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quarta-feira, 27 de julho de 2011

Memórias, de Gregório Bezerra

Memórias, de Gregório Bezerra
Mais de trinta anos após a publicação das Memórias (1979), de Gregório Bezerra, o lendário ícone da resistência à ditadura militar é homenageado com o lançamento de sua autobiografia pela Boitempo Editorial, acrescida de fotografias e textos inéditos, e em um único volume. O livro conta com a contribuição decisiva de Jurandir Bezerra, filho de Gregório, que conservou a memória de seu pai; da historiadora Anita Prestes, filha de Olga Benário e Luiz Carlos Prestes, que assina a apresentação da nova edição; de Ferreira Gullar na quarta capa; e de Roberto Arrais no texto de orelha. Há também a inclusão de depoimentos de Oscar Niemeyer, Ziraldo, da advogada Mércia Albuquerque e do governador de Pernambuco (e neto de Miguel Arrais) Eduardo Campos, entre muitos outros.

Título: MEMÓRIAS

Autor(a): GREGÓRIO BEZERRA

Páginas: 648

Ano da publicação: 2011

Em Memórias, o líder comunista repassa sua impressionante trajetória de vida e resgata um período rico da história política brasileira. O depoimento abrange o período entre seu nascimento (1900) até a libertação da prisão em troca do embaixador americano sequestrado, em 1969, e termina com sua chegada à União Soviética, onde permaneceria até a Anistia, em 1979. No exílio começou a escrever sua autobiografia.
Nascido em Panelas, no Agreste pernambucano, a 180 km de Recife, Gregório era filho de camponeses pobres, que perdeu ainda na infância, e com cinco anos de idade já trabalhava com a enxada na lavoura de cana-de-açúcar. Analfabeto até os 25 anos de idade e militante desde as primeiras movimentações de trabalhadores influenciados pela Revolução Russa de 1917, Bezerra teve papel de destaque em importantes momentos políticos da esquerda brasileira, e por conta disso totalizou 23 anos de cárcere em diversos presídios e épocas. Foi deputado federal (o mais votado em 1946) pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), ferrenho combatente do regime militar, e por essa razão protagonizou uma das cenas mais brutais da recém-instalada ditadura pós-golpe de 1964: capturado, foi arrastado por seus algozes pelas ruas do Recife, com as imagens tendo sido veiculadas pela TV no então Repórter Esso. A selvageria causou tamanha comoção que os registros da tortura jamais foram encontrados nos arquivos do exército.

Apesar da dura realidade, Gregório jamais cultivou o ódio ou o rancor. Era por todos considerado um homem doce, generoso. Não foi um homem de letras, mas um grande observador e um brilhante contador de histórias. Assim é que suas páginas são narradas, sem afetações ou hipocrisia, passando pelo interior da mata e do agreste nos tempos de estiagem e seca, pelo Recife, o exílio na União Soviética, a militância no PCB. Dizia ele: “Não luto contra pessoas, luto contra o sistema que explora e esmaga a maioria do povo”. Em 1983, o Brasil perdeu este que foi um de seus grandes defensores. Para sorte dos que estavam por vir, porém, ele deixou suas memórias recheadas de verdades e esperanças e que, acima de tudo, representam a história de muitos outros “Gregórios” que transformaram o seu destino na luta para transformar a realidade instituída.
Trechos do livro
“Foi o Natal mais farto e rico de alegria a que assisti durante os nove anos e dez meses de minha vida. Além disso, ganhei dois metros de algodãozinho para fazer duas camisas, porque só tinha uma e velha, que já estava virando farrapo. Aproveitei a cumplicidade de vovó e pedi-lhe que me fizesse uma camisa e uma calça, em vez de duas camisas. A velha topou as minhas antigas pretensões. Entretanto a costureira, que foi a minha tia Guilhermina, em vez de me fazer uma calça, fez uma ceroula grande, de amarrar acima do tornozelo. Deram-me para vestir. Achei bonita e até mais bonita do que uma calça, porque me fez lembrar do meu falecido avô, que, quando vivo, somente vestia ceroulas compridas amarradas no tornozelo. Calça só vestia quando ia à feira ou em visita aos domingos. Afinal, todos aprovaram a ceroula, menos minha irmã Isabel. Ganhei a “batalha” de anos atrás, quando pleiteei uma calça no sítio Goiabeira. Era feliz, agora, e me sentia homem. O Natal e Ano-Novo serviram para minhas exibições de ceroulas compridas e camisa fora da calça.”
“Voltei à rua, tentando ver se alguns operários haviam chegado. Não havia ninguém. Fiz um ligeiro comício para os pequenos grupos que se aglomeravam nas sacadas dos prédios vizinhos, concitando-os a pegar em armas, sob o comando do camarada Luiz Carlos Prestes. Fui aplaudido das varandas por alguns estudantes que ali moravam. Mas o apoio, infelizmente, não passou dos aplausos. Um oficial tentou prender-me, pedindo-me que, pelo amor de Deus, eu me rendesse. Ao chegar a dez metros de mim, apontei-lhe o fuzil e o fiz recuar. Vinha chegando um sargento radiotelegrafista que, de longe, perguntou-me o que havia. Respondi-lhe que, se quisesse lutar pela Aliança Nacional Libertadora, tinha um lugar a sua disposição; se não, caísse fora enquanto era tempo.”

