AÇÕES QUE O CAPITAL NÃO TEM O QUE TEMER, SÓ A COMEMORAR:
MICHEL TEMER/ PMDB APROFUNDA AS AÇÕES DOS OUTROS GOVERNOS CONTRA A
CLASSE TRABALHADORA.
O presidente interino Michel Temer, do PMDB, oficializou seu pacote
contra a classe trabalhadora: diminuição das verbas públicas para saúde,
educação, pois é isso que significa a proposta do governo de enviar ao
Congresso Nacional proposta de emenda constitucional para limitar os
gastos públicos.
Para tentar esconder o que de fato pretendem com a Reforma da
Previdência, o governo diz que tenta construir um “grande consenso”
junto a discussão com as centrais sindicais, as mesmas centrais
sindicais que já pactuaram com os patrões e governos o ataque ao
salários e direitos dos trabalhadores.
Força Sindical, UGT, Nova Central entre outras já discutiam com Temer
antes do afastamento de Dilma e a CUT que diz não reconhecer o governo
Temer, já se movimenta para discutir a reforma através do Fórum das
centrais sindicais, onde estão reunidas as mesmas centrais que já estão
sentadas com o governo interino
O governo vai proteger o Capital, não punindo os grandes sonegadores
que deram calote em mais de R$88 bilhões na Previdência, ou seja, valor
maior do que rombo , o que escancara que não são as aposentadorias, os
direitos básicos garantidos aos trabalhadores na Previdência, os
responsáveis pelo rombo, mas sim o calote das grandes empresas.
A proposta desse governo é a mesma de governos anteriores, atacar
direitos dos trabalhadores: aumentar a idade para aposentadoria de todos
os trabalhadores, igualar a idade entre homens e mulheres, ignorando
que às trabalhadoras além dos salários menores, o serviço doméstico
continua sendo uma imposição. Além disso, a proposta é desvincular o
reajuste das aposentadorias ao reajuste do salário mínimo, ou seja o que
já é pouco, o governo pretende diminuir ainda mais.
Também vão ampliar e aprofundar as privatizações, tentando a todo
custo transformar o público em mercadoria lucrativa para o Capital.
Exemplos disso nas falas de seus ministros, como fez Mendonça Filho,
ministro da educação, propondo a cobrança de mensalidade nas
universidades públicas.
O Ministério do governo interino de Temer escancara o movimento da
burguesia de retirar um governo que lhe serviu bem durante mais de uma
década, mas que agora já não lhe é mais útil: o governo do Partido que
deixou de ser dos Trabalhadores, tanto nos mandatos de Lula, como no
mandato de Dilma garantiu ao Capital, as políticas anticíclicas para que
o mesmo se recuperasse de suas crises: diminuição e isenção de
impostos, farta ajuda do BNDES, politicas através dos PAC’s que
garantiram fartos lucros para o ramo da construção civil, nas grandes
obras da Petrobrás, nas hidrelétricas, no “Minha casa, minha vida” ou
“No minha casa melhor”, onde as grandes multinacionais da linha Branca,
como a Mabe, que depois de muito lucrar com a venda de eletrodomésticos
financiados pelo governo, inventou uma falência para tentar dar calote
nos direitos dos trabalhadores.
O governo do PT foi além: submeteu organizações que ainda hoje
possuem a representação formal de grande parcela dos trabalhadores, o
que significou a contenção e a fragmentação das lutas e facilitou dessa
forma que as centrais sindicais pelegas seguissem com seus pactos com os
patrões o que para a classe trabalhadora significou a diminuição de
salários e direitos.
Agora o governo de Temer tenta colocar em prática as propostas já
apresentadas pelo PT e pelas Centrais sindicais, só que de outra forma. O
tal Acordo Coletivo Especial (ACE) defendido pelas centrais junto ao
governo do PT tinha por objetivo fazer com que o negociado prevalecesse
sobre o legislado, ou seja, acordos de redução de direitos entre patrões
e sindicatos com direções pelegas seriam permitidos por essa proposta,
com a garantia absurda de impedir que os trabalhadores entrassem com
ações judiciais contra a retirada de direitos.
A proposta que o governo interino do PMDB tenta impor com o apoio de
todas as Federações das Indústrias, ou seja, aqueles que demitiram em
massa, que estão arrochando os salários dos trabalhadores é impor uma
reforma trabalhista que libere que o negociado se sobreponha ao
legislado, ou seja, só muda a forma e o ritmo que agora se acelera de
tentar enfiar goela abaixo dos trabalhadores, a redução de direitos.
O pato que enfeitou a Avenida Paulista nas passeatas apoiadas pela
burguesia, agora mostra a que veio: fazer com que mais uma vez quem
pague sua conta seja quem não a provocou, ou seja,os trabalhadores.
Esse governo que tenta se mostrar como o novo, é mais do mesmo, pois
nada mais é do que a junção dos partidos representantes da burguesia e
também cravado em corrupção, que tenta acelerar a retirada de direitos e
piorar ainda mais as condições de vida e trabalho do conjunto de nossa
classe.
Para além das fronteiras do País, o movimento da classe trabalhadora
aumenta: Na França e na Bélgica greves e passeatas se espalham. Aumentam
as lutas contra os pacotes de austeridade dos governos que também
tentam uma reforma trabalhista com o objetivo de aumentar a jornada,
reduzir salários e direitos e piorar das condições de vida e trabalho.
Lá e aqui o caminho é um só: ampliar e enraizar a luta em cada local
de trabalho, moradia e estudo contra os ataques dos patrões e seus
governos, a hora é de avançar contra os ataques a direitos que foram
duramente garantidos através de muita luta de nossa classe.
E isso se faz não defendendo o governo anterior, ou acreditando que
novas eleições num sistema eleitoral organizado para manter tudo como
está vai resolver os problemas dos trabalhadores. A luta se faz nos
locais onde a exploração, a opressão e piora das condições de vida e
trabalho são vividas, é hora de ampliar as greves, as ocupações de
fábricas e escolas e não por decreto, mas enraizando a luta pela base,
construir a necessária greve geral.
http://www.intersindical.org.br
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