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terça-feira, 10 de maio de 2011

Porque os banqueiros riem


Nas últimas semanas, o Centro da cidade do Rio de Janeiro foi propagandeado pelo Sindicato dos Bancários com a colagem de uma fotografia onde estão os banqueiros Roberto Setúbal, dono do ItaúUnibanco e Pedro Moreira Salles, que teve de entregar o Unibanco para o Itaú, para não perder os dedos..., sorrindo.

E o nosso Sindicato se pergunta, "De que eles estão rindo?".

Nós, da Unidade Classista, achamos que os banqueiros, e não somente os da foto, tem motivos de sobra para rir.

Assim, sem muito esforço, dá para enumerar alguns dos motivos pelos quais os banqueiros riem. Vamos lá, do geral para o particular, como muitos daqueles que estão hoje à frente do Sindicato aprenderam no passado.

1) A crise internacional, com seu epicentro nos Estados Unidos, passou ao largo dos cofres de Wall Street. O governo Obama tratou de aliviá-los, emprestando dinheiro do povo estadunidense para que os bancos não quebrassem, bem assim como as montadoras de automóveis. Por isso os banqueiros riem. Tinha gente morando dentro de seus automóveis, em estacionamentos de supermercado, mas os bancos continuaram a distribuir bônus para seus executivos. E continuam sorrindo até hoje.

2) Na Europa, direitos trabalhistas seculares estão sendo tomados dos trabalhadores, principalmente nos "primos pobres" , isto é, Portugal, Espanha, Grécia. Mas não há notícia de quebra de bancos. Lá, também, os banqueiros continuam seu festival de sorrisos.

3) E aqui, nesta pátria amada idolatrada ? Bem aqui, os banqueiros contam com as benesses do poder público desde sempre. Seja com FHC, com Lula, com Dilma. Desde os dias de apogeu do neoliberalismo, com o PROER, até hoje, com os dois governos petistas, com absoluta independência do Banco Central, que se omite quanto às tarifas exorbitantes cobradas pelos bancos, com os juros astronômicos do cheque especial, e, com a cereja do bolo, as taxas Selic nas nuvens, beneficiando largamente o capital financeiro.

4) E para concluir, os banqueiros, do Itaú, do Bradesco, dos bancos estrangeiros, riem às gargalhadas, porque diante deles encontram um movimento sindical capitaneado pela CONTRAF/CUT dócil e submisso aos seus caprichos, totalmente embriagado pela ideia de negociar, conciliar, fugindo permanentemente da luta, fazendo greves que somente aparecem no Centro das cidades, seja no Rio ou em São Paulo, levando a categoria bancária constantemente para falsas conquistas. E aí, em pleno outono, quando os banqueiros cumprindo seu papel de exploradores da mão de obra dos bancários, demitem em massa, nossos dirigentes sindicais enchem a cidade com cartazes perguntando de que riem os banqueiros. Riem dessas centrais sindicais que se apelegaram, que se acostumaram às migalhas do poder centralizado em Brasília, que não se inibem em usufruir das "boquinhas" do poder.

5) E por último: vamos parar com a hipocrisia. Os donos do poder, no Sindicato dos Bancários, sabem porque os banqueiros riem, e , no fundo, no fundo, fazem coro com os sorrisos dos patrões.

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