
A Eletrobras gastou R$ 1,8 milhão em estratégias de mobilização da
opinião pública para conquistar apoio para a privatização da empresa. Em
27 de setembro de 2017, a estatal contratou a RP Brasil Comunicações,
do grupo FSB Comunicação, maior assessoria de imprensa do país.
A ideia era traçar estratégias de divulgação de informações que mostrassem 1 cenário de problemas e mazelas da própria estatal.
Apesar da assinatura em 27 de setembro, o contrato com a RP Brasil Comunicações só foi publicado no Diário Oficial da União quase 1 mês depois, em 17 de outubro.
A ideia era traçar estratégias de divulgação de informações que mostrassem 1 cenário de problemas e mazelas da própria estatal.
Apesar da assinatura em 27 de setembro, o contrato com a RP Brasil Comunicações só foi publicado no Diário Oficial da União quase 1 mês depois, em 17 de outubro.
A informação foi divulgada nesta 3ª feira (24.abr.2018) pela Agência Sportlight de Jornalismo Investigativo, que conseguiu acesso ao contrato via Lei de Acesso à Informação.
No objeto do contrato consta que o serviço prestado pela empresa de comunicação seria o de “assessorar a Eletrobras na comunicação relativa ao projeto de acionista majoritário de desestatização da empresa”.
O valor de R$ 1,8 milhão foi dividido entre R$ 1,574 milhão para
elaboração e execução do objeto, dividido ainda em vários itens, e R$
226 mil para despesas comprovadas com a execução. Leia abaixo:
Os serviços da RP Brasil Comunicações se concentraram em divulgar
notas para pautar a mídia, fundamentar opiniões de comentaristas
econômicos e formadores de opinião pública. A ideia era reforçar a
urgência da privatização, prioridade do governo do presidente Michel
Temer.
Entre os serviços, somente a mobilização de influenciadores custou à
empresa R$ 170 mil. Também há uma sondagem da opinião pública a respeito
da desestatização com o custo de R$ 120 mil. Os resultados da pesquisa
não foram divulgados, mas foram utilizados para orientar a empresa e
subsidiar as estratégias.
No contrato ainda foi estabelecido que os pagamentos só seriam feitos após a “entrega dos relatórios mensais elaborados pela contratada correspondentes à consolidação dos resultados alcançados”.
A estatal negou a tentativa de manchar a própria imagem e afirma que no contrato está ressaltada a necessidade de se “preservar a imagem positiva da empresa”. No entanto, afirmou que reconhece os dados negativos como prejuízos financeiros ou dívida bruta superior a R$ 45 bilhões.
Contratação sem licitação
A Eletrobras fez uma “tomada de preços” com outras duas empresas para
verificar o patamar do preço final e fazer a licitação do contrato do
serviço. Além da RP Brasil Comunicações, apresentaram orçamentos a CDN
(Companhia de Notícias) e a Informe Comunicação.
Por fim, a RP ficou em 2º lugar em menor custo financeiro, atrás da
Informe Comunicação. No entanto, a Eletrobras, resolveu escolher a
vencedora pela lei de “inexigibilidade de licitação”. Dispensou a
concorrência e promoveu uma contratação direta.
A inexigibilidade concede o direito ao contratante de escolha do
fornecedor caso existam razões que justifiquem a dispensa de licitação. A
Eletrobras afirmou que houve a necessidade do contrato se dar por meio
da inexigibilidade “em face da sua complexidade e singularidade, bem como confidencialidade, por envolver informações estratégicas da empresa”.
Fonte: Poder360




Nos dias 18 a 23 de março realizou-se em Brasília o chamado
Fórum Mundial da Água (FMA), que, contando com o
patrocínio do governo ilegítimo e de transnacionais como BRK,
Ambev, Nestlé, Coca-Cola e Aegea, recebeu ampla visibilidade da
mídia capitalista. O FMA tratou-se de um evento exclusivista, com
ingresso de R$ 1 mil para participação dos debates, verdadeiro
"fórum das corporações" que, por trás dos
discursos tecnicistas e de preocupação ambiental, veio ao Brasil
para vender a ideia liberal de que o Estado "fracassou" na
gestão da água e que, para ser usada racionalmente, a água
deveria ser privatizada e mercantilizada.
É importante frisar que o Brasil detém sozinho 12% das reservas
de água potável do mundo, possui reservas subterrâneas
capazes de abastecer o mundo todo por mais de 300 anos e que, além
disso, possui condições únicas para desenvolver toda uma
cadeia produtiva em torno da água (terras férteis, sol,
minérios, mão de obra). Tudo isso faz com que, atualmente, a
conquista das águas do Brasil seja central para o grande capital
transnacional, que encontra no FMA o espaço ideal para articular a
transformação da água em mercadoria.