PCB-RR

domingo, 5 de março de 2023

PREVI E O MOVIMENTO SINDICAL

*Por Gerardo Santiago. O governo Lula 3 nomeou para presidente da PREVI (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil) o sindicalista João Fukunaga. Ato contínuo começaram a pipocar críticas nas redes sociais e na mídia, todas no mesmo sentido: ele não serviria para o cargo porque é formado em História, fez carreira no movimento sindical e não no banco e não é "do mercado". São críticas improcedentes e de conteúdo ideológico reacionário, nada disso desqualifica o novo presidente da PREVI. É quase incompreensível desqualificar alguém por ser sindicalista em um país que tem como presidente eleito pela terceira vez um ex-líder sindical, para início de conversa. O problema não é Fukunaga ser um sindicalista nomeado presidente da PREVI, é se no exercício do cargo ele esquecer que o foi e passar a defender posições contrárias aos interesses dos trabalhadores. Não seria novidade, na verdade foi o que aconteceu nos governos petistas anteriores, quando houve gente cassada pela intervenção tucana de junho de 2002 que já em 2003, do outro lado da mesa, sustentava o que a intervenção fez, começando pelo voto de Minerva da patrocinadora, que tungou dos participantes a paridade de forças negociada no pacote reforma estatutária/acordo financeiro de 1997, ao custo da utilização de um superávit de R$ 11,1 bilhões (valores nominais da época) que tinha que ser aprovado em votação pelo Corpo Social. Houve até casos extremos de diretores eleitos da PREVI que tentaram reprimir greve de bancários na sede do fundo, houve a implementação de políticas de gestão de pessoas francamente neoliberais, copiadas daquelas adotadas no Banco de Brasil, e por aí vai. Enfim, eu não temo um sindicalista como presidente da PREVI, temo apenas que o sindicalista seja pelego. Sobre a crítica de que pode haver ingerência política na gestão dos investimentos da PREVI, é inegável que o risco sempre existe, mas atribuí-lo apenas ao PT é sacanagem. Para ficar em apenas dois exemplos, a privatização das teles, que fez a PREVI ficar com a OI, e Sauípe, que foi um prejuízo bilionário, foram obra de gestores que tinham o perfil que os críticos da nomeação de Fukunaga parecem considerar o desejável.
*GERARDO SANTIAGO é aposentado do BB, Ex-Diretor do Sindicato dos Bancários, Ex Diretor da PREVI e Militante do PCB.

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