Fonte:http://www.ilcp.org.br

A Semana no Olhar Comunista - 0004

 

O Olhar Comunista desta semana destaca irregularidades encontradas nos hospitais públicos. De acordo com matérias divulgadas pela imprensa na última semana, foi encontrado alimento estragado em hospitais provados no Rio de Janeiro, e a fila para atendimento na rede pública de São Paulo pode chegar a dois anos.
Destaque ainda para a alta dos juros, que posicionam o Brasil como o campeão mundial para a ação de especuladores, financistas e banqueiros, e a doação (R$ 30 milhões) que as Organizações Globo estão recebendo para organizar festa da Fifa no Rio de Janeiro. Leia essas e outras notícias na seção, que pode ser acessada aqui (Imprensa Popular) ou abaixo da versão online do jornal Imprensa Popular.

NA PÁGINA DO “OLHAR”
Comida estragada em hospitais... Particulares!
A Polícia Civil do rio de Janeiro encontrou irregularidades em cinco hospitais “alvos” da operação UTI 2: Riomar (Barra), Quinta D´Or (São Cristóvão), Clínica da Primeira Idade (Barra), Hospital das Clínicas de Niterói e São Lucas (Copacabana).
“A operação foi exitosa e mostrou que os hospitais particulares não primam pelo asseio e cuidado com o que fornecem aos pacientes e consumidores, que pagam planos em valor elevado e mereciam no mínimo um tratamento melhor”, afirmou a Polícia civil.
A Vigilância Sanitária fará uma fiscalização em todas as unidades, mas já houve flagrante do crime contra a relação de consumo – pois os doentes ficaram expostos a mercadorias impróprias e medicamentos inadequado.
A Polícia Civil interditou parte da cozinha do Riomar, onde foram encontrados 150 Kg de alimentos sem especificação, além de frango, carne, queijo, poupa de sucos e abóbora estragados. Já no Quinta D´Or, havia cerca de 30 Kg de alimentos vencidos. Na Clínica da Primeira Idade, também havia comida fora da validade. No São Lucas, duas peças de carne e de queijo estavam sem especificação de origem.
No dia 8 de julho, policiais da Decon encontraram alimentos, remédios e utensílios médicos com data de validade vencida no Hospital Pronto Baby, na Tijuca, Zona Norte do Rio. A vistoria foi realizada após a denúncia do pai de um paciente internado na unidade de saúde, que relatou a tentativa de enfermeiros darem um medicamento vencido a seu filho. Segundo a assessoria da Polícia Civil, na época, os agentes chegaram a encontrar pães e frangos estragados no hospital.
Já em São Paulo...
Uma auditoria do Tribunal de Contas do Município (TCM) de São Paulo indica que há pacientes que esperaram até dois anos para conseguir marcar exames como ultrassonografias, mamografias ou ressonâncias magnéticas na rede municipal de São Paulo. A informação é de reportagem da Folha de S. Paulo.
O sistema que organiza consultas e exames, que permite, por exemplo, que um mesmo paciente tenha seu agendamento realizado duas vezes. Outro problema foi a falta de médicos especialistas --de 35 unidades de saúde visitadas, 39% tinham escalas médicas incompletas.

