PCB-RR

quarta-feira, 10 de abril de 2019

BB: NOVO GOVERNO, VELHAS PRÁTICAS

Nepotismo, Reestruturações, Descomissionamentos e Ameaças de Privatização

Com a posse do novo Presidente de República, as notícias desencontradas sobre as suas intenções em relação ao Banco do Brasil foram se confirmando.

Para abrir com chave de ouro, o filho do Vice-Presidente, Hamilton Mourão, assumiu um cargo de assessor da presidência do BB, com salário 3 vezes maior do que o que tinha. O governo que se apresentava como carrasco dos privilégios e das nomeações
de apadrinhados já caiu a máscara!

É verdade que políticas desastrosas dos governos FHC, Lula/Dilma e Temer provocaram graves prejuízos ao banco. Decisões como a compra de 49% de participação no Banco Votorantim (que gerou prejuízos de mais de 3 bilhões), sem falar no empréstimo de bilhões de reais para a SETE BRASIL que foi o responsável maior pelo péssimo desempenho na PCLD do Banco, buraco que foi prontamente tapado pelo extraordinário desempenho dos funcionários.

Para fazer frente ao prejuízo que eles mesmos causaram, a direção do BB resolveu adotar uma política de taxas altíssimas aliada a uma reestruturação brutal, com a migração das carteiras das agências para os escritórios e o descomissionamento de centenas de colegas, muitos deles ainda sem recolocação, outros ocupando funções com salário menor do que a anterior.

Esta política só aprofundou mais o desgaste dos funcionários e dos clientes, que migraram em massa para a concorrência. Prova disso foi o derretimento da carteira de crédito do BB, sobretudo na PJ.

Resultado: pandemônio nas agências de “fluxo” que foram alijadas de todas as suas carteiras e perderam parte significativa do quadro de funcionários, carteiras que perderam muitos dos seus principais clientes e todo um trabalho de recuperação de uma base de clientes que nos deixaram por conta do desastre na gestão do Banco do Brasil.

Hesitação das Direções Sindicais não Ajuda

Diante de tantos ataques, a direção majoritária dos bancários, nomeadamente CUT e CTB, não se apresenta com instrumento capaz de ajudar a organizar a resistência do funcionalismo. Desde que começou esta nova onda de reestruturações, sequer foram chamadas assembleias para que os funcionários possam discutir formas de organização e resistência e que possam decidir sobre qual é a melhor estratégia a seguir.

A CONTRAF – CUT limita-se a orientar os sindicatos de sua base a fazerem plenárias que não tem nenhum poder decisório e são muito mal convocadas. Quando elas ocorrem, as decisões tomadas pelos presentes não são postas em prática: são apenas encaminhadas como “orientações” à CONTRAF e às direções dos Sindicatos. Esta prática tem sido um dos principais fatores de desmoralização destes fóruns e de desencorajamento da organização e da luta pela manutenção dos direitos.

Os delegados sindicais são convocados de tempos em tempos para participarem de atividades esvaziadas que de pouco ou nada adiantam quando se trata de pressionar a direção do BB, o que causa mais desmobilização na categoria.

Pra piorar ainda mais, agora a Contraf/CUT apoia a aceitação de uma proposta indecorosa do BB para a Cassi, que entre outras aberrações destrói o princípio da solidariedade e aceita voto de Minerva do BB na Cassi! (ainda que “limitado”)

No “jogo” do BB, quem perde é o funcionalismo

Temos que ter clareza de que, na lógica Paulo Guedes/Rubem Novaes, não tem “lugar ao sol” pra todo mundo! O Banco até criou jogos que são fundamentados na lógica da competitividade e da adesão dos trabalhadores a interesses que lhes são prejudiciais. A prova disso é que a produtividade dos funcionários do BB atingiu níveis inéditos, enquanto isso as condições salariais não chegam perto de acompanhar o ganho de produtividade.

Não é difícil chegar à conclusão que o verdadeiro jogo do banco é manter os funcionários distraídos com a frenética enxurrada de cursos, jogos e certificações, ficando cada vez mais alheios aos verdadeiros objetivos do Banco: a ampliação da produtividade e do lucro através das reestruturações, dos descomissionamentos, do assédio ao funcionalismo e da piora das condições de trabalho.

Precisamos jogar o nosso jogo!

Está claro que ficarmos quietos diante dos últimos ataques perpetrados pelo Banco não garantirá as comissões e, pior, com a ameaça de privatização, a possibilidade de desemprego passa a ser uma ameaça cada vez mais real pro funcionalismo.

Para resistirmos à degeneração das nossas condições de trabalho precisamos apostar na nossa organização coletiva e independente. Somente resgatando a nossa história de lutas e fugindo do individualismo, incentivado por quem vai lucrar com a nossa desorganização, podemos virar o jogo!

Vamos à luta

Unidade Classista Bancários - RIO

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