PCB-RR

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

DESMONTE DO BB PREJUDICA BANCÁRIOS, CLIENTES E PREPARA A PRIVATIZAÇÃO.

O Banco do Brasil, dia 20/11, anunciou um plano de reestruturação e de incentivo à aposentadoria. O primeiro implica no fechamento de 402 agências, a transformação de outras 370 em pequenos postos de atendimento, a desativação de setores administrativos, redução de jornada e salários para muitas funções e a extinção de 9.200 postos de trabalho. O plano de incentivo a aposentadoria tem como meta o desligamento de funcionários já aposentados ou em condições de requerer aposentadoria, o detalhe, é que não haverá substituição dos que saírem. 

As consequências de mais essa reestruturação sobre aqueles que vão permanecer no Banco serão funestas: perda de função comissionada (redução salarial), redução de jornada (redução salarial), transferências forçadas devido ao fechamento de centenas de unidades do Banco, além da inevitável sobrecarga de trabalho com a redução do quadro de funcionários. A incerteza é enorme, muitos, além da perda salarial, ainda poderão ser obrigados a mudar de cidade ou região. Se esta dinâmica não for barrada, o próximo passo será um PDV, aproveitando-se do desespero daqueles que estão sendo prejudicados agora.

Nos últimos dez anos o BB, assim como os demais bancos, obtiveram lucros exorbitantes. Foram favorecidos por uma política econômica que privilegia o pagamento da dívida interna, mantém os juros altos e utiliza a expansão do crédito para alavancar o consumo. Ao primeiro sinal de crise o fardo é jogado nas costas dos trabalhadores, vejam que o BB, Itaú, Bradesco e Santander lucraram mais de 25 bilhões no primeiro semestre de 2016, lucratividade enorme levando em conta que nesse mesmo período muitas empresas estão operando no vermelho ou mesmo indo à falência.

O aumento da inadimplência que afeta o balanço dos Bancos em geral, consequência direta da recessão e do desemprego, no caso do BB e da Caixa têm um componente a mais, os investimentos e empréstimos bilionários em parceria com grandes empresários. No caso do Banco do Brasil a lista é extensa: Banco Votorantim, OI, Sete Brasil, PDG, além de outras. O Votorantim, de propriedade da família Ermírio de Moraes, teve metade das suas ações compradas pelo BB quando amargava pesados prejuízos. Somente a OI e a Sete Brasil devem juntas ao BB, o maior credor bancário delas, mais de oito bilhões de reais, valores que não serão mais integralmente recuperados, porque as negociações envolvem descontos de até 70% sobre o passivo dessas empresas.

Os avanços da terceirização e das parcerias com o Bradesco apontam para a privatização do BB, ou pelo menos, da sua parte lucrativa, deixando a fatia que não interessa ao mercado financeiro com o setor público. De forma simultânea a reestruturação foi anunciada mais uma associação com o Bradesco, agora através da criação de um novo banco focado no atendimento digital, o CBSS, com participação de 49,9% do BB. Essa política não é nova, vem desde o governo Lula e está sendo aprofundada e acelerada pelo governo Temer. Registre-se que o senhor Paulo Caffarelli, atual presidente do BB indicado por Temer, fazia parte da diretoria durante o governo anterior e participou da equipe econômica durante o segundo mandato da presidente Dilma. 

Esses ataques não afetam apenas o funcionalismo do BB, o fechamento de agências significa a demissão de milhares de trabalhadores terceirizados das áreas de apoio, como limpeza, telefonia e segurança. Vão prejudicar o atendimento do público mais necessitado, principalmente das regiões mais afastadas e carentes. Acontecem num momento onde a crise capitalista afeta o Brasil em cheio, já são mais de doze milhões de desempregados, os municípios e estados falidos deixam de pagar os servidores e aposentados.  Quando os governantes envolvidos até o pescoço nos escândalos de corrupção pretendem nos impor esse tal de “ajuste fiscal”, que, na verdade, é mais arrocho sobre o povo trabalhador. Querem roubar nosso direito à aposentadoria e arrebentar com as mínimas garantias trabalhistas.