Brasil, campeão mundial dos juros!
O Banco Central elevou a taxa básica de juros (Selic) para 12,50% ao ano, a quinta alta seguida na taxa de juros. O impacto para o bolso da população, segundo cálculos da Associação Nacional de Executivos de Finanças (Anefac), será o seguinte: os juros no comércio subirão para 5,68% ao mês (94,05% anuais), no cartão de crédito para 10,71% mensais (239,03% ao ano), no cheque especial para 8,12% mensais (ou 155,20% anuais). Enfim, a taxa média do crédito para pessoa física subirá para 6,82% mensais (ou 120,71% ao ano).
Com a alta da Selic, o país ainda consolida sua “liderança” como o país com os juros reais mais altos do mundo. De acordo com O Globo, a taxa de juro real projetada para os próximos 12 meses chegará a 6,8% ao ano. Em segundo lugar no ranking dos juros reais, bem distante, está a Hungria, com 2,4% ao ano, seguida de Chile (1,8%) e Austrália (1,4%). Em quinto, encontra-se o México, com 1,2%. Nos EUA, que estão na 36ª posição, a taxa é negativa (-3,2%).
Os banqueiros, financistas, especuladores e sanguessugas agradecem.

Ministério do Turismo “doa” R$ 52 milhões a ONG dirigida por suspeito
Reportagem da Folha de S. Paulo descobriu três convênios “problemáticos” no Ministério do Turismo, fruto de repasse de R$ 52 milhões a uma ONG chamada IBH (Instituto Brasileiro de Hospedagem). Dinheiro que seria destinado ao financiamento de cursos à distância para preparar mão de obra para a Copa de 2014 – mensageiros, recepcionistas e gerentes de hotel.
Preside o IBH César Gonçalves, um empresário que responde a duas ações do Ministério Público por suposta improbidade administrativa. Gonçalves dirigiu a estatal de turismo do governo do DF, a Brasíliatur. Deixou o posto, há três anos, sob denúncias de desvios.
Nessa época, governava o DF José Roberto Arruda. Dos três convênios que abriram o caixa do Turismo à ONG, dois foram firmados sob Lula (R$ 9,9 milhões e R$ 16,8 milhões). O outro, sob Dilma (R$ 25,5 milhões).
O plano de trabalho do IBH chegou ao Ministério às 16h14. Às 16h19, a proposta foi para análise. Às 16h34, já estava aprovada. Celeridade típica do Estado Brasileiro, não?!?!
A ONG funciona num pequeno escritório do Setor Bancário Norte de Brasília e tem apenas quatro funcionários.

A cara de pau de Paulo Bernardo
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, afirmou que é quase impossível não haver irregularidades no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Estaria ele jogando a toalha no combate à corrupção ou não querendo perder sua comissão em alguma jogada? O fato é que, nos dois casos, fica comprovada sua inépcia para as funções públicas e a cara de pau a que chegaram alguns personagens da “política” tradicional: é como se Bernardo dissesse: “Rouba-se mesmo, e vai continuar assim. E daí?”

A exploração de minérios e o futuro do Brasil
O investimento - de empresas nacionais e estrangeiras - vem crescendo intensamente no setor de mineração, motivados pela grande alta dos preços observada no mercado internacional. Os números da entrada de capital externo chegam a 7,3 bilhões de dólares, conforme noticiado no O Globo de 24 de julho último. Minério de ferro, ouro, cobre, potássio e urânio estão entre os principais alvos dos investidores, que incluem a multinacional de matriz brasileira Vale do Rio Doce.
Além dos danos ambientais - bastante prováveis que a atividade em si traz, há duas questões essenciais a considerar, se levarmos em conta as necessidades do país e o tipo de desenvolvimento que queremos: a mineração explora recursos não renováveis, e a presença de capital estrangeiro ditada pelas oportunidades de mercado deixam as prioridades internas em segundo plano.
A facilitação extremada para os investimentos dos grandes grupos mineradosres é parte da estratégia do capitalismo brasileiro, operada pelos governos Collor, FHC, Lula e, agora, Dilma, de crescer a qualquer custo, nos índices como o PIB, sem que este crescimento represente, de fato, mudanças de fundo nas condições de vida da maioria. Colocar exploração de recursos naturais não renováveis ao sabor dos ventos do mercado é admitir a possibilidade de sua exploração a elevadas taxas, no curto prazo, o que poderá levar à sua exaustão precoce. É necessário uma mudança radical da política para essa área, que leve em conta um ritmo de exploração que permita a preservação dos recursos longo prazo e a reaplicação de suas receitas na construção de alternativas para a produção e de melhores condições de vida para a grande maioria dos brasileiros.

