, 24 a 25/05/2011)
            Ora, seria de se perguntar a razão para se flexibilizar o que de mais valioso a categoria bancária tem: a convenção coletiva nacional. Pois a abertura mesmo que mínima para os correspondentes bancários levará a isso. Além do que, o BB é um banco público, agente de Estado que tem, deve estar em todos os locais prestando a mesma excelência e qualidade de atendimento.
            E agora no 1º semestre de 2011, o BB adquiriu o banco postal, correspondente bancário dos correios que era operacionalizado pelo Bradesco, agora será empreendido pelo BB. É um absurdo que o governo federal promova a terceirização do BB se utilizando de outra empresa pública, os correios. A INTERSINDICAL é contra tais medidas e propõe que este congresso tome como posição, a revogação de tal medida.

V.6 – Organização por local de trabalho: delegados(as) sindicais:
            Atualmente, a eleição do representante sindical de base (delegado sindical) no BB conforme os últimos acordos assinados têm dificultado a organização no local de trabalho: prevê um representante por grupamento de até 80 funcionários (as) do banco na base do sindicato local, pois não é possível alguém que esteja no local de trabalho conseguir realizar um trabalho em outras unidades, devido à sobrecarga e a distância entre agências, como é a realidade dos sindicatos de base estadual.
            A INTERSINDICAL defende a garantia de que cada agência/unidade eleja um representante sindical de base.

V.7 – Eleição de representante para conselho de administração:
            O Banco do Brasil precisa cumprir a legislação – lei 12.353, portaria 25 - e garantir a eleição do representante do funcionalismo no Conselho de Administração do Banco

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