Nada disso é inevitável, a organização, a unidade e a luta dos trabalhadores podem retificar o curso dessa História. Temos grandes obstáculos pela frente, a começar pela maioria dos sindicatos e federações da categoria bancária dominada pela CUT, CTB e a CONTEC, que nesses últimos anos praticaram a mais descarada conciliação de classes com os banqueiros e o governo. Levaram o sindicalismo bancário ao descrédito, afastando a categoria da participação e das decisões. Em pleno curso desses ataques esses pelegos resistem até mesmo a convocar assembleias para que os bancários possam se manifestar e apontar os caminhos da luta, como, por exemplo, a unidade com o pessoal da CAIXA afetado também por reestruturações. 

Apesar disso tudo, no último dia 25, os funcionários do BB em muitas cidades foram trabalhar de luto, vestiram preto, boicotaram as festas de final de ano promovidas pelo banco, reuniões de mobilização foram realizadas e os ativistas e oposições sindicais pressionam as diretorias dos sindicatos pela convocação imediata de assembleias em todo o país. Essas assembleias devem ser o ponto de partida para uma grande campanha de mobilização contra esse plano de reestruturação, em defesa do funcionalismo, dos empregos e do papel de empresa pública do BB.
 

EM DEFESA DOS EMPREGOS E DOS SALÁRIOS!
NÃO AO DESMONTE DO BB!
ASSEMBLEIA JÁ!

domingo, 20 de novembro de 2016

CAMPANHA SALARIAL 2016: DIREÇÃO DO SINDICATO DÁ GOLPE NOS GREVISTAS DA CAIXA!

CAMPANHA SALARIAL 2016:
DIREÇÃO DO SINDICATO DÁ GOLPE NOS GREVISTAS DA CAIXA!
Na quinta-feira 06/10, na penúltima assembleia de greve da Caixa, a Galeria dos Empregados do Comercio estava lotada.  Após 24 horas de paralisação, gerentes e comissionados dessa vez se mobilizaram para aderir à greve por tempo indeterminado.  A disposição para derrotar os ataques desse governo ilegítimo era grande.  A indignação com o RH184 e a ameaça de privatização quebraram o paradigma de que gerente não faz greve.
E a proposta apresentada foi muito ruim. Se não bastasse o índice inferior a inflação, somou-se o acordo bianual que na prática nos amarra por dois anos, dificultando a resistência a futuros ataques que estão por vir.  E o que fez a CUT/CONTRAF?  Indicou a aceitação da proposta infame.
Mas, diante de um quadro crescente de mobilização, ficou difícil para a direção do sindicato do Rio defender a aceitação da proposta da FENABAN. O que fez então? Deu um golpe na assembléia.  Votou rapidamente a rejeição da proposta (fingindo concordar com a esmagadora maioria) para logo depois cortar o microfone de forma truculenta e impedir que a categoria pudesse se organizar para os piquetes do dia seguinte: uma traição sem precedentes! 
Na sexta-feira a operação desmonte continuou: pouquíssimos piquetes do sindicato (que a esta altura só tinha os funcionários da Caixa em greve); dos mais de cem diretores do sindicato, a imensa maioria simplesmente não apareceu. A falta de organização e apoio do sindicato, somado ao assédio moral das SRs, foram minando a greve.
ESSA DIRETORIA DO SINDICATO NÃO NOS REPRESENTA
Apesar da derrota do acordo, a categoria bancária - em especial os funcionários da CAIXA - saíram da campanha salarial com a certeza de que era possível avançar.  Faltou uma direção que nos represente de verdade.  COM MOBILIZAÇÃO ERA POSSÍVEL UM ACORDO MELHOR.
CONSTRUIR UMA NOVA DIREÇÃO
Diante deste quadro, onde a ameaça de privatização e os ataques do governo Temer são cada vez mais efetivos, precisamos ter uma entidade que realmente nos represente, que respeite a vontade da maioria e que esteja disposta a enfrentar o governo e os banqueiros.
A OPOSIÇÃO BANCÁRIA UNIFICADA chama a todos para juntos debatermos de que forma podemos construir esta nova direção.  Não deixe de participar!
ENCONTRO DE BASE DA CAIXA COM A OPOSIÇÃO BANCÁRIA/RJ
DIA 26/11 – 10:00h
No Sepe/RJ – Rua Rua Evaristo da Veiga, 55 / 7º andar
(em frente ao batalhão central da PMRJ)

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

domingo, 13 de novembro de 2016

Trump será o Lula da direita: rugidos na campanha, miados no poder.