"Um Corpo estável de servidores públicos é melhor para a eficiência do Estado"
Esta foi a declaração do ministro César Peluso, em entrevista a O Globo, em 24 de julho último, sobre a crise do Dnit, referente aos escândalos de corrupção descobertasnaquele órgão. A declaração vem confirmar o que já há muito vem se observando em relação à terceirização de funções de Estado e à privatização de empresas públicas operadas nas duas últimas décadas. Citando a França, onde boa parte dos funcionários públicos cursa a Escola Nacional de Administração (pública) e há estabilidade para os servidores, o ministro resgata a origem da estabilidade, que é a defesa do Estado, e acrescenta a melhor preparação e o maior compromisso desses servidores com a coisa pública.
A privatização foi alardeada desde os anos 80 como uma medida necessária para a "eficiência" maior do serviço público. Na realidade, o que se passou foi uma transferência de patrimônio público para empresários privados, abrindo assim o caminho, também, para o "aparelhamento" do Estado para a satisfação dos interesses mais diretos (e mais mesquinhos) do capital.

Cresce percentual de cheques devolvidos
O aumento do endividamento dos consumidores brasileiros contribuiu para que o número de cheques devolvidos no primeiro semestre atingisse o maior percentual em dois anos, segundo levantamento do Serasa: foram devolvidos, por falta de fundos, 1,93% de cheques entre janeiro e junho (9,84 milhões de cheques).
A informação espelha os mesmos problemas encontrados em outras formas de pagamento e financiamento: expansão do endividamento do consumidor, inflação, altas taxas de juros, aumento do Imposto sobre Operações Financerias (IOF) e as restrições ao crédito.

Corpo de secretário de Hitler é cremado para evitar peregrinação de neonazistas
Os restos mortais do secretário particular de Hitler, Rudolf Hess, foram exumados depois que seu túmulo se tornou um local de peregrinação para neonazistas. De acordo com o administrador do cemitério, Andreas Fabel, o corpo foi cremado e as cinzas foram depositadas em um lago, cuja localização não foi revelada por autoridades.
Um jornal local explicou que a igreja local decidiu não renovar a concessão familiar de onde estava enterrado Hess para evitar que neonazistas fizessem do túmulo um ponto de encontro durante o aniversário da morte do líder nazista, que se matou no dia 17 de agosto de 1987. Considerado um mártir por jovens de extrema-direita, a data da morte de Hess se tornou um dia comemorativo para neonazistas. Em 2004, por exemplo, 5 mil pessoas se reuniram no cemitério, provocando mal estar entre os moradores de Wunsiedel.

