PCB-RR

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Siqueira comenta os prejuízos da entrega do pré-sal

A curva de produção de petróleo do Brasil até agora foi construída unicamente pelos méritos dos trabalhadores da Petrobrás. Quem prospectou todas as bacias sedimentares brasileiras e achou campos gigantes de hidrocarbonetos nas áreas do pós e pré-sal foi a Petrobrás.
A Petrobrás descobriu uma das maiores estruturas geológica petrolífera do planeta, o pré-sal. A Petrobrás sempre só investe pesadamente em bacias sedimentares que apresentam todas as condições geológicas necessárias para a geração e acumulação de petróleo. Por isso, a obtenção dos resultados positivos nos valorosos pós e pré-sal do Brasil que já garantem a autossuficiência do país em petróleo. A reserva equivale a 300 bilhões de barris de óleo. Essa é a verdade histórica do petróleo do Brasil.
Por outro lado, quase todas as manobras já foram feitas a fim de acabar com a exclusividade da Petrobrás na exploração e produção de petróleo do Brasil. Quebraram o monopólio estatal do petróleo e, de imediato, criaram o modelo de concessão das reservas petrolíferas das bacias sedimentares brasileiras, em terra e no mar, e começaram os leilões durante o governo tucano.
Descoberto o pré-sal, no governo petista, criaram o modelo de regime de partilha de sua colossal reserva e uma nova estatal exclusiva para gerenciar a exploração e produção do pré-sal, a Pré-Sal Petróleo S. A. (PPSA). E, logo em seguida, deram início aos leilões das acumulações do pré-sal.
A largada do desmonte da Petrobrás e da entrega das reservas de petróleo do Brasil é dada a partir do governo tucano. Já foram dois governos de muita entrega. O governo tucano leiloou 88 (9%) blocos exploratórios de petróleo, enquanto que o governo petista leiloou 891 (91%) blocos, além do campo de Libra.
Do campo de Libra, cuja reserva é de 12 bilhões de barris de petróleo, a Petrobrás detém 40%, a Total junto com a Shell também ficam com 40% e o restante é da CNPC e CNOOC, ambas chinesas. Da área do pré-sal 29% já foram leiloadas.
Mas eles não pararam por aí. A propaganda do governo petista era de que a Petrobrás seria transformada numa gigante petrolífera global. E por isso, ativos foram comprados no exterior pela empresa. A Petrobrás não comprou apenas refinarias, mas também blocos exploratórios nos Estados Unidos, o maior consumidor mundial de petróleo e de seus derivados. É nos EUA que começa o uso da tática do endividamento da Petrobrás e que agora “justifica” o desinvestimento (venda dos ativos), inclusive no Brasil.
Governo do PT segue entregando nosso petróleo e o pré-sal
Agora, novas manobras estão sendo realizadas para acabar com a obrigatoriedade de a Petrobrás ser a operadora única do pré-sal na exploração e abolir o direito de participação mínima de 30% da produção, o que já significava quase nada. Tal condição é imposição da lei de partilha de produção, instituída no governo petista após a Petrobrás ter descoberto petróleo e gás natural na área do pré-sal.

Buscam fazer isso através do Projeto de Lei 131.15 do Senador José Serra (PSDB-SP). Ou seja, todo o poder de decisão das atividades de exploração e produção dessa matéria-prima estratégica passa a ser das multinacionais. Esse é o significado prático do PL do Senador José Serra, do PSDB.
O pré-sal atingiu a produção de 800 mil barris de petróleo por dia com apenas 39 poços num período de 8 anos depois de achado. Enquanto que a bacia de Campos (pós-sal) alcançou a mesma produção com 423 poços num período de 24 anos depois da descoberta. Isso mostra que o pré-sal é grande demais e não há risco exploratório.
Um novo e segundo leilão de áreas do pré-sal está previsto para ocorrer entre 2016 e 2017, e as multinacionais querem ser beneficiadas, tirando a Petrobrás e o Brasil desse jogo de cartas marcadas pelas petroleiras estrangeiras. Os EUA agradecem. A petroleira francesa Total, parceira da Petrobrás no monstruoso campo de Libra, leiloado em 2013, é uma das multinacionais que também pressionam pela quebra do modelo atual de partilha das reservas gigantes do pré-sal. A Total é a principal lobista do PL  de Serra. A Chevron e irmãs que dominam e manipulam o mercado internacional do petróleo também ficarão gratas com a entrega do petróleo do Brasil.


Então, as manobras recentes só têm a ver com a grandiosidade do pré-sal. Logo, o PL 131.15 só prejudica os interesses da nação brasileira. Na verdade, um projeto que comete crime de lesa pátria, contendo uma política estratégica de governos neoliberais privatistas.
Fonte:pstu.org.br

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

O preço de um governo e de um país


A irreverência dos brasileiros diz que o ano começou na última segunda-feira, dia 15 de fevereiro. Passaram as festas de final de ano, o calor de janeiro já invadiu as praias, acabou o carnaval. As aulas recomeçaram, as crianças voltaram às ruas.