O que teria acontecido caso Lula houvesse sido eleito em 1989? Alguém acredita que, realmente, 800 mil empresários fariam as malas para deixar o país, de acordo com o prognóstico alarmista do então presidente da Fiesp, Mário Amato?

Nem a pau, Juvenal! O poder econômico trataria é de iniciar logo o enquadramento do Lula que, a julgar pela maneira como procedeu ao finalmente chegar , não oporia muita resistência ao descarte das bandeiras utilizadas para ganhar a eleição.

Desde o sindicalismo, sua trajetória era feita de acordos, com uma greve aqui e ali para que as montadoras, alegando aumento de custos com a mão-de-obra, pudessem contornar os congelamentos de preços impostos pelos ministros da ditadura; se em 1989 os mandachuvas do mercado houvessem sentado com o Zé Dirceu para acertar os ponteiros, como fizeram em 2002, nossa História teria avançado mais depressa... Para o mesmo lugar.

O Brasil não se tornou comunista sob Lula, a Itália não voltou ao fascismo sob Berlusconi e é quase impossível os Estados Unidos serem piores sob Trump do que foram durante a guerra ao terror de Bush, quando justiça, direitos humanos e respeito à soberania das nações viraram balelas no país que mais prega a democracia.

Nos três casos, vale ressaltar, os negócios continuaram sendo tocados conforme a lógica férrea do neoliberalismo dominante, pois há bom tempo o que realmente importa na economia deixou de ser decidido pelos chamados dirigentes políticos, hoje reduzidos a meros fantoches do poder econômico.

As extravagâncias de certos presidentes e premiês se limitam ao varejo, já que no atacado eles não têm permissão para botar as patas. Ou alguém acredita que Trump conseguirá ressuscitar o protecionismo de mercado num país que tanto lucra com o livre comércio, correndo o risco de que ele venha a isolar-se juntamente com o Reino Unido, enquanto Europa e Ásia estariam deitando e rolando?

Por que supormos que, com Donald Trump, virá o apocalipse? Bem mais plausível é que, tendo atingido o objetivo de chegar à Casa Branca, ele tire o macacão de palhaço e volte a se comportar como quem veste terno de empresário.

Parece que, lembrando o grande Shakespeare, continuamos obnubilados pelas tempestades de som e fúria significando nada com que nos hipnotiza a indústria cultural.

A embalagem do capitalismo nos EUA vai mudar um tantinho, mas o produto continuará igual. E o que realmente importa é o seguinte: seu prazo de validade já expirou.
Está na hora de deixarmos de desperdiçar tempo com bobagens e encararmos nosso verdadeiro problema, qual seja, o de evitarmos que a agonia do capitalismo, com sua degringolada econômica e catástrofes ambientais, arraste a espécie humana para a extinção.
Escrito por Celso Lungaretti
http://correiocidadania.com.br

Tarefa dos Revolucionários no Movimento Sindical

O quadro atual do movimento sindical é de refluxo. Com 11 milhões de desempregados, as lutas econômicas estão em acentuado descenso. Mesmo em categorias numerosas e bem organizadas, as greves são derrotadas, não conseguindo nem a reposição da inflação. As lutas econômicas isoladas são incapazes de derrotar os ataques do governo da burguesia e do imperialismo. Diante da crise sistêmica do capitalismo, a burguesia, como sempre, quer que os trabalhadores paguem pela sua crise. O ataque do Capital se mostra amplo, isto é, atingirá toda a classe trabalhadora. A luta contra os ataques do governo Temer passa necessariamente pela luta política. A luta de classes no país tende a subir a patamares nunca atingidos. E somente a luta unitária e de massas poderá barrar e derrotar esses ataques. Mas para que isso aconteça é necessário cumprir algumas tarefas. 

