Ontem, 22/03/17, o Parlamento brasileiro deu mais uma clara
demonstração do seu compromisso com o grande capital e sua indiferença
em relação aos direitos históricos e necessidades da maioria da
população, a classe trabalhadora. Sob o comando de Rodrigo Maia (DEM),
231 deputados, quase todos denunciados por corrupção, votaram pela
aprovação do PL 4302. O projeto estava na gaveta desde o final dos anos
1990, porém uma manobra suja do presidente da Câmara o colocou na pauta
da noite para o dia, estabelecendo um atalho regimental para agradar o
empresariado.
Trocando em miúdos, Maia “passou o rodo” para permitir a
terceirização de atividades-fim (essenciais), ampliar o prazo dos
contratos temporários de três para nove meses e outras medidas que, em
suma, só contribuem para aprofundar a precarização do trabalho. Receoso
quanto à possibilidade de aprovar a contrarreforma da previdência, cada
vez mais questionada nas ruas como demonstrou o último 15/03, o bloco
dominante busca apressar seus golpes em outro flanco: a contrarreforma
trabalhista.
O ilegítimo governo Temer alega que se trata de modernizar as leis
trabalhistas e facilitar a geração de empregos. Na verdade, porém, tais
alterações na legislação promovem um retrocesso de direitos ao período
pré CLT (Consolidação das Leis do Trabalho, de 1943) e intensificam o
processo de exploração. É público e notório que os trabalhadores
terceirizados, mais de 10 milhões de pessoas, possuem médias salariais
menores apesar das jornadas maiores. Portanto, o que ocorreu no
Congresso Nacional faz parte de uma dura ofensiva patronal, a serviço da
burguesia e seus representantes no Estado.
Está mais do que na hora dos trabalhadores darem o troco, exigindo
nas ruas a imediata anulação da votação realizada ontem na Câmara dos
Deputados, bem como o arquivamento de quaisquer projetos de
terceirização, contrarreforma trabalhista, sindical e da previdência. A
burguesia declarou guerra, portanto cabe ao proletariado e ao povo
brasileiro em geral lançar mão de todas as armas ao seu alcance para
barrar os ataques do capital e impedir que a CLT e a Constituição sejam
rasgadas: realizar protestos nas casas dos políticos favoráveis aos
retrocessos, parar a produção e esvaziar os locais de trabalho para
lotar as ruas! Direitos não se negociam, se defendem! Nossa resposta
deve ser a radicalização da luta!
Pela imediata revogação do PL 4302!
Contra as reformas trabalhista e da previdência!
É HORA DA GREVE GERAL!
UC Nacional
UC Nacional
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