Diante de tantos ataques, a direção
majoritária dos bancários, nomeadamente CUT e CTB, não se apresenta
com instrumento capaz de ajudar a
organizar a resistência do funcionalismo. Desde que começou esta
nova onda de reestruturações, sequer
foram chamadas assembleias para
que os funcionários possam discutir
formas de organização e resistência
e que possam decidir sobre qual é a
melhor estratégia a seguir.
A CONTRAF - CUT limita-se a
orientar os sindicatos de sua base a
fazerem plenárias que não tem
nenhum poder decisório e são muito
mal convocadas. Quando elas
ocorrem, as decisões tomadas pelos
presentes não são postas em prática:
são apenas encaminhadas como
"orientações" à CONTRAF e às
direções dos Sindicatos. Esta prática
tem sido um dos principais fatores
de desmoralização destes fóruns e
de desencorajamento da organização
e da luta pela manutenção dos
direitos.
Os delegados sindicais são
convocados de tempos em tempospara participarem de atividades
esvaziadas que de pouco ou nada
adiantam quando se trata de
pressionar a direção do BB, o que
causa mais desmobilização na
categoria.
Pra piorar ainda mais, agora a
Contraf/CUT apoia a aceitação de
uma proposta indecorosa do BB para
a Cassi, que entre outras aberrações
destrói o princípio da solidariedade
e aceita voto de Minerva do BB na
Cassi! (ainda que "limitado")
No "jogo" do BB, quem perde é o
funcionalismo.
Temos que ter clareza de que, na
lógica Paulo Guedes/Rubem Novaes,
não tem "lugar ao sol" pra todo
mundo! O Banco até criou jogos que
são fundamentados na lógica da
competitividade e da adesão dos
trabalhadores a interesses que lhes
são prejudiciais. A prova disso é que
a produtividade dos funcionários do
BB atingiu níveis inéditos, enquanto
isso as condições salariais não
chegam perto de acompanhar o ganho
de produtividade.
Não é difícil chegar à conclusão que o verdadeiro jogo do banco é
manter os funcionários distraídos com
a frenética enxurrada de cursos,
jogos e certificações, ficando cada
vez mais alheios aos verdadeiros
objetivos do Banco: a ampliação da
produtividade e do lucro através das
reestruturações, dos
descomissionamentos, do assédio ao
funcionalismo e da piora das
condições de trabalho.
Precisamos jogar o nosso jogo!
Está claro que ficarmos quietos
diante dos últimos ataques
perpetrados pelo Banco não garantirá
as comissões e, pior, com a ameaça
de privatização, a possibilidade do
desemprego passa a ser uma ameaça
cada vez mais real pro funcionalismo.
Para resistirmos à degeneração
das nossas condições de trabalho
precisamos apostar na nossa organização coletiva e independente.
Somente resgatando a nossa história
de lutas e fugindo do individualismo,
incentivado por quem vai lucrar com
a nossa desorganização, podemos
virar o jogo!
Vamos à luta!
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