Enquanto tentamos levar a vida com nossas peculiaridades, apesar das dificuldades, infelizmente os donos do capital atuaram, na surdina como é do seu feitio, fechando acordos espúrios, jogando areia em nossos olhos e partilhando o Brasil entre si.

“Foi publicada no Diário Oficial da União da quinta-feira, 11, decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que permite a contratação pelo Poder Público de organizações privadas, sem licitação, para serviços de ensino, pesquisa científica, saúde, cultura, desenvolvimento tecnológico e proteção e preservação de meio ambiente. A publicação da decisão, proferida em abril de 2015, é mais um facilitador do desmonte do serviço público, que prejudica usuários e trabalhadores.

Na decisão, por 7 votos a 2, os ministros reconheceram a validade da lei 9.637/1998, norma que havia sido questionada apenas pelo PT e pelo PDT quando ainda faziam oposição ao governo de Fernando Henrique Cardoso, autor da lei. Os votos contrários à norma foram dos ministrosSintrajuf/RS e ConJur). Escancaram as portas para a privatização dos serviços públicos.
Marco Aurélio e Rosa Weber” (

Como se isso não bastasse está para entrar em votação no Senado, com anuência da presidente Dilma e apoio decisivo do presidente da casa, Renan Calheiros, o projeto que diminui a atuação da Petrobrás na exploração no pré-sal, de autoria do senador José Serra (SP). O projeto permite a exploração de campos de petróleo do pré-sal sem a presença, até agora obrigatória, da empresa brasileira. A menina dos olhos do capital internacional.

 

Como lucro para os capitalistas nunca é demais, também está tramitando, a ser votado a qualquer momento, o Projeto de Lei do Senado (PLS) que cria a Lei de Responsabilidades das Estatais, baseado em medidas que favorecem a privatização das últimas empresas efetivamente públicas, como a Caixa Econômica Federal e outras.

 

Os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário se uniram para favorecer o capital de uma forma poucas vezes vista. O governo conseguiu se livrar, pelo menos provisoriamente, da tentativa de impeachment, ganhando tempo e ar para tentar resolver a crise econômica – impossível com sua subserviência ao capital financeiro – e levar seu mandato até o fim. Os hospitais, os remédios, os pagamentos dos servidores, a educação e demais serviços públicos pouco importam, em agosto tem as Olimpíadas, circo garantido. O mosquito agradece.

 

Nas páginas dos jornais e nas telas das tevês o impeachment foi desaparecendo, desaparecendo, o vice Temer fez as pazes com a presidente, o deputado Cunha perdeu espaço em sua base no estado do Rio de Janeiro (viva Picciani), o senador Aécio Neves, antes intocável, foi mencionado (finalmente) em denúncias de corrupção. Até FHC entrou na dança. O governador Alckmin não, continua ileso apesar das merendas, pois tudo indica ser o próximo candidato do PSDB ao Planalto (tucano não, o pássaro não merece).

 

Enquanto isso Lula é linchado pela mesma mídia, a das famílias e pastores. Entre as duas bandas de uma mesma bunda a burguesia tem sua opção preferencial e seu preconceito de classe. Só até certo ponto, é claro. O PT reclama, grita, mas não esperneia. Salvou, por enquanto, o governo Dilma.

 

A burguesia avançou em seu projeto de maximizar o lucro, de privatizar mais do que nossas riquezas e nosso trabalho, nossas vidas. A chantagem da Standard & Poor’s tem sua serventia.

,

O atual ministro da Fazenda andou sumido – o antigo foi para os EUA dirigir mais uma instituição financeira internacional. O projeto de atacar ainda mais a Previdência deverá ser o ovo de Páscoa. Afinal, entrega-se tudo, mas aos poucos, é o meio de se manter no poder. Por isso ficou a cargo do Ministério do Emprego e da Previdência Social apresentar os “estudos” que indicam mais perdas para os trabalhadores. As mulheres, os trabalhadores rurais e os servidores públicos são os alvos da vez.

 

Rafael voltou a ser preso, os estudantes de Goiás estão enjaulados, os servidores e terceirizados sem salários, os povos da terra são vitimizados diariamente, o rio Tapajós, a joia da Amazônia, finalmente foi poluído, em São Paulo a escola pública perdeu mais de um mil salas de aulas. A ferocidade da sanha capitalista não tem limite.

 

Quanto pior melhor é uma inverdade sem fundamento histórico. Quanto pior, pior mesmo, mas em que pese a ofensiva da burguesia as reações em nível nacional não param de se multiplicar: estudantes, professores, servidores públicos, operários, sem terra, indígenas, comunidades se levantam em todo o país. Ainda não articulados e organizados em nível nacional, mas se levantam,

 

O povo não é bobo! Seu caminhar nem sempre é identificável, previsível, porém quando começa é imparável.

