PCB-RR

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Um novo pacto com Mefistófeles

Algumas correntes políticas, inclusive a ex-presidente Dilma Rousseff, defendem eleições diretas já em face da crise política, econômica, social, moral e ética que o país vive. Entendem que seria a única alternativa viável para superá-la, ainda mais tendo um forte candidato, o ex-presidente Lula.

Independente dos preceitos constitucionais, o que mais surpreende em tal proposta é a total ausência de autocrítica por parte do autoproclamado Partido dos Trabalhadores (PT), que apesar de afastado ilegalmente do governo e derrotado nas urnas nas eleições municipais de 2016, continua acreditando ser viável um governo, talvez progressista, aliado com setores da burguesia nacional. Um governo de conciliação. Não enxerga a luta de classes, muito menos a crise do capitalismo em nível mundial. Não percebeu e não aprendeu que não existe mais espaço para concessões paulatinas ao capital, que avança vorazmente sobre todos os direitos e conquistas dos trabalhadores alcançados em mais de um século de lutas em nosso país.

Além disso, despreza a realidade ao desconhecer a aliança, ainda que frágil, entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, a fazerem o que preconiza o capital, ou seja, defender seus interesses acima das leis, da Constituição, de todo e qualquer critérios ético e social. Não há independência entre os mesmos, conforme o preceito constitucional, apenas um jogo de interesses cujo único objetivo é favorecer a burguesia. E, ainda, que o ex-presidente Lula viesse a vencer a eleição que preconizam, como iria governar com esse congresso e Judiciário? Iria dar continuidade às barganhas temerosas implantadas por FHC e mantidas pelo ilegítimo?

Da mesma forma que os tradicionais atores políticos já têm suas posições definidas, as regras eleitorais e partidárias são impeditivas de eleições verdadeiramente democráticas. Os diferentes tempos de televisão, as regras de financiamentos das campanhas, o uso da máquina governamental e parlamentar por parte daqueles que estão eleitos ou cujos candidatos sejam seus aliados tornam quaisquer eleições viciadas, permitindo apenas aos mesmos de sempre obterem resultados significativos. Não há espaço para o novo, para a verdadeira representação popular, o debate democrático das idéias, das concepções e das propostas. Apenas o marketing político.

A eleição de Collor em 1989 foi um caso atípico, facilitada pelo fato da direita não ter um candidato forte e pela esquerda ter participado dividida no primeiro turno, unindo-se apenas no segundo, mas tendo pela frente o adversário mais difícil de superar: a mídia empresarial, em particular a emissora de televisão de maior audiência no país. Foi o mais grave erro da Constituição de 1988, que pretendeu ser Cidadã em termos de direitos e conquistas sociais, mas que manteve o status quo político originário da ditadura empresarial-militar. Cederam os anéis diante de uma conjuntura desfavorável à época, mas mantiveram os dedos, as mãos, os braços e tudo mais.

Aguardar as eleições de 2018 e tentar ganhar, com o único candidato viável e opositor ao ilegítimo governo, o ex-presidente Lula, não significa uma mudança radical, contrária aos interesses do capital. Isso ele demonstrou em seus oito anos de governo e em recentes declarações, quando se definiu enquanto um liberal. A falta de autocrítica do seu partido e de qualquer sinalização de uma guinada à esquerda demonstram que não é a alternativa que a realidade e o povo brasileiro necessitam.

Por outro lado, os setores mais combativos dos movimentos sociais vêm defendendo uma greve geral. Sem dúvida é uma excelente proposta para enfrentar os ataques desferidos pelo ilegítimo governo e seus parceiros no congresso e no Judiciário. Entretanto, uma greve geral demanda organização, mobilização e conscientização, que em grande parte foram soterradas pelos 13 anos de governos de conciliação de classes. Existem condições objetivas para uma greve geral, mas é preciso construir as condições subjetivas para a mesma que, ainda que vitoriosa, não seria o suficiente para derrotar o governo, mas um importante passo nesse sentido.