O que eles pensam e defendem?
Levantamento da imprensa mostra que 30 parlamentares da Câmara dos Deputados não fizeram um único discurso do plenário da casa no primeiro semestre. Isso mesmo: nenhum pronunciamento, ou mesmo uma pequena intervenção. Mais parlamentares dessa legislatura poderiam seguir seus papos e permanecerem calados. Se é para falar asneiras, melhor que não e pronunciassem...
Humor à parte, é sintomático da “qualidade” – a falta de, para sermos sinceros – de nossos parlamentares que isso ocorra. Não à toa, figuram personagens caricatos, campeões de votos, mas sem qualquer histórico ou compromisso com a política como ela deveria ser – e não o jogo de interesses e benesses que vemos no capitalismo.
Entre eles, está Tiririca (PR-SP), o presidente tucano Sérgio Guerra (PSDB-PE) e o “verde” José Luiz Penna (PV-SP). Outro que se mantém longe dos microfones da Câmara é Valdemar Costa Neto (PR-SP), que poderia falar um pouquinho sobre o que ocorre no Ministério dos Transportes...
Veja abaixo que “o gato comeu a língua” de:
Alexandre Rosso (PSB-RS) - Foi sorteado, mas não se pronunciou
André Dias (PSDB-PA) - Sorteado para falar em agosto
Anibal Gomes (PMDB-CE) - Foi sorteado, mas não se pronunciou
Aracely de Paula (PR-MG) - Ainda não foi sorteado para discursar
Beto Mansur (PP-SP) - Ainda não foi sorteado para discursar
Carlos Eduardo Cadoca (PSC-PE) - Cedeu a vaga para Edmar Arruda
Davi Alcolumbre (DEM-AP) - Ainda não foi sorteado para discursar
Davi Alves Silva Jr. (PR-MA) - Foi sorteado, mas não se pronunciou
Eli Correa Filho (DEM-SP) - Ainda não foi sorteado para discursar
Evandro Milhomen (PCdoB-AP) - Ainda não foi sorteado para discursar
Hermes Parcienello (PMDB-PR) - Sorteado para falar em agosto
João Magalhães (PMDB-MG) - Ainda não foi sorteado para discursar
José Priante (PMDB-PA) - Ainda não foi sorteado para discursar
Joseph Bandeira (PT-BA) - Ainda não foi sorteado para discursar
Luiz Fernando Faria (PP-MG) - Ainda não foi sorteado para discursar
Marcos Medrado (PDT-BA) - Foi sorteado, mas não se pronunciou
Natan Donadon (PMDB-RO) - Foi sorteado, mas não se pronunciou
Neiltom Mulim (PR-RJ) - Foi sorteado, mas não se pronunciou
Nelson Meurer (PP-PR) - Foi sorteado, mas não se pronunciou
Nice Lobão (DEM-MA) - Sorteado para falar em agosto
Penna (PV-SP) - Sorteado para falar em agosto
Rubens Otoni (PT-GO) - Ainda não foi sorteado para discursar
Sérgio Guerra (PSDB-PE) - Ainda não foi sorteado para discursar
Solange Almeida (PMDB-RJ) - Foi sorteada, mas não se pronunciou
Tiririca (PR-SP) - Cedeu vaga para Ronaldo Fonseca
Valdemar Costa Neto (PR-SP) - Cedeu vaga para Domingos Dutra
Vinicius Gurgel (PRTB-AP) - Foi sorteado, mas não se pronunciou
Walter Tosta (PMN-MG) - Foi sorteado, mas não se pronunciou
Wellington Roberto (PR-PB) - Foi sorteado, mas não se pronunciou
Zé Vieira (PR-MA ) - Foi sorteado, mas não se pronunciou

Globo recebe R$ 30 milhões para organizar “festa”
A empresa de eventos das Organizações Globo - Geo Eventos - receberá R$ 30 milhões dos governos do Estado e da Prefeitura do Rio de Janeiro para organizar a “festa” do sorteio preliminar das eliminatórias da Copa do Mundo de 2014.
Ocorre que a subsidiária da família Marinho foi contratada em regime de exclusividade – sem licitação! - pelo Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo de 2014. O sorteio acontecerá nesse sábado (30), na zona Sul do Rio, e será transmitido ao vivo para cerca de 200 países.
Ao procurar patrocinadores para a festa, a Geo Eventos encontrou apenas dois: a Prefeitura do Rio e o Governo do Estado, que assinaram contratos de patrocínio no valor de R$ 15 milhões cada. A Fifa, que é a “dona” da festa, não gastará um único centavo no evento, que será feito pela Globo – sem licitação, cabe lembrar – e pago pelos cofres públicos.

Uma mão lava a outra?
O empresário Eike Batista e Sergio Cabral “estenderam” a parceria aos esportes. Depois de se tornar público que o governador do Rio de Janeiro usa o jatinho particular do bilionário para fazer turismo, foi anunciado que o RJX, time de vôlei recém-criado e que terá investimento de R$ 13 milhões de Eike, usará as instalações do Maracanãzinho para treinos e jogos – gratuitamente!
Eike foi o principal patrocinador da candidatura do Rio para a Olimpíada-16. O empresário doou R$ 10 milhões para o projeto, que foi escolhido pelo COI (Comitê Olímpico Internacional). Eike também patrocina os projetos das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadoras), principal vitrine do governo Cabral.
Ao todo, Eike doou R$ 139 milhões para projetos do governo estadual nos últimos três anos, conforme a Folha de S. Paulo publicou em junho. Desde 2007, o empresário recebeu isenções fiscais de R$ 75 milhões.
 

quinta-feira, 14 de julho de 2011

A DOENÇA DA CUT


    
 Nas últimas semanas os cariocas assistem a dois movimentos reivindicatórios dignos de nota. Os bombeiros, em justa manifestação, lutam por melhores condições salariais e de trabalho, e os profissionais da educação permanecem em greve, já vitoriosa, para tentar demover o governo do estado da política criminosa de desdém em relação à educação de nossos jovens, em sua esmagadora maioria, filhos de trabalhadores, explorados, eles e seus filhos, pelo modelo capitalista imposto a nossa sociedade.

