Colega da Caixa:
A
partir de segunda-feira próxima 16/04, começam as eleições para a nossa
Fundação de previdência, a FUNCEF. Nós, da Unidade Classista,
entendemos que,
das chapas concorrentes, a CHAPA 4 – Independência e conhecimento na FUNCEF
é a que reúne companheiros do sindicalismo combativo e classista na Empresa, têm uma visão crítica da atual gestão e defendem a participação organizada dos funcionários na gestão
dos recursos.
Para nós da Unidade Classista, a Chapa 5 (“situação”) é apenas
mais do mesmo,
e representa a continuidade de uma gestão sem transparência, ligada
umbilicalmente ao sindicalismo da Contraf/CUT e do Sindicato do Rio,
sindicalismo esse chapa-branca do
governo petista que acabou de ser apeado. Nunca é demais lembrar que a
diretoria lulodilmista da FUNCEF aprovou, entre outros investimentos
ultraquestionáveis, aplicação de nossos recursos
em Belo Monte (um problemaço socioambiental), Sete Brasil
(a fornecedora de sondas para a Petrobrás criada por gente envolvida no
“petrolão” e que se tornou um baita mico) e Invepar (a problemática
dona do Metrô e do VLT do Rio).
Já as demais chapas (1, 2, 3, 6 e 7) todas têm uma
visão tecnocrática
dos problemas e da gestão da FUNCEF. Lembremos que a Chapa 7 é composta
pelo mesmo grupo que ganhou a eleição passada e também não praticou
nenhuma transparência nem incentivou
a particpação dos empregados, e a Chapa 6 é assumidamente “impichista”
(que garantia de independência podemos ter com esse pessoal junto a uma
nova Diretoria indicada por Temer?).
Você deve ter estranhado nosso título
“apoio com ressalva”. Vamos esclarecer:
nossa ressalva não é em relação aos colegas da Chapa 4 e seus compromissos e propostas
– nossa ressalva é em relação à propria FUNCEF.
Explicando melhor, você deve ter percebido que as diversas chapas discutem e divergem qual deve ser o investimento prioritário:
renda variável (Bovespa),
investimentos estruturados (particpação em bloco de controle de empresas),
imóveis ou
renda fixa. Para nós da Unidade Classista, essa “polêmica” é pobre e superficial, e mascara a verdadeira questão de fundo.
A questão de fundo é que
a Caixa nos vendeu a imagem da FUNCEF como algo que
ela não é. Quando entramos pra Caixa, nos disseram
que a FUNCEF era a “garantia de nosso futuro, de uma complementação que
assegurasse uma aposentadoria digna”. Mas
a crise é pedagógica – e a crise da FUNCEF demonstra que
fundo de pensão não é garantido:
o investimento de nossos recursos pela FUNCEF é
aplicação capitalista de mercado, e como
toda aplicação capitalista de mercado... TEM RISCO!
Aí a “discussão” sobre “melhor aplicação de recursos” torna-se
surrealista, pois passamos a “pensar apenas no nosso umbigo” e
desconsideramos o que é melhor para os
trabalhadores e pro povo brasileiro”, que
também somos nós.
Exemplo: se priorizarmos
imóveis, estaremos torcendo pelo aumento da especulação imobiliária; se priorizarmos
renda fixa, vamos torcer para que a Taxa SELIC continue em níveis estratosféricos; se priorizarmos
investimentos estruturados, estaremos
torcendo para que os trabalhadores das obras de Belo Monte e do VLT
não façam greve para não “desvalorizar nosso investimento”; se priorizarmos
Bovespa, vamos torcer pelo aumento dos ganhos na especulação financeira.
A Unidade Classista apoia a Chap 4 na FUNCEF, mas não disseminamos ilusões: o capitalismo nunca é bom para os trabalhadores.
UNIDADE CLASSISTA BANCÁRIA
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