A única opção viável e legal, pois é prevista na Constituição em seu Artigo Primeiro, parágrafo único, é o povo exercer diretamente o poder. Não mais concedê-lo a pseudo representantes, que na verdade apenas defendem os interesses do capital. Alguns governantes são mais conciliadores, outros mais agressivos, mas todos, ao longo da nossa história, tiveram o capital enquanto sua prioridade. A corrupção dos políticos, hoje tão alardeada, é consequência direta dessa submissão, que rouba nossas riquezas, maximiza a exploração da classe trabalhadora e agride os direitos sociais do nosso povo.

Construir esse poder popular passa pelas lutas cotidianas dos trabalhadores e movimentos sociais, pela sua mobilização, organização e conscientização. É o desafio que temos para superar o caos em que foi jogado nosso país e nossas vidas. O resto é pretender ressuscitar um pacto com Mefistófeles, desta feita sem chance de enganá-lo.

Afonso Costa
Jornalista

Temer 8%

Ao borrar-se ante as Forças Armadas, PM e outras corporações, a reforma da Previdência faleceu antes da palmada na bundinha

Quem foi autoridade de fato no velório em Chapecó? Tite, enquanto o bei do Plabaixo se escondia com medo de vaias. É por isso que sua aceitação está em 8%. Até Fernandinho Beira-Mar ganha do presiplacebo, o que não faz efeito. É nessa Samarco (nenhum preso por monstruosa destruição e 20 homicídios) que estamos atolados.


Um exemplo: não estou vendo nada parecido com as manchetes, circo midiático etc. no escândalo Temer/Kassab/teles. Então, vou armar minha esfarrapada lona aqui. O desgoverno do presigárgula, esse gambá de Troia (cavalos são animais nobres) pretende, graças a uma “parceria” entre Jababerto Kassab, atual ministro de Ciência, Tecnologia, Comunicação & Trambiques, para ajudar as chamadas teles, um descalabro subestimado. 

Fala-se em perdão de 19 bilhões, ou seja, mais do que as vendas entreguistas do pré-sal para empresas da França pelo tucano Pedro Parente Deles. Só que o TCU disse que a conta verdadeira vai a quase 100 bilhões. Há mais um probleminha: se levarmos em consideração que as teles ganham de lambuja o que é patrimônio do povo brasileiro, cabos subterrâneos, fiações, torres, antenas, toda essa parafernália, a negociata sobe para duzentos bilhões, quatro anos de “Bolsa Roubada às Famílias”, “Minha Casa, Meu Desabamento”, uma roubalheira de provocar aplausos em Wall Street. E ainda há planos para tirar orelhões e cabines telefônicas de cidades pequenas, que ficarão incomunicáveis, voltando a bater tambor e fazer sinais de fumaça. Aí, querem nos enfiar goela abaixo pecs dos gastos, flexibilização, jogadas com o FGTS. É um bando bem organizado. O tenebroso ministro Eliseu Quadrilha teve um negocinho, cento e poucos milhões embargados por uma juíza honesta. Eliseu aniquilou área de proteção ambiental e botou animais lá. Vi fotos da área como era antes e como ficou arrasada. É crime. Não foi sequer chamado pelo presidiário, opa, presioco, para uma conversa.


Vivemos um dezembro fatal: Réu-nan defecou nas togas do STF. Sugiro que troquem a cor das togas para amarelão extra. O STF foi pressionado para fazer o acordão por caciques como FHC I e II, e outros elementos da cópula no puder. O Dr. Gilmares de Sargaços dispara drones infectos em todas as direções, desrespeitando colegas seguidamente, como nos recentes episódios com Marco Aurélio, Fux e Lewandowski, dublê de magistrado e centro-avante do Bayern Munique.