 

Afonso Costa

Jornalista

domingo, 7 de fevereiro de 2016

BB Truck é a grande novidade da reestruturação no Banco do Brasil

040103
Nesta quinta-feira, dia 04, bancários do Banco do Brasil realizaram protesto em frente a agência do Sul da Ilha de Florianópolis no Bairro Campeche. Durante a atividade os bancários dialogaram com clientes e usuários sobre a precarização no atendimento do BB, que ao invés de melhorar as condições de atendimento libera atuação de um correspondente bancário atuando ao lado da agência, sem as mínimas condições de segurança e acessibilidade.
0205
No  estacionamento do Banco do Brasil, na agência do sul da ilha de Florianópolis, está a grande novidade do banco. Seguindo a tendência do momento, o banco abriu um BB Truck! Sim, é isso mesmo! Se espelhando nos foods trucks, que viraram moda em Florianópolis, o banco colocou uma espécie de trailer com dois caixas, correspondentes bancários, no estacionamento da agência.
No inicio do mês de janeiro o banco anunciou a chamada reestruturação, com o corte de 20% no número de caixas que atendem na região. Em contrapartida, abre espaço para os tais correspondentes  bancários, expondo clientes e trabalhadores a uma situação de insegurança.
0706
De acordo com André Luiz Alves Secretário Geral do SEEB Floripa e funcionário do BB: “a criação destes correspondentes bancários ataca os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras e precariza as relações de trabalho, reduzindo salários, causando doenças e prejudicando a qualidade de vida da população. Não é um ataque apenas às conquistas históricas da classe trabalhadora, é também contra toda a sociedade brasileira, que vivencia, um processo de terceirização camuflado, com impactos diretos sobre a geração de emprego e renda, paralisando o processo de distribuição desta e de redução das desigualdades.”
Durante a atividade os dirigentes do SEEB questionavam os clientes: “você se sente seguro de sacar seu dinheiro ou ir pagar uma conta em um caixa instalado em um trailer no estacionamento do banco? E para o trabalhador, essa situação oferece alguma segurança? O que impede alguém chegar armado em um caminhãozinho desses?”
Cada vez mais o Banco do Brasil demonstra falta de cuidado e preocupação com o emprego do bancário e com o atendimento aos clientes. Ao invés de investir em segurança e atendimento, toma medidas paliativas   que só reforçam a omissão que a instituição tem tido, na prática, para com seus trabalhadores e correntistas. Na publicidade tudo parece lindo, mas na realidade o que temos é descaso e indiferença.

SEEB Floripa

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Para garantir lucro dos bancos, governo quer comprometer FGTS

3k8pxehg8m_4hq7ftw635_file
A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta quinta-feira (28) que enviará uma proposta ao Congresso Nacional para permitir o uso de 10% do FGTS, mais a multa por demissão, como garantia no empréstimo consignado. A medida espera injetar R$ 17 bilhões para o reforço das linhas de crédito dos bancos públicos.
Na prática, isso significa que, mais uma vez, o governo Dilma pretende retirar direitos e recursos dos trabalhadores para combater os efeitos da crise e resguardar o lucro dos bancos públicos. Pela proposta do governo, o trabalhador que optar pelo consignado perderá a autonomia de uso do fundo de garantia.
Isso porque o empréstimo consignado funciona de maneira a cobrar diretamente da folha de pagamento do trabalhador o valor das parcelas. Com a nova medida, no momento em que o trabalhador for demitido, 10% de seu FGTS mais a multa de rescisão de contrato (40% sobre o saldo do FGTS) irão automaticamente para os cofres do banco.
“Isso representa retirada de direitos, pois o FGTS é exatamente um mecanismo de auxílio ao trabalhador quando ele é demitido. Se parte desta renda já está comprometida para pagar um empréstimo bancário, o trabalhador deixa de ter o controle sobre seu benefício”, afirma Renato Almeida, secretário geral do sindicato.
Além de não poder sacar todo o valor do FGTS, o que é garantido pela lei trabalhista, os trabalhadores poderão sofrer com outros efeitos da nova medida.
Com o aumento das demissões, a alta da inflação e o encarecimento do custo de vida, o risco de superendividamento é crescente. Em um momento de instabilidade econômica, o governo escolhe dar toda segurança aos bancos, garantindo a eles o fundo de garantia do trabalhador demitido e endividado.
Perdas no FGTS
Os trabalhadores já sofrem uma grande perda no FGTS devido sua correção muito abaixo do índice da inflação. Estima-se uma perda de 300% no valor a ser recebido por um trabalhador com 30 anos de carteira assinada.
O Sindicato entrou com uma ação na Justiça em 2013, cobrando a correção retroativa do saldo do FGTS com base na inflação e na taxa de juros da caderneta de poupança. No momento, a ação está suspensa a pedido da Caixa Econômica Federal, que também recorreu à Justiça.

SindMetalSJC