Diversas instituições como partidos políticos, correntes sindicais e parlamentares, se pronunciaram em apoio aos dois movimentos. Chamou-nos particularmente a atenção as faixas e documentos nos quais constavam o apoio do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro e da CUT/RJ. Imediatamente fomos levados à pesquisa médica, mais especialmente ao termo esquizofrenia. E lá encontramos alguns sintomas: delírios, alucinações, dificuldade de discernir fantasia da realidade, juízo crítico comprometido.
Somente a psiquiatria pode explicar tais entidades, Sindicato dos Bancários e CUT, em apoio a movimentos que se opõem frontalmente à política do governador Sergio Cabral Filho.


Afinal, elas mesmas, essas entidades, ainda que indiretamente, apoiam tal governo, visto que se colocaram na última campanha eleitoral dentro do espectro que envolvia Dilma e Cabral. E mais, o partido ao qual pertence a esmagadora maioria de ambas as diretorias, o PT, dá apoio e sustentação ao governo do estado, o qual por sua vez é aliado de primeira hora de Dilma. Para não falarmos da ocupação de cargos na Prefeitura e no governo estadual no Rio de Janeiro, por parte de membros do PT, de onde saem quadros da CUT e do Sindicato dos Bancários, ou se você preferir, caro leitor, inverta a mão da última frase que vai dar no mesmo, os caminhos são de mão dupla.


Só assim, através de um sintoma doentio, podemos analisar, o "apoio" da CUT aos movimentos sociais da hora em nosso estado. Trata-se, sem dúvida, de uma alucinação passageira. Logo, logo, tais entidades voltarão à realidade, isto é, o apoio ao governo do estado, às alianças com o PMDB, em nome de uma mística e mítica "governabilidade"






quarta-feira, 13 de julho de 2011

27º CONECEF (congresso nacional)

CONECEF aprova fim dos correspondentes bancários e reafirma luta por isonomia

Estrutura do evento não permitiu o debate de todos os temas

Os empregados da Caixa Econômica Federal, reunidos no 27º CONECEF (congresso nacional), que aconteceu nos dias 9 e 10 de julho, em São Paulo, aprovaram como reivindicações a serem negociadas na mesa específica da Campanha Salarial 2011 o fim dos correspondentes bancários e medidas que garantam a isonomia de tratamento entre funcionários antigos e os contratados após 1998, entre outras. Como forma de mobilização em defesa da isonomia, foi aprovada a realização de um encontro nacional, em Brasília, em data a ser definida posteriormente.

Os trabalhadores aprovaram também uma resolução pelo fim dos correspondentes bancários, repudiando as resoluções do Banco Central (Bacen) aprovadas no início deste ano, que consolidam um modelo de bancarização sem bancários. “A inclusão bancária não pode ser feita à custa da precarização e desvalorização do trabalho bancário e da insegurança para clientes e trabalhadores. Defendemos a abertura de agências onde não existem bancos e a ampliação da rede de agências em substituição aos correspondentes”, afirmou Rita Lima, diretora do Sindicato dos Bancários/ES e integrante da Intersindical.

O deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), autor do projeto de decreto legislativo (PDL 214/2011) que suspende as resoluções do Banco Central, esteve no CONECEF e pediu apoio à iniciativa, o que não chegou a ser deliberado na plenária do evento. “Concordamos que o Bacen não deve legislar sobre a matéria, mas não queremos apenas a limitação e a regulamentação dos correspondentes”, afirmou Rita Lima.