Para enfrentar essa situação crítica, uma das tarefas dos revolucionários é superar uma deficiência histórica do movimento sindical brasileiro: a organização por local de trabalho. Sem ela, a luta econômica é fraca e defensiva, ficando nos limites da espontaneidade das massas. E a luta política sem a organização por local de trabalho torna-se muito difícil, quase impossível. Em nossa história recente temos exemplos de momentos importantes da luta política – o Golpe de 64 e a Ditadura empresarial-militar – nos quais a greve geral não ocorreu ou obteve fracos resultados em virtude da débil ou inexistente organização por local de trabalho. Não é à toa que a burguesia não aceita a organização dos trabalhadores nos locais de trabalho. Ela tem consciência do perigo que isso representa – afinal, a burguesia está na luta de classes.

A burocracia sindical, subserviente ao capital, por motivos óbvios e por instinto de sobrevivência, não faz esse trabalho. No máximo, faz a cooptação de novos militantes, corrompendo-os com o aparato sindical. É evidente que não podemos contar com os dirigentes sindicais reformistas para essa tarefa.  Queremos, sim, a sua base, os trabalhadores. Por outro lado, organizações de esquerda procuram recrutar novos militantes que surgem dos movimentos grevistas e populares. Devido sua pequena inserção no movimento operário-popular, esses grupos, procurando visibilidade, atuam nos comitês, fóruns, comandos, ou seja, priorizam o trabalho de cúpula e não fazem o trabalho de base.

O trabalho de organização por local de trabalho é relegado a segundo, terceiro plano, ou mesmo, na maioria dos casos, não realizado. Esse trabalho não rende resultados imediatos, seus frutos geralmente aparecem a médio e longo prazo. É uma atividade que requer paciência e persistência, principalmente levando-se em conta o atraso político do movimento operário-popular brasileiro. É um trabalho que o “revolucionário pequeno-burguês radical”, por sua pressa, pouca firmeza e falta de determinação verdadeiramente revolucionária, é incapaz de realizar. 

Temos companheiros com muita experiência nas lutas sociais que estão desgarrados, desorganizados, que muito podem contribuir para a luta. Esses trabalhadores avançados, apesar de não terem a consciência de classe comunista, têm uma consciência política mais ampla, sabem dos limites da luta sindical, não tem ilusões quanto aos seus inimigos e são respeitados pelos demais trabalhadores, sendo uma referência para eles. Não podemos desconsiderar esses companheiros. Eles poderão contribuir para atrair a massa para a luta. A tarefa dos revolucionários é arregimentar os trabalhadores avançados no plano político-sindical com o objetivo de criar círculos, comissões e comitês por local de trabalho, para promover debates e divulgar propostas de ação para a categoria, sempre com o cuidado de preservar o grupo. 

A unidade das forças classistas é fundamental para enfrentar a conjuntura atual. Independentemente de posições políticas diferentes e evitando hegemonismos, devemos, através da organização por local de trabalho, construir uma frente única nas fábricas, empresas e escolas para enfrentar e derrotar os ataques do governo. Sem dúvida, é um passo importante para avançarmos na construção de um bloco anticapitalista e anti-imperialista.
 
Paulo Cesar De Biase Di Blasio*
* Professor da rede estadual em Nova Friburgo/RJ
 
De UC Nacional

OS RESPONSÁVEIS PELO ROMBO DA CASSI AGORA QUEREM NOS EMPURRAR A CONTA

Depois de negociar com o banco durante dois anos, sem organizar e mobilizar o funcionalismo do BB para exercer a legítima pressão por seus interesses, as entidades ditas “representativas”, acordam uma proposta que mais uma vez onera os bancários e alivia o banqueiro.

Não podemos aceitar que a nossa CASSI, que tem mais de setenta anos de existência e superou muitas crises, chegue a uma situação financeira negativa e não se apure responsabilidades. Onde estavam os gestores que não planejaram e não administraram de forma a evitar tal situação? Esse desastre não aconteceu de uma hora para outra.

Como sempre querem aplicar a solução mais fácil, meter a mão no bolso do associado e aliviar a responsabilidade do empregador. Já fizeram isso outras vezes e o resultado foi esse que chegamos agora, o agravamento da situação financeira da CASSI.

O aporte de 23 milhões a ser feito pelo banco, caso seja aprovada essa proposta, não corresponde nem a proporção definida no atual estatuto, de uma vez e meia o valor do nosso, que será de 17 milhões.

Aceitar essa proposta significa mais um duro golpe contra nossa caixa de assistência, não vai resolver o déficit financeiro e pode resultar, a médio prazo, na transformação da CASSI em mais um plano de saúde de mercado, cobrando valores absurdos dos seus associados.

