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quarta-feira, 27 de março de 2013

Cipriotas iniciam campanha por referendo popular sobre pacote da Troika

Cipriotas irritados com a ingerência da Troika (grupo formado por Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu) na política interna do país formularam uma petição online para angariar assinaturas e pressionar os deputados a realizar de um referendo popular. A petição é assinada pelo movimento Wake Up Cyprus (Acorde, Chipre) e tem como base um documento de 16 páginas que condena a “destruição no padrão de vida” da população da ilha mediterrânea.

Até o momento, o
abaixo-assinado, que está online desde segunda-feira (26/03) conseguiu 775 assinaturas. O objetivo é chegar a 3 mil.
"Existe uma lei que versa sobre referendos no país", disse a Opera Mundi o advogado cipriota Michalis Paraskevas. "De acordo com o terceiro artigo [da lei número 206, de 1989], o conselho de ministros pode propor ao Parlamento a elaboração de um referendo em assuntos de extrema importância relacionados ao Chipre. É simples assim".

O acordo de emrpéstimo fechado pelo Eurogrupo na madrugada de segunda-feira (25/03), que prevê um empréstimo de 10 bilhões de euros em troca da reestruturação do sistema financeiro do Chipre, é considerado definitivo e não precisará passar pelo Parlamento do país para aprovação. Depositantes com saldo acima de 100 mil euros serão taxados em até 30%, enquanto os com saldo abaixo da cifra terão seus valores congelados temporariamente.
 
Na terça-feira (26), um dia após o anúncio do pacote, milhares de pessoas saíram às ruas de Nicósia. “Estamos aqui para demostrar que a juventude do Chipre tem voz e quer resistir a todas essas medidas. O futuro é nosso, depende de nós e lutaremos por um futuro melhor”, afirmou Elisabet Xenodoju, de 18 anos, à Agência Efe.

Posicionados atrás de um grande cartaz que dizia “Seus erros, nosso futuro”, os jovens estudantes, principalmente do ensino secundário – de escolas públicas e privadas –, se reuniram após convocatória nas redes sociais. Em seguida, foram acompanhados por centenas de outros cipriotas descontentes com as decisões do governo, como funcionários de bancos. Eles se manifestaram primeiro em frente ao Parlamento e depois seguiram para o palácio presidencial.

O movimento Wake Up Cyprus tem mais de sete mil seguidores. Um dos objetivos, além de coletar as assinaturas, é inundar as caixas de correio de todos os deputados cipriotas e membros do governo. O empréstimo, apesar de já fechado, só deve ser formalizado e aplicado a partir de meados de abril.


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