Em tempo: amigo economista garante que a PEC dos gastos é cascata. Porque ela depende da reforma da Previdência, que está morta antes de nascer. Ao borrar-se diante das Forças Armadas, PMs, Bombeiros e ainda vão entrar o Ministério Público, a Polícia Civil que não é boba, a reforma faleceu antes da palmada na bundinha.
Boas festas, se isso é possível!


O futuro dirá a diferença entre História e escória, Temeroso.

Aldir Blanc é compositor

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Nota de solidariedade a Emanuel Cancella

A Unidade Classista vem a público prestar sua irrestrita solidariedade ao companheiro Emanuel Cancella, vítima de perseguição política descabida promovida pelo juiz Sérgio Moro. A intimação, ao que nos consta, quer tratar as críticas políticas ao juiz, todas plenamente plausíveis, como se as mesmas fossem ataques à sua moral.

Na realidade, não se trata de uma mera intimação, mas sim uma intimidação indisfarçável. Uma clara tentativa de passar um recado a todos aqueles que criticam sistematicamente a parcialidade política inequívoca do magistrado, que até agora demonstra proteger e afagar políticos ligados ao PSDB, alguns deles recordistas em citações na própria Lava-Jato. Por trás da ofensiva a um dirigente sindical, revela-se um ataque a todo sindicalismo combativo, autônomo e crítico aos poderes dominantes. Miram uma liderança, mas contam que com isso estarão fragilizando todos os movimentos sociais e a Esquerda. Desejam, no fundo, um sindicalismo domesticado e subalterno aos interesses patronais.

O famigerado juiz, que há tempos empreende ações orquestradas com o que há de mais atrasado na política brasileira, como o oligopólio de imprensa capitaneado pelas organizações Globo e setores ligados às grandes corporações e rentistas internacionais, pretende calar quaisquer vozes dissonantes, num assombroso e intempestivo gesto autocrático.

Saiba ele que a Esquerda tem perfeita noção do significado do ataque e reagirá a altura, sabendo superar suas diferenças ante tal afronta. Não tenha dúvida que, ante tal ameaça, sabemos identificar quem são os inimigos de classe contra os quais construiremos a mais rígida unidade até que seja derrotado tal rompante antidemocrático.

Ressaltamos que esse é só mais um capítulo do crescente estreitamento do cerco da já combalida e relativa democracia conquistada com muita luta. Porém não podemos esperar nada de diferente partindo de uma elite empresarial e financista, com DNA golpista e autoritário, num momento em que a mesma imputa à toda humanidade uma grave crise sistêmica. Pretende fazer com que nós trabalhadores paguemos pela crise que geraram, e que aceitemos tal absurdo sem reagir.

Toda solidariedade ao sindicalista Emanuel Cancella! Mexeu com um trabalhador, mexeu com todos!

Comitê de Petroleiros da Unidade Classista/ RJ

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Vídeo desmascara pretenso “rombo da previdência

A decisão do Supremo Tribunal Federal em manter Renan Calheiros no comando do Senado tranquiliza o empresariado brasileiro e seus serviçais do Governo Federal. Como as classes dominantes tem pressa em aprovar a PEC 55 e a Contrarreforma da Previdência, a abertura de um processo sucessório na presidência do Congresso poderia atrapalhar a tramitação das medidas antipopulares em questão.

Nesse contexto, já na sessão de hoje Renan incluiu o debate sobre a “PEC da Morte” na pauta, com vistas ao cumprimento do calendário que prevê a segunda votação da famigerada proposta na próxima terça-feira, dia 13 de dezembro.

Enquanto isso, a máquina de propaganda do Governo segue a todo vapor, para iludir as massas sobre a necessidade de “equilibrar as contas do país”, “enfrentar o rombo da previdência” etc. A enxurrada de mentiras não tem limites: para a burguesia e seus representantes nos três poderes, vale tudo para enganar os trabalhadores, escondendo as verdadeiras causas da crise e a real situação da Previdência Social.

Assista e divulgue o vídeo “Desmascarando a farsa do rombo da previdência”:

Fonte:https://unidadeclassista.org.br