São os responsáveis pelo rombo que tentam nos chantagear, dizendo que a CASSI vai quebrar se o sim for derrotado. Vamos repudiar o bloco chantagista, votar não, fazer uma grande campanha e exigir uma negociação efetiva, onde o banco cumpra sua responsabilidade com a sustentação da CASSI.
 
Ney Nunes
Delegado Sindical Ag. Cinelândia, RJ.
 

terça-feira, 8 de novembro de 2016

“Muita gente não tem a menor idéia do que é a PEC 241 (PEC do Teto), nem de suas consequências” afirma CNBB


Na última quinta-feira (27/10) a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) se posicionou em relação à PEC que limita os gastos públicos. Segundo os bispos brasileiros:
 “ A PEC 241 é injusta e seletiva. Ela elege para pagar a conta do descontrole de gastos, os trabalhadores e os pobres, ou seja, aqueles que mais precisam do Estado para que seus direitos constitucionais sejam garantidos. Além disso beneficia os detentores do capital financeiro, quando não coloca teto para pagamento de juros, não taxa grandes fortunas e não propõe auditar a dívida pública.”

A dura advertência da CNBB, que evidentemente não foi divulgada pela grande mídia golpista, mostra a que ponto chegamos sendo administrados por pessoas que não são brasileiros. Mostra, mais uma vez, que estamos sendo administrados por colonizadores, que estão aí só para explorar o Brasil e seu povo.

Além do que é levantado pela CNBB, antes de se falar em conter gastos em saúde e educação, muitos outros aspectos relevantes deveriam ser observados e sofrer alterações como por exemplo:
  1. A alíquota máxima do IR para pessoas físicas no Brasil de 27,5% é uma das menores do mundo. Muitos estrangeiros que tem visto permanente no Brasil optam por pagar IR aqui, pois nos seus países de origem as alíquotas atingem 40/50%. Perguntem ao Ministro da Fazenda Henrique Meireles, que tem cidadania americana, onde ele prefere pagar seu imposto de renda?
  2. Dividendos auferidos por proprietários de empresas no Brasil estão isentos de impostos, isto só acontece por aqui.
  3. As empresas brasileiras podem lançar como despesa os “juros sobre capital próprio” pagos aos acionistas, o que é mais um artifício “jabuticaba” (só existe no Brasil).
A CNBB também esclarece:

“É possível reverter o caminho de aprovação desta PEC, que precisa ser debatida de forma ampla e democrática. A mobilização popular e a sociedade civil organizada são fundamentais para superação da crise econômica e política. Pesa, neste momento, sobre o Senado Federal, a responsabilidade de dialogar amplamente com a sociedade a respeito das consequências da PEC 241”. 

É claro que em qualquer país sério do mundo, um assunto desta relevância, seria amplamente discutido com toda a sociedade, com muitas audiências públicas e grande divulgação. Mas não acredito que isto venha a ocorrer por aqui, pois nossos “colonizadores” querem queimar etapas e impor todo o ônus ao povo trabalhador brasileiro, sem muita discussão. O Senado que temos hoje está unido ao governo Temer com um principal objetivo que é “estancar a sangria” da “Lava Jato”, sendo que o STF está sob controle, como disse o senador Jucá.

Mas por outro lado vemos com muita alegria e satisfação este movimento “ocupa tudo”, que surgiu de forma espontânea entre estudantes secundaristas e universitários, contestando os desmandos do governo.

Felizmente podemos dizer que ainda há esperança para o futuro do Brasil.

por Cláudio da Costa Oliveira, economista aposentado da Petrobras
Fonte:http://www.ocafezinho.com

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Mídia abafa envolvimento de Alckmin na invasão de escola do MST

Silêncio da mídia no caso da invasão da escola do MST tem nome e sobrenome

por Renato Rovai, na Revista Fórum
Não é só impressionante como revelador o silêncio de todos os portais, TVs, rádios e quetais do que se convencionou chamar de mídia golpista acerca da invasão da Escola Florestan Fernandes, do MST.

O silêncio é tanto conivente quanto envergonhado. Afinal, não há como tratar do assunto sem dizer que todos os direitos foram violados nesta invasão.