Eixos

Os eixos de consenso defendidos nas apresentações de teses para a campanha específica, além da isonomia e do fim dos correspondentes bancários, foram: melhorias no Saúde Caixa, pagamento do tíquete e da cesta-alimentação para todos os aposentados e pensionistas, fim da discriminação aos empregados do REG/Replan não saldado e a valorização dos empregados da CEF, com o fim da discriminação e das metas abusivas. Também será realizada uma campanha pela marcação correta do ponto, atacando os problemas enfrentados pelos trabalhadores com o Sistema de Ponto Eletrônico (Sipon). A campanha unificada da categoria, com negociações específicas concomitantes, foi aprovada por ampla maioria, inclusive com a defesa da delegação capixaba.

Propostas sem consenso

1) Perdas salariais

Sobre as perdas salariais, as correntes de esquerda do movimento dos empregados (Intersindical, CSD, Conlutas e CTB) defenderam a reposição desde 1994. Porém, mais uma vez, foi aprovada apenas a recomposição do poder de compra dos salários – tese defendida pela corrente majoritária Articulação Sindical –, sem explicitar de que maneira isso deve ser feito.

2) Comissão Executiva

O CONECEF aprovou, por maioria, a proposta da Articulação Sindical de manutenção da atual composição da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), formada por um representante da Contraf-CUT, um representante de cada federação e um aposentado indicado pela Fenacef. As correntes de esquerda (Intersindical, CSD, Conlutas e CTB) defenderam que a CEE fosse eleita no congresso e ampliada para garantir a composição plural do movimento dos empregados. Também defenderam o aumento da representação dos aposentados de um para três, mas a proposta não foi aceita pela direção majoritária.

3) CONECEF

Os delegados definiram, por maioria, pela realização do Congresso preferencialmente até o dia 30 de abril. A proposta não foi consenso, pois as correntes de esquerda defenderam que o CONECEF acontecesse próximo à Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, que define a pauta das campanhas salariais, garantindo, antes do evento geral da categoria, o debate sobre questões específicas.

A formatação do CONECEF também não foi consenso. Enquanto as correntes de esquerda defenderam a ampliação da participação dos empregados de base, a direção majoritária (Articulação Sindical) conseguiu aprovar a manutenção do modelo de um delegado por cada trezentos empregados. “A corrente majoritária defende um CONECEF basicamente composto por dirigentes sindicais, não com ampla participação da base”, critica Rita Lima.

Debates foram prejudicados pela estrutura do evento

Os debates dos assuntos do cotidiano dos bancários da Caixa ficaram prejudicados no 27º CONECEF. A manhã do primeiro dia do evento foi dedicada a saudações das entidades convidadas para a abertura. No período da tarde, houve a apresentação das teses inscritas no evento. Em seguida, foram formados os grupos de discussão, que tiveram apenas cerca de quatro horas para fazer o debate.

“Com o tempo reduzido, os grupos não deram conta de discutir o temário. A pauta do Saúde Caixa, por exemplo, maior demanda atualmente, foi somente iniciada e o item condições de trabalho não foi sequer debatido no grupo. Sem terminar a discussão, os microfones foram desligados e tivemos que deixar o local. Os temas foram remetidos para a plenária final, no dia seguinte, que também não deu conta de fazer todo o debate. Apenas a organização do movimento e a recomposição de perdas foram debatidas na plenária final que, pela primeira vez, foi programada para acabar ao meio-dia”, conta Bernadeth Martins, diretora do Sindicato e integrante da Intersindical.

Com a falta de tempo para o debate, os temas foram remetidos para a CEE/Caixa, que fará a seleção do que não é conflitante. O que não for consenso será votado pela CEE para constar no relatório do Congresso. “É lamentável que a desorganização do Congresso tenha prejudicado, por exemplo, o debate da pauta dos aposentados, que nem foi apreciada no grupo, por falta de tempo, e nem na plenária. A estrutura do CONECEF impossibilitou que novas demandas fossem aprovadas em plenária para serem incluídas na pauta”, afirma Rita Lima.

Desvalorização e esvaziamento

Na sua avaliação, “o que aconteceu no evento é resultado de uma política de desvalorização e esvaziamento do papel do CONECEF que está sendo empreendida pela direção majoritária”. Ela lembra que o debate intenso nos grupos, embora prejudicado pelo tempo, mostrou que “apesar da desorganização do CONECEF, a disposição de luta dos empregados da Caixa para arrancar e ampliar nossas conquistas não foi afetada”.

Este artigo encontra-se em - http://www.bancarios-es.org.br