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sexta-feira, 29 de abril de 2016

Na edição 4939 do jornal BancáRio, a presidente do Sindicato, Adriana Nalesco, tenta convencer os bancários de que é preciso defender o governo Dilma

Na edição 4939 do jornal BancáRio, a presidente do Sindicato, Adriana Nalesco, tenta convencer os bancários de que é preciso defender o governo Dilma. Adriana argumenta que o projeto de governo de Temer fala em um "ajuste fiscal duro", em uma reforma da previdência com idade mínima para aposentadoria (65 anos para homens e 60 para mulheres), em flexibilização de direitos trabalhistas, com convenções coletivas valendo mais do que a CLT, e em privatizações. 

Temos total acordo que todas essas ameaças precisam ser combatidas. O que Adriana prefere não falar é que todos esses ataques já foram colocados na ordem do dia pelo atual Governo. Dilma já vem tentando implementar o ajuste fiscal e a nova reforma da previdência. A ideia de que os Acordos Coletivos se sobreponham ao que esta na CLT nasceu da CUT, proposta pelo Sindicato de Metalúrgicos do ABC ainda em 2011. E foi sorrateiramente embutida no chamado Programa de Proteção ao Emprego, que além de tudo ainda previa redução de salário. E as privatizações, disfarçadas de concessões, nunca pararam durante os governos do PT. Na Caixa e no BB, são feitas reestruturações com descomissionamentos e transferências compulsórias. E foi o atual Governo que publicou no Diário Oficial o nome da Caixa já como Caixa Econômica Federal S.A.

A disputa que está ocorrendo em Brasília é entre dois grupos que brigam pelo poder e que defendem o mesmo lado. Defendem o lucro dos banqueiros, das empreiteiras e grandes empresas. A crise econômica explicita que, enquanto há lucro ele é privado e aos trabalhadores cabem as migalhas, e quando a crise se instala o prejuízo é socializado e os trabalhadores são chamados a fazer ainda mais sacrifícios.

Qualquer que seja o desfecho deste processo, o governo que sair dele será ainda pior do que o atual. Se o impeachment passar e Temer assumir, o novo governo implantará as medidas que o atual já não consegue implementar, pelo seu desgaste profundo. Caso o governo Dilma sobreviva no Senado ela própria já anunciou que fará "um pacto para governabilidade no dia seguinte". 

É preciso organizar um movimento amplo de resistência, que culmine em uma greve geral capaz de impedir a retirada de nossos direitos, bloquear a nova reforma da previdência e derrotar o projeto de lei que libera as terceirizações. A crise econômica não vai se resolver ao fim de um processo de Impeachment, tenha ele o resultado que for.

Devemos seguir o exemplo dos trabalhadores franceses, que com greve geral e ocupações de ruas e locais de trabalho combatem as reformas trabalhista e previdenciária daquele governo. Não é coincidência que os 
ataques sejam os mesmos aqui e lá: a receita dos capitalistas para a crise é sempre a mesma no mundo inteiro - nossa luta também deve ser.

A direção do Sindicato e a Contraf/CUT não podem continuar a defender Dilma. É preciso lutar contra os pacotes de maldades de Dilma e de Temer, ao invés de empenhar qualquer apoio a esse governo.

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