Os policiais não tinham mandado de busca e apreensão e chegaram atirando, como se pode ver em vários vídeos e fotos circulando nas redes e mesmo em matérias desta Fórum.

No local, como também se pode perceber, não havia nenhum militante portanto qualquer objeto que pudesse ser utilizado como arma de resistência.

Ou seja, não há a menor justificativa para a ação.

Mas não é só isso que fez com que esse fato não se tornasse notícia. Há um sujeito oculto por trás deste silêncio ensurdecedor.

Funciona mais ou menos assim.

O inocente repórter deve ter dito ao chefe, parece que teve um rolo lá na escola do MST e a polícia está no local.

O editor esperto provavelmente deslocou equipe para o local.

O inocente repórter voltou todo empolgado com a matéria. Mas ao relatar o que aconteceu, não convenceu.

O editor esperto queria os porquês, o que motivou aquela ação.

O inocente repórter não tinha o que dizer sobre isso.

O editor esperto passou a bola pra frente.

E lá de cima veio o recado.

Deixa essa história pra lá, porque o super chefe queria silêncio sobre o caso.

Mas quem é o super chefe, perguntou o inocente repórter.

O editor esperto respondeu: isso não é problema nosso.

E assim um certo sujeito que manda e desmanda na mídia paulista e que indicou o ministro da Justiça vai fazendo a lei ao seu gosto e sabor.

Isso mesmo, amigos. O silêncio da mídia no caso da invasão da Escola do MST tem nome e sobrenome: Geraldo Alckmin.

O resto é história pra boi dormir.

domingo, 6 de novembro de 2016

CAMPANHA SALARIAL 2016: CRÔNICA DE UMA DERROTA ANUNCIADA.

Passada a campanha salarial, os bancários se perguntam: mas afinal, qual foi o resultado dessa greve? 

O jornal do Sindicato insiste em manchetes triunfalistas e dizer que o acordo de 2 anos foi conquista, mas a realidade que os bancários estão percebendo não é essa:
- o reajuste salarial foi abaixo da inflação e o abono foi comido em boa parte pelo Imposto de Renda;
- não se avançou um centímetro em estabilidade ou garantia de emprego;
- os bancários do Banco do Brasil são ofendidos pelo “Fora Temer Usurpador” em entrevista na Globo (o golpista declarou que no BB há “muitos empregados desnecessários”) ;
- na Caixa Econômica o clima também é de ameaças, possibilidades de reestruturação e cortes,e a Caixa acabou de ressuscitar o normativo que regulamenta a terceirização desenfreada (com a contratação de “bancários temporários”);
- e neste clima de ataques, a Diretoria do Sindicato e a Contraf/CUT apóiam a assinatura de um acordo que praticamente nos deixa “amarrados”no ano que vem.
Como já alertávamos antes, o governo ilegítimo do “Fora Temer” já mostrou ao que veio:
- o anunciado “ajuste fiscal duro” veio com a malfadada PEC 241, que congela em termos reais os investimentos públicos em Saúde e Educação por 20 anos para garantir o pagamento integral dos juros da dívida pública;
- anuncia uma Reforma da Previdência com idade mínima de 65 anos, o que significa que os jovens com menos de 20 anos de mercado de trabalho terão que trabalhar mais de 40 anos pra conseguirem aposentar-se;
- já anunciam a “privatização fatiada” da Caixa e Petrobrás, com a venda da BR Distribuidora e da Caixa Seguros, e a boataria sobre um possível PDV no Banco do Brasil corre solta.

Desde o início de nossa campanha salarial, a Oposição/Unidade Classista vinha alertando de que “a velha dinâmica que a Direção do Sindicato e a Contraf/CUT imprimiram às greves dos bancários não ia atingir nenhum resultado favorável este ano”.

Mas a Diretoria do Sindicato do Rio e a CONTRAF/CUT mantiveram a mesma dinâmica: apenas ficaram esbravejando no jornal do Sindicato, mas não convocaram plenárias por região, assembleias de organização nem reuniões de delegados sindicais para efetivamente preparar a categoria.

Pra termos uma idéia da paralisia da Diretoria do nosso Sindicato, as eleições para delegado sindical na Caixa foram realizadas na semana anterior à greve – e nem chegaram a tomar posse! Só houve três assembleias antes da greve – e a primeira, que aprovou a pauta, foi numa segunda-feira depois de feriadão olímpico! (Obviamente foi uma assembleia esvaziada, desconhecida pela maioria dos bancários). Depois tivemos as duas assembleias de greve: a “oficial” com um número reduzido de bancários e a “organizativa” ESVAZIADÍSSIMA.

Nós da Oposição dizíamos naquele momento: “Na nova conjuntura, só uma coisa levará à vitória da nossa campanha salarial: a organização dos bancários para intensificar a adesão à greve, tornando-a realmente massiva, com um impacto que possa atingir o bolso dos banqueiros e colocar o governo na defensiva. (...) Necessitamos de uma campanha salarial com milhares de bancários participando das assembleias, definindo os rumos da luta, afirmando quais são nossas reivindicações prioritárias, fazendo greve de verdade e unificados com a luta de todos os trabalhadores em defesa da previdência pública e dos direitos trabalhistas da CLT.”

Mas o “velho script” de greve de fachada da Diretoria do Sindicato e da CONTRAF/CUT foi aplicado este ano novamente. A greve nos bancos privados praticamente se restingia ao Centro da cidade, com as agências fechadas “de fora pra dentro” e os colegas sendo obrigados a trabalhar em outras regiões. No banco do Brasil e na caixa, agências fechadas ao público mas com muitos colegas dentro “batendo metas” e “fazendo negócios”.

 A mudança de qualidade na greve, tornando-a massiva, só aconteceu na última semana E SÓ NA CAIXA ECONÔMICA, à revelia da Direção do Sindicato!

Com a greve que tivemos – com baixíssima participação dos bancários, exceto na Caixa na última semana – aconteceu o que a Oposição já denunciava antes: “ (...)greve de fachada, assembleias teatrais, piqueteiros contratados, aqueles jornais dos sindicatos anunciando “proposta final dos bancos” arrancada por uma greve que sabíamos não ser de verdade (antes mesmo de discutirmos as propostas), todo aquele clima de farsa  não arrancará nenhuma proposta decente dos bancos e poderá inclusive causar mais perda de direitos.

Dito e feito: a categoria acabou sendo forçada a aceitar um acordo rebaixado, com reposição abaixo da inflação, abono (que o Imposto de renda comeu um pedação), sem nenhuma garantia de emprego e, PRA PIORAR, COM A ARMADILHA DO ACORDO DE 2 ANOS!

E porque o acordo de 2 anos é uma armadilha? Por uma razão muito simples: ninguém sabe o que vai acontecer ano que vem! Agora então com a prisão do meliante Eduardo Cunha, quem é capaz de garantir que o governo ilegítimo de Temer sobreviverá? E se o Usurpador cai por mais uma manobra parlamentar, quem vai assumir o lugar?

Como estará a economia do país: mal ou ainda pior? Com este grau de indefinição, chega a ser uma irresponsabilidade amarrar a categoria em um acordo de 2 anos como se estivesse tudo “normal, tranqüilo e favorável!

O pior é que a Diretoria do Sindicato brada aos quatro ventos que “acordo bianual foi conquista”...CONVERSA PRA BOI DORMIR! Se acordo de 2 anos fosse bom, porque nunca propuseram antes? Porque aceitaram a proposta dos banqueiros de acordo de 2 anos JUSTO NO ANO EM QUE A GREVE FOI MAIS FRACA E O RESULTADO FOI RUIM

A verdade é que a Diretoria do Sindicato NÃO CONSEGUE ADMITIR QUE NÓS BANCÁRIOS FOMOS DERROTADOS NESTA CAMPANHA SALARIAL. Não conseguem e nem podem admitir, pois isso equivale a confessar que eles e a CONTRAF/CUT são os (ir)responsáveis por essa derrota.

CHEGA DE PELEGUISMO!
A Oposição Bancária Unificada chama a todos e todas bancários e bancárias a construirmos juntos uma nova direção de lutas para a categoria. Vamos seguir o exemplo dos colegas da Caixa, que se organizaram e mobilizaram à revelia da Direção do Sindicato; vamos construir juntos um forte movimento de Oposição Bancária de base pra MUDAR O SINDICATO.